Falávamos antes de luta. Mas a luta
exige treino, uma alimentação adequada, uma terapêutica urgente em caso de
doença, de contusões, de feridas. Os Sacramentos, medicina principal da Igreja,
não são supérfluos: quando se abandonam voluntariamente, não é possível dar um
passo no caminho por onde se segue Cristo. Necessitamos deles como da
respiração, como da circulação do sangue, como da luz, para poder apreciar em
qualquer instante o que o Senhor quer de nós.
A ascética do cristão exige fortaleza;
e essa fortaleza encontra-a no Criador. Nós somos a obscuridade e Ele é
resplendor claríssimo; somos a doença e Ele a saudável robustez; somos a
escassez e Ele a infinita riqueza; somos a debilidade e Ele sustenta-nos, quia
tu es, Deus, fortitudo mea, porque és sempre, ó meu Deus, a nossa fortaleza.
Nada há nesta terra capaz de se opor ao brotar impaciente do Sangue redentor de
Cristo. Mas a pequenez humana pode velar os olhos de modo a que não descortinem
a grandeza divina. Daí a responsabilidade de todos os fiéis e especialmente dos
que têm o ofício de dirigir – de servir – espiritualmente o Povo de Deus, de
não fecharem as fontes da graça, de não se envergonharem da Cruz de Cristo. (Cristo
que passa, 80)
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