12/12/2013

Leitura espiritual para 12 Dez

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.

Evangelho: Mt 9, 1-17

1 Subindo para uma pequena barca, tornou a passar o lago, e voltou para a Sua cidade. 2 Eis que Lhe apresentaram um paralítico que jazia no leito. Vendo Jesus a fé que eles tinham, disse ao paralítico: «Filho, tem confiança, são-te perdoados os teus pecados». 3 Então, alguns dos escribas disseram para consigo: «Este blasfema». 4 Tendo Jesus visto os seus pensamentos, disse: «Porque pensais mal nos vossos corações? 5 Que coisa é mais fácil de dizer: “São-te perdoados os teus pecados”, ou dizer: “Levanta-te e caminha”? 6 Pois, para que saibais que o Filho do Homem tem poder sobre a terra de perdoar pecados», disse então ao paralítico: «Levanta-te, toma o teu leito e vai para a tua casa». 7 E ele levantou-se, e foi para sua casa. 8 Vendo isto, as multidões ficaram possuídas de temor, e glorificaram a Deus por ter dado tal poder aos homens. 9 Partindo Jesus dali, viu um homem chamado Mateus, que estava sentado na banca das cobranças, e disse-lhe: «Segue-Me». E ele, levantando-se, O seguiu. 10 Aconteceu que, estando Jesus sentado à mesa em casa deste homem, vieram muitos publicanos e pecadores, e se sentaram à mesa com Jesus e com os Seus discípulos. 11 Vendo isto, os fariseus diziam aos Seus discípulos: Por que motivo come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores? 12 Jesus, ouvindo isto, disse: «Os sãos não têm necessidade de médico, mas sim os enfermos. 13 Ide, e aprendei o que significa: “Quero misericórdia e não sacrifício”. Porque Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores». 14 Então foram ter com Ele os discípulos de João e disseram-Lhe: «Qual é a razão por que nós e os fariseus jejuamos e os Teus discípulos não jejuam?». 15 Jesus respondeu-lhes: «Porventura podem estar tristes os companheiros do esposo, enquanto o esposo está com eles? Mas virão dias em que lhes será tirado o esposo e então eles jejuarão. 16 Ninguém deita um remendo de pano novo em vestido velho, porque este remendo levaria consigo uma parte do vestido e ficava pior o rasgão. 17 Nem se deita vinho novo em odres velhos; doutro modo rebentam os odres, derrama-se o vinho e perdem-se os odres. Mas deita-se o vinho novo em odres novos; e assim ambas as coisas se conservam».




CAMINHO DE PERFEIÇÃO

CAPÍTULO 29.
Prossegue dizendo os meios a empregar para procurar esta oração de recolhi mento. Diz o pouco em que se há-de ter o ser favorecidas pelos prelados.

1. Fugi, filhas, por amor de Deus, de fazerdes caso destes favores dos prelados. Procure cada uma fazer o que deve e, se o prelado não lho agradecer, segura pode estar que lho pagará e agradecerá o Senhor. Sim; não viemos aqui a buscar prémio nesta vida. Sempre o pensamento no que per, dura, e das coisas de cá de baixo nenhum caso façamos, pois, ainda mesmo para o tempo que se vive, não é durável; hoje, a prelada está bem com uma amanhã, se vir em vós uma virtude a mais, estará melhor convosco; e, se não, pouco fará ao caso. Não deis lugar a estes pensamentos, que às vezes começam por pouco e podem desassossegar-vos muito; atalhai-os, pensando que não é aqui o vosso reino e que bem depressa tudo terá fim.

2. Mas isto mesmo é fraco remédio, e não de muita perfeição. O melhor é que isto assim dure e vos vejais desfavorecida e abatida e queirais continuar a sê-lo por amor do Senhor que está convosco. Ponde os olhos em vós e olhai-vos interiormente, como fica dito; achareis o vosso Mestre, que não vos faltará; mas quanto menos consolações exteriores, mais mercês vos fará. É muito piedoso, e a pessoas aflitas e desfavorecidas jamais falta, se só n'Ele confiam. Assim o diz David: o Senhor está com os atribulados. Ou credes isto, ou não: se o credes, porque vos atormentais?

3. Ó Senhor meu! se deveras Vos conhecêssemos, não se nos daria nada de nada, porque dais muito aos que de todo se querem fiar de Vós! Crede, amigas: grande coisa é entender que isso é verdade, para ver que os favores de cá são todos mentira quando desviam a alma, um tanto que seja, de andar dentro de si. Oh! valha-me Deus! quem vos fizesse entender isto! Não eu, por certo; sei que, devendo eu mais que ninguém, não acabo de o entender, como se deve entender.

4. Pois, tornando ao que dizia, quisera eu saber declarar como esta companhia santa acompanha o nosso Companheiro, o Santo dos Santos, sem impedir a soledade que têm a alma e seu Esposo, quando, dentro de si, ela quer entrar neste paraíso com o seu Deus, e cerra a porta atrás de si a tudo o que é do mundo. Digo «quer», porque entendei que isto não é coisa sobrenatural, senão que está no nosso querer e podemos fazê-lo, com o favor de Deus pois, sem ele, não se pode nada, nem mesmo podemos ter um bom pensamento. Porque isto não é silêncio das potências; é encerramento delas dentro da própria alma.

5. Vai-se ganhando isto de muitas maneiras, como está escrito em alguns livros: temos de nos desocupar de tudo para nos chegarmos interiormente a Deus e, ainda nas mesmas ocupações, retirarmo-nos em nós mesmos. Ainda que seja só por um momento, aquele recordar de que tenho companhia dentro de mim, é de grande proveito. Enfim, vamo-nos acostumando a gostar que não é mister falar-Lhe em voz alta, porque Sua Majestade dará a sentir como está ali.

6. Desta sorte, rezaremos vocalmente com muito sossego e livrar-nos-emos de trabalhos; porque, por pouco tempo que nos esforcemos a nós mesmos para estar junto deste Senhor, Ele nos entenderá por sinais, de maneira que, se havíamos de dizer muitas vezes o «Pai Nosso, bastará uma só para nos entender. É muito amigo de nos tirar trabalho; ainda mesmo que numa hora não o digamos mais que uma vez, logo que entendamos que estamos com Ele, e o que Lhe pedimos, e a vontade que Ele tem de nos dar, e com que boa vontade está connosco, não é amigo de que estejamos a partir a cabeça falando-Lhe muito.

7. O Senhor o ensine às que não o sabem, que eu por mim confesso que nunca soube o que era rezar com satisfação até que o Senhor me ensinou este modo. E sempre encontrei tanto proveito neste costume de me recolher dentro de mim, que isto me fez alongar tanto.
Concluo dizendo que, quem o quiser adquirir- pois, como digo, está na nossa mão -, não se canse de se acostumar ao que fica dito, que é assenhorear-se pouco a pouco de si mesmo, não se perdendo de balde, mas sim ganhando-se a si para si, porque é tirar proveito dos seus sentidos para a vida interior. Se falar, procure lembrar-se que tem dentro de si mesmo com quem falar; se ouvir, lembre-se que deve ouvir a quem de mais perto lhe fala. Enfim, terem conta que pode, se quiser, não se apartar nunca de tal companhia, e pesar-lhe quando, por muito tempo, deixa a seu Pai sozinho, pois necessita d'Ele. Se puder, muitas vezes ao dia; se não puder, sejam poucas. Logo que se acostume, sairá com lucro, ou mais cedo ou mais tarde. Depois que o Senhor lho der, não o há-de querer trocar por nenhum tesouro.

8. Pois nada se aprende sem um pouco de trabalho, por amor de Deus, irmãs, dai por bem empregado o cuidado que nisto dispensardes; e eu sei que, se o tiverdes, em um ano e talvez em meio, saireis com lucro, com o favor de Deus. Vede quão pouco tempo para tão grande ganho, ou seja, o de pôr um bom fundamento para que, se o Senhor vos quiser levantar a grandes coisas, encontre em vós disposição, achando-vos junto de Si. Praza a Sua Majestade não consinta que nos apartemos da Sua presença, amen.

CAPÍTULO 30.
Diz quanto importa entender o que se pede na oração. Trata destas palavras do «Pater Noster»: «Santificetur nomen tuum, adveniat regnum tuum». Aplica-as à oração de quietude e começa a explicá-la.

1. Quem haverá, por disparatado que seja, que, quando pede alguma coisa a uma pessoa de respeito, não leve já pensado como lhe há-de pedir para que a contente e não lhe seja molesto, e o que lhe vai pedir, e para que necessita o que lhe há-de dar, especialmente se pede coisa assinalada, como a que nos ensina a pedir o nosso bom Jesus? Uma coisa, me parece, é para notar: Não poderíeis, Senhor meu, concluir com uma palavra e dizer: «Dai-nos, Pai, o que nos convém» pois, para quem tão bem entende tudo, não parece fora preciso dizer mais?

2. Ó Sabedoria eterna! Entre Vós e Vosso Pai isto bastava, e assim pedistes no Horto; mostrastes a Vossa vontade e temor, mas entregastes-Vos à Sua. Mas conheceis-nos, Senhor meu, e sabeis que não estamos tão rendidos como Vós o estáveis à vontade de Vosso Pai, e vistes que era mister pedir coisas determinadas, para que nos detivéssemos a ver se é bem a nosso gosto o que pedimos e, não sendo, não Lho peçamos. Porque, segundo a nossa maneira de ser, se não nos dão o que queremos, com este livre alvedrio que temos, não admitiremos o que o Senhor nos der, porque, ainda que seja melhor, enquanto não nos vemos com o dinheiro nas mãos, nunca julgamos ver-nos ricos.

3. Oh! valha-me Deus! o que faz ter tão adormecida a fé para uma e outra coisa, que nunca acabamos de entender quão certo teremos o castigo, nem como certo é o prémio! Por isso é bem, filhas, que entendais o que pedis no «Pai Nosso», para que, se o Pai Eterno vo-lo der, não Lhe vireis a cara e pensai muito bem se vos convém e, se não, não Lho peçais, mas pedi que Sua Majestade vos ilumine; porque estamos cegos e com fastio para comer os manjares que vos hão-de dar a vida, e não para os que hão-de levar à morte, e que morte tão perigosa e tão para sempre!

4. Pois diz o bom Jesus que digamos estas palavras em que pedimos que venha a nós um tal reino: «Santificado seja o Vosso nome, venha a nós o Vosso reino».
Agora vede, filhas, que sabedoria tão grande a do Nosso Mestre! Considero eu aqui, e é bem que entendais o que pedimos com este reino. Como Sua Majestade viu que, conforme ao poucochinho que podemos por nós mesmos, não podíamos santificar, nem louvar, nem engrandecer, nem glorificar, este santo nome do Pai Eterno, de maneira a que se fizesse como é de razão, se Sua Majestade não providenciasse dando-nos aqui o Seu reino, o bom Jesus pôs assim estas duas petições uma ao pé da outra, para que entendamos, filhas, o que pedimos, e quanto importa para nós importunar por isso e fazer o que pudermos para contentar a Quem no-lo há-de dar. Quero dizer-vos aqui o que entendo. Se com isto não vos contentardes, fazei vós outras considerações: licença nos dará o nosso Mestre, .logo que em tudo nos sujeitemos ao que ensina a Igreja; e assim o faço eu aqui.

5. Ora, pois, o grande bem que me parece a mim que há no reino do Céu, com outros muitos, é o de já não ter cuidado com coisa alguma da terra, mas um sossego e glória em si mesmos, um alegrar-se que se alegrem todos, uma paz perpétua, uma grande satisfação no íntimo de si mesmos, que lhes vem de ver que todos santificam e louvam ao Senhor, e bendizem o Seu nome e ninguém O ofende. Todos O amam e a própria alma não atende a outra coisa senão a amá-lO, nem pode deixar de O amar, porque O conhece. E assim O amaríamos aqui, ainda que sem ser com esta perfeição, nem totalmente; mas se O conhecêssemos, ama-lO-íamos muito por outro modo de que O amamos.

6. Parece que vou dizer que devemos ser anjos para Lhe fazer esta petição e rezar bem vocalmente. Bem o quisera o nosso divino Mestre, pois tão alta petição nos manda pedir; e é bem certo que não nos disse para pedir coisas impossíveis, que possível seria, com o favor de Deus, chegar a isto uma alma ainda neste desterro, embora não na mesma perfeição em que estão as que saíram deste cárcere, porque andamos no mar e trilhamos este caminho; mas há momentos em que, de cansados de andar, o Senhor os põe num sossego de potências e quietude da alma, em que, como por sinais, lhes dá claramente a entender ao que sabe o que o Senhor dá àqueles a quem leva ao Seu reino. E àqueles a quem lhes dá aqui, como pedimos, dá-lhes penhores para que eles tenham grande esperança de ir gozar perpetuamente do que aqui lhe dá a tragos.
Se não dissésseis que trato de contemplação, vinha aqui bem a propósito falar nesta petição um pouco do princípio da pura contemplação, que aqueles que a têm chamam oração de quietude; mas, como digo que trato de oração vocal, parece não dizer uma coisa com a outra a quem não 0 souber, e eu sei que diz. Perdoai-me, que o quero dizer, porque sei que muitas pessoas, rezando vocalmente - como já foi dito - as levanta Deus, sem elas entenderem como, a subida contemplação. Conheço uma pessoa que nunca pode ter senão oração vocal e junto com esta tinha tudo; e, se assim não rezava, ficava-lhe o entendimento tão perdido, que não o podia sofrer. Mas, tal como esta, tivéssemos todas a nossa oração mental! Em certos «Pai nossos» que ela rezava em honra das vezes com que o Senhor derramou sangue - e em mais um pouco que rezava -se ficava algumas horas. Veio uma vez ter comigo muito contristada, que não sabia ter oração mental, nem podia contemplar, mas só rezava vocalmente. Perguntei-lhe o que rezava e vi que, junto com o «Pai Nosso», tinha pura contemplação, e o Senhor a levantava até juntá-la consigo em união; e bem se percebia em suas obras receber tão grandes mercês, porque preenchia muito bem a vida. Assim, louvei ao Senhor e tive inveja da sua oração.
Se isso é verdade, - como o é -, não penseis, os que sois inimigos de contemplativos, que estais livres de o ser, se rezais as orações vocais como se devem rezar, tendo a consciência limpa.


santa teresa de jesus

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