A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A.
O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Para ver, clicar SFF.
O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Evangelho: Mt 18, 12-35
12 «Que vos parece? Se alguém tiver cem
ovelhas, e uma delas se extraviar, porventura não deixa as outras noventa e
nove no monte, e vai em busca daquela que se extraviou? 13 E, se
acontecer encontrá-la, digo-vos em verdade que se alegra mais por esta, do que
pelas noventa e nove que não se extraviaram. 14 Assim, não é a
vontade de vosso Pai que está nos céus que pereça um só destes pequeninos. 15
«Se teu irmão pecar contra ti, vai e corrige-o entre ti e ele só. Se te ouvir,
ganhaste o teu irmão. 16 Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo
uma ou duas pessoas, para que pela palavra de duas ou três testemunhas se
decida toda a questão. 17 Se não as ouvir, di-lo à Igreja. Se não
ouvir a Igreja considera-o como um gentio e um publicano. 18 «Em
verdade vos digo: Tudo o que ligardes sobre a terra, será ligado no céu; e tudo
o que desligardes sobre a terra, será desligado no céu. 19 «Ainda
vos digo que, se dois de vós se unirem entre si sobre a terra a pedir qualquer
coisa, esta lhes será concedida por Meu Pai que está nos céus. 20
Porque onde se acham dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio
deles». 21 Então, aproximando-se d'Ele Pedro, disse: «Senhor, até
quantas vezes poderá pecar meu irmão contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete
vezes?». 22 Jesus respondeu-lhe: «Não te digo que até sete vezes,
mas até setenta vezes sete. 23 «Por isso, o Reino dos Céus é
comparável a um rei que quis fazer as contas com os seus servos. 24
Tendo começado a fazer as contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil
talentos. 25 Como não tivesse com que pagar, o seu senhor mandou que
fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo o que tinha, e se saldasse a
dívida. 26 Porém, o servo, lançando-se-lhe aos pés, suplicou-lhe:
“Tem paciência comigo, eu te pagarei tudo”. 27 E o senhor,
compadecido daquele servo, deixou-o ir livre e perdoou-lhe a dívida. 28
«Mas este servo, tendo saído, encontrou um dos seus companheiros que lhe devia
cem denários e, lançando-lhe a mão, sufocava-o dizendo: “Paga o que me deves”. 29
O companheiro, lançando-se-lhe aos pés, suplicou-lhe: “Tem paciência comigo, eu
te pagarei”. 30 Porém ele recusou e foi mandá-lo meter na prisão,
até pagar a dívida. 31 «Os outros servos seus companheiros, vendo
isto, ficaram muito contristados e foram referir ao seu senhor tudo o que tinha
acontecido. 32 Então o senhor chamou-o e disse-lhe: “Servo mau, eu
perdoei-te a dívida toda, porque me suplicaste. 33 Não devias tu
também compadecer-te do teu companheiro, como eu me compadeci de ti?”. 34
E o seu senhor, irado, entregou-o aos guardas, até que pagasse toda a dívida. 35
«Assim também vos fará Meu Pai celestial, se cada um não perdoar do íntimo do
seu coração ao seu irmão»
HOMILIA DO PAPA PAULO VI
Veneráveis Irmãos e dilectos Filhos,
Tão grande é o Nosso desejo de honrar
a Santíssima Virgem Maria, Mãe de Cristo e, por isso, Mãe de Deus e Mãe nossa,
tão grande é a Nossa confiança na sua benevolência para com a santa Igreja e
para com a Nossa missão apostólica, tão grande é a Nossa necessidade da sua
intercessão junto de Cristo, seu divino Filho, que viemos, peregrino humilde e
confinante, a este Santuário bendito, onde se celebra hoje o cinquentenário das
aparições de Fátima e onde se comemora hoje o vigésimo quinto aniversário da
consagração do mundo ao Coração Imaculado de Maria.
É com alegria que Nos encontramos
convosco, Irmãos e Filhos caríssimos, e que vos associamos à profissão da Nossa
devoção a Maria Santíssima e à Nossa oração, a fim de que seja mais manifesta e
mais filial a comum veneração e mais aceite a Nossa invocação .
Nós vos saudamos, Irmãos e Filhos aqui
presentes, a vós especialmente cidadãos desta ilustre Nação que, na sua longa
história, deu à Igreja homens santos e grandes, e um povo trabalhador e
piedoso; a vós peregrinos, que viestes de perto e também de longe; e a vós
fieis da santa Igreja católica que, de Roma, das vossas terras e das vossas
casas, espalhados por todo o mundo, estais agora espiritualmente voltados para
este altar. A todos, a todos vós Nós saudamos. Estamos agora a celebrar,
convosco e para vós, a santa Missa e, todos juntos, estamos reunidos, como
filhos de una família única, perto da Mãe celeste, para sermos admitidos, durante
a celebração do santo Sacrifício a uma comunhão mais estreita e salutar com
Cristo, nosso Senhor e nosso Salvador.
Não queremos excluir ninguém desta
recordação espiritual, porque é vontade Nossa que todos participem das graças
que estamos agora a impetrar do céu. Todos vós tendes um lugar no Nosso
coração: vós, Irmãos no Episcopado; vós, Sacerdotes e vós, Religiosos e
Religiosas, que, com amor total, vos consagrastes a Cristo; vós, Famílias
cristãs; vós, Leigos caríssimos, que desejais colaborar com o Clero na
propagação do reino de Deus; vós, jovens e crianças, que desejaríamos que
estivésseis todos à nossa volta; e todos vós que vos sentis atribulados e
cansados, vós que sofreis e chorais, e que, certamente, vos recordais como
Cristo vos chama para perto de si, a fim de vos associar à sua paixão redentora
e vos consolar.
O Nosso olhar abrange ainda todos os
cristãos não católicos, mas irmãos nossos ao baptismo; mencionamo-los com
esperança de perfeita comunhão nessa unidade que o Senhor Jesus deseja. E o
Nosso olhar abraça o mundo todo: não queremos que a Nossa caridade tenha
fronteiras e, neste momento, estendemo-la à humanidade inteira, a todos os
Governantes e a todos os Povos da terra. Vós sabeis quais são as Nossas
intenções especiais que desejamos caracterizem esta peregrinação. Vamos
recordá-las aqui, a fim de que inspirem a Nossa oração e sejam luz para todos
aqueles que Nos ouvem.
A primeira intenção é a Igreja: a
Igreja una, santa, católica e apostólica. Queremos rezar, como dissemos, pela sua
paz interior. O concílio Ecuménico despertou muitas energias no seio da Igreja,
abriu perspectivas mais largas no campo da sua doutrina, chamou todos os seus
filhos a uma consciência mais clara, a uma colaboração mais íntima, a um
apostolado mais activo. Queremos firmemente que tão grande benefício e tão
profunda renovação se conservem e se tornem ainda maiores. Que mal seria, se
uma interpretação arbitrária e não autorizada pelo magistério da Igreja
transformasse este renascimento espiritual numa inquietação que desagregasse a
sua estrutura tradicional e constitucional, que substituísse a teologia dos
verdadeiros e grandes mestres por ideologias novas e particulares que visam a
eliminar da norma da fé tudo aquilo que o pensamento moderno, muitas vezes falto
de luz racional, não compreende e não aceita, e que mudasse a ânsia apostólica
de caridade redentora na aquiescência às formas negativas da mentalidade
profana e dos costumes mundanos. Que desilusão causaria o nosso esforço de
aproximação universal, se não oferecesse aos Irmãos cristãos, ainda de nós
separados, e aos homens que não possuem a nossa fé, na sua sincera
autenticidade e na sua original beleza, o património de verdade e de caridade,
de que a Igreja é depositária e distribuidora?
Queremos pedir a Maria uma Igreja
viva, uma Igreja verdadeira, uma Igreja unida, uma Igreja santa. É vontade
Nossa rezar convosco a fim de que as esperanças e energias suscitadas pelo
Concílio, possam trazer-nos em larguíssima escala os frutos daquele Espírito
Santo, que a Igreja amanhã celebra na festa de Pentecostes e do qual provém a
verdadeira vida cristã; esses frutos enumerados pelo Apóstolo Paulo: «
caridade, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,
mansidão e temperança» (Gál. 5, 22). É vontade Nossa rezar a fim de que o culto
de Deus hoje e sempre conserve a sua prioridade no mundo, e a sua lei dê forma
à consciência e aos costumes do homem moderno. A fé em Deus é a luz suprema da
humanidade; e esta luz não só não deve apagar-se no coração dos homens, mas,
pelo contrário, deve reacender-se por meio do estímulo que lhe vem da ciência e
do progresso.
Este pensamento, que anima e estimula
a Nossa oração, leva-Nos a pensar neste momento naqueles países: em que a
liberdade religiosa está praticamente suprimida e onde se promove a negação de
Deus, como se esta representasse a verdade dos tempos novos e a libertação dos
povos. Mas, a verdade é bem diferente. Rezamos por esses países; rezamos pelos
nossos irmãos crentes dessas nações, a fim de que a íntima força de Deus os
sustente e a verdadeira liberdade civil lhes seja concedida.
E, assim, passamos à segunda intenção
deste Nosso peregrinar, intenção que enche a Nossa alma: o mundo, a paz do
mundo.
Sabeis como a consciência da missão da
Igreja no mundo, missão de amor e de serviço, se tornou, no dia de hoje, depois
do Concilio, bem vigilante e bem activa. Sabeis como o mundo se acha numa fase
de grande transformação por causa do seu enorme e maravilhoso progresso, na
consciência e na conquista das riquezas da terra e do universo. Mas, sabeis
também e verificais que o mundo ,não é feliz nem está tranquilo. A primeira
causa desta sua inquietação é a dificuldade que encontra em estabelecer a
concórdia, em conseguir a paz. Tudo parece impelir o mundo para a fraternidade,
para a unidade; no entanto, no seio da humanidade, descobrimos ainda tremendos
e contínuos conflitos. Dois motivos principais tornam, por isso, grave esta
situação histórica da humanidade: ela ,possui um grande arsenal de armas
terrivelmente mortíferas, mas o progresso moral não iguala o progresso
científico e técnico. Além disso, grande parte da humanidade encontra-se ainda
em estado de indigência e de fome, ao mesmo tempo que nela se acha tão desperta
a consciência inquieta das suas necessidades e do bem-estar dos outros. É por
este motivo que dizemos estar o mundo em perigo. Por este motivo, viemos Nós
aos pés da Rainha da paz a pedir-lhe a paz, dom que só Deus pode dar.
Sim, a paz é dom de Deus, que supõe a
intervenção de uma acção do mesmo Deus, acção extremamente boa, misericordiosa
e misteriosa. Mas, nem sempre é dom miraculoso; é dom que opera os seus
prodígios no segredo dos corações dos homens; dom que, por isso, tem
necessidade da livre aceitação, depois de se ter dirigido ao céu, dirige-se aos
homens de todo o mundo: Homens, dizemos neste momento singular, procurai ser
dignos do dom divino da paz. Homens, sede homens. Homens, sede bons, sede
cordatos, abri-vos à consideração do bem total do mundo. Homens, sede
magnânimos. Homens, procurai ver o vosso prestígio e o vosso interesse não como
contrários ao prestígio e ao interesse dos outros, mas como solidários com
eles. Homens, não penseis em projectos de destruição e de morte, de revolução e
de violência; pensai em projectos de conforto comum e de colaboração solidária.
Homens, pensai na gravidade e na grandeza desta hora, que pode ser decisiva
para a história da geração presente e futura; e recomeçai a aproximar-vos uns
dos outros com intenções de construir um mundo novo; sim, um mundo de homens
verdadeiros, o qual é impossível de conseguir se não tem o sol de Deus no seu
horizonte. Homens, escutai, através da Nossa humilde e trémula voz, o eco
vigoroso da Palavra de Cristo: «Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a
terra, bem aventurados os pacíficos, porque serão chamados fìlhos de Deus».
Vede, Filhos e Irmãos, que aqui Nos
escutais, corno o quadro do mundo e dos seus destinos se apresenta aqui imenso
e dramático. É o quadro que Nossa Senhora abre aos Nossos olhos, o quadro que
contemplamos com os olhos aterrorizados, mas sempre confiantes; o quadro do
qual Nos aproximaremos sempre - assim o prometemos - seguindo a admoestação que
a própria Nossa Senhora nos deu: a da oração e da penitência; e, por isso,
queira Deus que este quadro do mundo nunca mais venha a registar lutas,
tragédia e catástrofes, mas sim as conquistas do amor e as vitórias da paz.
Santa missa na basílica de Fátima
Sábado, 13 de Maio de 1967
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