Não que me tenha surpreendido a
reacção dos leitores de NUNC COEPI à publicação mas fiquei, confesso
emocionado.
De facto, sem fazer qualquer juízo de
valor nem acepção, parece simples desempenhar uma missão que todo e qualquer
pessoa – mas com muito maior realce o cristão – e que é a missão de SAMARITANO!
O interesse pelos outros que parece
viverem umas vidas estranhas e fora do contexto considerado normal numa
sociedade: viverem numa família, num lar, num ambiente digno – não com um
mínimo de dignidade mas com a máxima
dignidade que qualquer pessoa merece – não pode cingir-se a uma mera
atitude de comiseração ou de interesse esparso.
Dar uma esmola, contribuir para as
organizações que tratam destes assuntos de cariz social, pode, e talvez até
seja, muitíssimo louvável, mas, ficar-se por aí… parece-me pouco!
O interesse verdadeiro, real,
absolutamente necessário, consistirá mais em rezar – e muito – por esses que
estão na vera do caminho, sem rumo, objectivo ou, até, motivo concreto,
residirá mais nessa preocupação íntima ditada pela comoção da alma, pelo latir
de um coração solidário e misericordioso.
Hoje, relatando a alguém a experiência
ontem vivida, coloquei uma pergunta: Mas… o que faz esta gente, sobretudo estes
jovens na flor da idade, durante o dia?
A resposta foi aterradora:
_ Esperam pela noite, para eles, todas
as noites são iguais àquela que ontem constatou!
E fiquei-me, na minha confusão,
interrogando-me como é possível tal coisa?
E, o meu interlocutor, um dono de um
café, continuou:
_ Essa rua de que fala é uma pálida
imagem de outras ruas – e disse-me os nomes – desta Cidade do Porto que conheço
bem. Aí, são umas dezenas mas naquelas são às centenas! Ah! E os motivos são os
mais díspares e, até, há muitos, talvez a maior parte, que não saberão
dizer-lhe o motivo que têm para viver assim!
Não sei se voltarei a este tema mas,
assumo uma vez mais, o meu propósito ontem enunciado:
Não
adormecer um único dia, no sossego e conforto do meu lar ou onde estiver, sem
pedir à Mãe comum e Rainha de todos os portugueses, que lance um olhar
carinhoso por estes filhos e súbditos seus.
ama
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