A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A.
O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Para ver, clicar SFF.
O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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1 Chegaram ao outro lado do
mar, ao território dos gerasenos. 2 Ao sair Jesus da barca, foi logo
ter com Ele, saindo dos sepulcros, um homem possesso de um espírito imundo. 3
Tinha o seu domicílio nos sepulcros, e já ninguém conseguia segurá-lo com
cadeias. 4 Tendo sido preso muitas vezes com grilhões e com cadeias,
tinha quebrado as cadeias e despedaçado os grilhões e ninguém o podia dominar. 5
E sempre, dia e noite, andava pelos sepulcros e pelos montes, gritando e
ferindo-se com pedras. 6 Ao ver de longe Jesus, correu e prostrou-se
diante d'Ele 7 e clamou em alta voz: «Que tens Tu comigo, Jesus,
Filho do Deus Altíssimo? Por Deus eu Te conjuro que não me atormentes». 8
Porque Jesus dizia-lhe: «Espírito imundo sai desse homem». 9 Depois
perguntou-lhe: «Como te chamas?». Ele respondeu: «O meu nome é Legião, porque
somos muitos». 10 E suplicava-Lhe insistentemente que não o
expulsasse daquela região. 11 Andava ali, próximo do monte, uma
grande vara de porcos a pastar. 12 Os espíritos imundos
suplicaram-Lhe: «Manda-nos para os porcos, para nos metermos neles». 13
Jesus consentiu. Então os espíritos imundos saíram e entraram nos porcos, e a
vara, que era de cerca de dois mil, precipitou-se por um despenhadeiro no mar
onde se afogaram. 14 Os guardadores fugiram e contaram o facto pela
cidade e pelos campos. E o povo foi ver o que tinha sucedido. 15
Foram ter com Jesus e viram o que tinha estado possesso do demónio sentado,
vestido e são do juízo; ele, que tinha estado possesso de uma legião inteira; e
tiveram medo. 16 Os que tinham visto contaram-lhes o que tinha
acontecido ao endemoninhado e aos porcos. 17 Então começaram a pedir
a Jesus que se retirasse do seu território. 18 Quando Jesus subia
para a barca, o que fora possesso do demónio começou a pedir-Lhe que lhe permitisse
acompanhá-l'O. 19 Mas Jesus não o permitiu, antes lhe disse: «Vai
para tua casa, para os teus, e conta-lhes tudo o que o Senhor te fez, e como
teve piedade de ti». 20 Ele retirou-se e começou a proclamar pela
Decápole que grandes coisas Jesus lhe tinha feito; e todos se admiravam.
CARTA
ENCÍCLICA
SACERDOTII NOSTRI PRIMORDIA
DO
SUMO PONTÍFICE PAPA JOÃO XXIII
AOS
VENERÁVEIS IRMÃOS PATRIARCAS, PRIMAZES, ARCEBISPOS, BISPOS E OUTROS ORDINÁRIOS
DO LUGAR
EM
PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA
E
A TODO O CLERO E FIÉIS DO ORBE CATÓLICO
SOBRE
O SACERDÓCIO NO CENTENÁRIO DA MORTE
DO
SANTO CURA DE ARS
PRÓLOGO
Coincidências
significativas
1.
As puríssimas alegrias que acompanharam copiosamente as primícias do nosso
sacerdócio estão para sempre associadas, em nossa memória, à emoção profunda
que experimentamos a 8 de janeiro de 1905 na Basílica Vaticana, por ocasião da
gloriosa Beatificação daquele humilde sacerdote da França que foi João Maria
Batista Vianney. Elevados nós mesmos ao sacerdócio havia apenas alguns meses,
fomos atraídos pela admirável figura sacerdotal que o nosso predecessor s. Pio
X, o antigo pároco de Salzano, era tão feliz em propor como modelo a todos os
pastores de almas. E, a tantos anos de distância, não podemos evocar essa
recordação sem agradecer ainda ao nosso Divino Redentor, como graça insigne, o
impulso espiritual assim impresso, desde o princípio, à nossa vida de sacerdote.
2.
Recordamos também que, no mesmo dia dessa beatificação, chegou ao nosso
conhecimento a elevação ao episcopado de Mons. Tiago Maria Radini-Tedeschi, o
grande bispo que devia, alguns dias depois, chamar-nos ao seu serviço e que foi
para nós um mestre e pai muito querido. Foi em sua companhia que, no princípio
desse ano de 1905, nos dirigimos pela primeira vez em peregrinação a Ars, a
modesta aldeia que o seu santo pároco tornou para sempre tão célebre.
3.
Por nova disposição providencial, no ano em que recebíamos a plenitude do
sacerdócio, o Papa Pio XI de gloriosa memória, a 31 de maio de 1925, procedia à
solene canonização do "pobre cura de Ars". Na sua homilia, o
Pontífice comprazia-se em descrever "a frágil figura corpórea de João
Batista Vianney, a cabeça resplandecente com uma espécie de coroa branca de
longos cabelos, a face emaciada e cavada pelos jejuns, mas em que tão bem se
refletiam a inocência e santidade de um espírito tão humilde e tão suave que,
logo à primeira vista as multidões se sentiam movidas a salutares
pensamentos". [1] Pouco depois, o mesmo Pontífice, no ano do seu jubileu
sacerdotal, completava a iniciativa já tomada por s. Pio X quanto aos párocos
da França e estendia a todo o mundo o celeste patrocínio de s. João Batista Vianney
"para promover o bem-espiritual dos párocos no mundo inteiro". [2]
4.
Gostamos de lembrar, estes atos dos nossos predecessores, ligados a tantas
queridas recordações pessoais, veneráveis irmãos, neste centenário da morte do
santo cura de Ars. Com efeito, a 4 de Agosto de 1859, entregava ele a alma a
Deus, consumido pelas fadigas de um excepcional ministério pastoral de mais de
quarenta anos e rodeado de unânime veneração.
5.
Damos, pois, graças à divina Providência, que já por duas vezes se dignou
alegrar e iluminar as horas solenes da nossa vida sacerdotal com o esplendor da
santidade do cura de Ars, por nos oferecer de novo, desde os primeiros tempos
deste supremo pontificado, a oportunidade de celebrar a memória tão gloriosa
deste pastor de almas. Não vos surpreenderá, aliás, que, ao dirigir-vos esta
carta, o nosso espírito e o nosso coração se volvam especialmente para os
sacerdotes, nossos filhos caríssimos, a fim de os exortar a todos instantemente
- e sobretudo aos que estão empenhados no ministério pastoral - a meditar os
admiráveis exemplos de um irmão no sacerdócio, tornado seu celeste patrono.
Ensinamentos
deste centenário
6.
São já numerosos os documentos pontifícios que lembram aos padres as exigências
do seu estado e os guiam no exercício do seu ministério. Para só mencionar os
mais importantes, recordamos de novo a exortação Haerent animo, [3] de s. Pio
X, que estimulou o fervor dos nossos primeiros anos sacerdotais, a magistral
Encíclica Ad Catholici Sacerdotii [4], de Pio XI, e, entre tantos documentos e
alocuções do nosso imediato predecessor sobre o padre, a sua exortação Menti
Nostrae, [5] e também a admirável trilogia em honra do sacerdócio, que lhe foi
sugerida pela canonização de s. Pio X. [6] Esses textos, veneráveis irmãos, são
conhecidos de todos vós. Mas consentir-nos-eis que evoquemos aqui, com a alma
emocionada, o último discurso que a morte impediu Pio XII de pronunciar e que
ficou como o extremo e solene apelo deste grande Pontífice à santidade sacerdotal:
"O caráter sacramental da ordem chancela da parte de Deus num pacto eterno
o seu amor de predileção, que exige em troca, da criatura escolhida, a
santificação... O clérigo deve ser tido como um eleito entre o povo, cumulado
dos dons sobrenaturais e participante do poder divino, numa palavra, um 'outro
Cristo'... Já não pertence a si, nem aos parentes e amigos, nem mesmo à sua
pátria. Deve consumi-lo um amor universal. Mais ainda, a caridade universal
será o seu respiro, os seus pensamentos, a vontade, os sentimentos deixam de
ser seus, para serem de Cristo, que é a sua vida".[7] S. João Maria Vianney atrai-nos e impele-nos
a todos para estes cimos da vida sacerdotal. E nós somos felizes em convidar
para tanto os padres de hoje; porque, se conhecemos as dificuldades que eles
encontram na sua vida pessoal e nos encargos do seu ministério, e nos queixamos
de que o espírito de alguns ‚ batido pelas ondas deste mundo e entibiado pelo
cansaço, contudo a nossa experiência também não ignora a fidelidade corajosa da
maior parte e a devoção espiritual dos melhores. A uns e a outros, o Senhor
dirigiu, no dia da ordenação, estas palavras de ternura: "Já não vos chamo
servos, mas amigos!" [8] Possa essa nossa carta encíclica ajudá-los a
todos a perseverar e a crescer nesta amizade divina que constitui a alegria e a
força de toda a vida sacerdotal.
Finalidade
da encíclica
8.
Não é nosso desejo, veneráveis irmãos, abordar aqui todos os aspectos da vida
sacerdotal contemporânea; e, seguindo o exemplo de s. Pio X, "não diremos
nada que vós não saibais, nada de novo para quem quer que seja, mas
simplesmente o que a todos importa rememorar".[9] Com efeito, ao relembrar
os traços da santidade do cura de Ars, seremos levado a pôr em relevo alguns
aspectos da vida sacerdotal, que em todos os tempos são essenciais, mas que,
nos nossos dias, tomam tal importância que julgamos ser nosso dever apostólico
insistir neles particularmente, por ocasião deste centenário.
9.
A Igreja, que glorificou este padre "admirável pelo seu zelo pastoral e
seu ininterrupto desejo de oração e de penitância",[10] tem hoje a
alegria, passado um século sobre a sua morte, de o apresentar aos padres de
todo o mundo como modelo de ascese sacerdotal, de piedade, e sobretudo de
piedade eucarística, modelo enfim de zelo pastoral.
I. ASCESE SACERDOTAL
Conselhos
evangélicos e santidade sacerdotal
10.
Falar de s. João Maria Vianney ‚ evocar a figura de um padre excepcionalmente
mortificado que, por amor de Deus e pela conversão dos pecadores, se privava de
alimento e sono, se impunha rudes penitências e, sobretudo, levava a renúncia
de si mesmo a um grau heróico. Se é certo que comumente não é pedido a todos os
féis que sigam este caminho, a divina Providência dispôs que nunca faltem no
mundo pastores de almas que, levados pelo Espírito Santo, não hesitem em
encaminhar-se por estas vias, porque tais homens operam com este exemplo o
regresso de muitos, que se convertem da sedução dos erros e dos vícios para o
bom caminho e a prática da vida cristã! A todos, o exemplo admirável de
renúncia do cura de Ars, "severo para consigo e bondoso para com os
outros", [11] lembra de forma eloquente e urgente o lugar primordial da
ascese na vida sacerdotal. O nosso predecessor Pio XII, de saudosa memória, no
desejo de evitar certos equívocos, não hesitou em precisar que é falso afirmar
"que o estado clerical - justamente enquanto tal e por proceder do direito
divino - por sua natureza, ou pelo menos em virtude de um postulado da mesma,
exige que os seus membros professem os conselhos evangélicos". [12] E o
Papa conclui justamente: "O clérigo, portanto, não está ligado, por
direito divino, aos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e
obediência".[13] Mas seria deformar o genuíno pensamento deste Pontífice,
tão cioso da santidade dos padres, e o ensino constante da Igreja, acreditar
que o padre secular é menos chamado à perfeição do que o religioso. A realidade
é totalmente diversa, porque o exercício das funções sacerdotais "requer
uma maior santidade interior, do que aquela exigida pelo estado
religioso". [14] E se, para atingir esta santidade de vida, a prática dos
conselhos evangélicos não é imposta ao padre em virtude do seu estado clerical,
não obstante ela apresenta-se a ele e a todos os discípulos do Senhor, como o
caminho mais seguro para alcançar a desejada meta da perfeição cristã. Aliás,
para nossa grande consolação, quantos padres generosos o compreenderam no
presente, não deixando por isso de continuar nas fileiras do clero secular e
pedindo a pias associações aprovadas pela Igreja que os guiem e sustentem nos
caminhos da perfeição!
11.
Convencidos de que "a grandeza do sacerdócio está na imitação de Jesus
Cristo", [15] os padres estarão, pois, mais do que nunca, atentos aos
apelos do divino Mestre: "Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si
mesmo, tome a sua cruz e siga-me..." (Mt 16, 24). O santo cura d'Ars,
segundo se afirma, "tinha meditado muitas vezes estas palavras de nosso
Senhor e esforçava-se por pô-las em prática". [16] Deus concedeu-lhe a
graça de se conservar heroicamente fiel a elas; e o seu exemplo guia-nos ainda
no caminho da ascese onde ele, resplandeceu brilhantemente pela pobreza,
castidade e obediência.
(cont.)
___________________________________________________
Notas:
[1] AAS 17(1925), p. 224.
[2] Carta Apost. Anno Iubilari; AAS
21(1929), p. 313.
[3] Acta Pii X, IV, pp. 237-264.
[4] AAS 28 (1936), pp. 5-53.
[5] AAS 42 (1950), pp. 357-702.
[6] AAS 46 (1954), pp. 313-317, e
666-677.
[7] Cf. AAS 50 (1958), pp. 966-967;
L'Osservatore Romano, 17 outubro 1958.
[8] Pontificale Rom.; cf. Jo 15,15.
[9] Exort. Haerent animo: Acta Pii X, IV, p. 238.
[10] Oração da Missa, na festa de S.
J. M. Vianney
[11]
Cf. Archiv. Secr, Vat., Congr. SS. Rituum,
Processus, t. 227, p.196.
[12]
Alloc. Annus sacer; AAS 43(1951), p. 29.
[13]
Ibid.
[14]
S. Tomás, Sum. Th. II-II, q.184, a. 8, in c.
[15]
Cf. Pio XII, Discurso de 16 abril de 1953: AAS 45 (1953), p. 288.
[16]
Cf. Arch. Secret. Vat., t. 227, p. 42.
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