A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Evangelho: Mt 8, 18-34
18 Vendo-Se
Jesus rodeado por uma grande multidão, ordenou que passassem para a outra
margem do lago. 19 E, aproximando-se um escriba, disse-Lhe: «Mestre,
eu seguir-Te-ei para onde quer que fores». 20 Jesus disse-lhe: «As
raposas têm tocas, e as aves do céu ninhos; porém, o Filho do Homem não tem
onde reclinar a cabeça». 21 Um outro dos Seus discípulos disse-Lhe:
«Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai». 22 Jesus, porém,
respondeu-lhe: «Segue-Me, e deixa que os mortos sepultem os seus mortos». 23
Subindo para uma barca, seguiram-n'O os Seus discípulos. 24 E eis
que se levantou no mar uma grande tempestade, de modo que as ondas alagavam a
barca; Ele, entretanto, dormia. 25 Aproximaram-se d'Ele os discípulos,
e acordaram-n'O, dizendo: «Senhor, salva-nos, que perecemos!». 26
Jesus, porém, disse-lhes: «Porque temeis, homens de pouca fé?». Então,
levantando-Se, ordenou imperiosamente aos ventos e ao mar, e seguiu-se uma
grande bonança. 27 Eles admiraram-se, dizendo: «Quem é Este, a quem
até os ventos e o mar obedecem?». 28 Quando Jesus chegou à outra
margem do lago, à região dos gadarenos, vieram-Lhe ao encontro dois
endemoninhados, que saíam dos sepulcros. Eram tão ferozes que ninguém ousava
passar por aquele caminho. 29 E puseram-se a gritar, dizendo: «Que
tens Tu connosco, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?». 30
Estava não longe deles uma vara de muitos porcos, que pastavam. 31
Os demónios suplicaram a Jesus: «Se nos expulsas daqui, manda-nos para aquela
vara de porcos». 32 Ele disse-lhes: «Ide». Eles, saindo, entraram
nos porcos, e imediatamente toda a vara se precipitou, com ímpeto, de um
despenhadeiro, no mar e morreram nas águas. 33 Os pastores fugiram,
e indo à cidade, contaram tudo o que se tinha passado com os possessos do
demónio. 34 Então toda a cidade saiu ao encontro de Jesus e, quando
O viram, pediram-Lhe que se retirasse do seu território.
CAMINHO DE PERFEIÇÃO
CAPÍTULO 27.
Trata do grande
amor que o Senhor nos mostrou nas primeiras palavras do «Pai Nosso», e o muito
que importa não fazer nenhum caso da nobreza de linhagem as que deveras querem
ser filhas de Deus.
1. «Pai Nosso, que
estais nos Céus».
Oh! Senhor meu,
como pareceis Pai de tal Filho e como o Vosso Filho parece filho de tal Pai!
Bendito sejais para todo o sempre! No fim da oração, não seria já tão grande,
Senhor, esta mercê? Mas logo, em começando, nos encheis as mãos e fazeis tão
grande mercê que seria grande bem o encher-se dela o entendimento para ocupar a
vontade de modo a que não pudesse dizer palavra.
Oh! Que bem viria
aqui, filhas, a contemplação perfeita! Oh! com quanta razão entraria em si a
alma a fim de melhor poder subir acima de si mesma para que este santo Filho
lhe desse a entender qual é o lugar onde diz que está Seu Pai, que é nos Céus!
Saiamos da terra, filhas minhas, que, mercê como esta, não é razão que se tenha
em tão pouco, que depois de entender quão grande é, nos fiquemos na terra.
2. Ó Filho de Deus
e Senhor meu! Como dais tantos bens juntos logo à primeira palavra? Já que Vós
mesmo Vos humilhais em tão grande extremo até juntar-Vos connosco a pedir, e
fazer-Vos irmão de coisa tão baixa e miserável, como é que ainda nos dais, em
nome do Vosso Pai, tudo o que se pode dar, pois quereis nos tenha por filhos, e
a Vossa palavra não pode faltar?; Assim O obrigais a cumpri-Ia, o que não é
pequeno encargo, pois, sendo Pai, nos há-de sofrer, por graves que sejam as
ofensas. Se tornamos a Ele como o filho pródigo, terá de perdoar, de nos consolar
em nossos trabalhos, de nos sustentar, como fará um Pai, que forçosamente há-de
ser melhor que todos os pais do mundo, porque n'Ele não pode haver senão a
perfeição de todo o bem e, depois de tudo isto, fazer-nos participantes e
herdeiros convosco.
3. Vede, Senhor
meu, visto que, com o amor que nos tendes e com a Vossa humildade, nada se Vos
põe diante, enfim, Senhor, estais na terra e revestido dela, tendes a nossa
natureza, tendes assim algum motivo, parece, para olhar ao nosso proveito; vede
que o Vosso Pai está no Céu, Vós o dizeis: razão é, pois, que olheis por Sua
honra. Já que Vos tendes oferecido fi a ser desonrado por amor de nós, deixai
livre o Vosso Pai; não O obrigueis a tanto por gente tão ruim como eu, que tão
mal agradecida Lhe há-de ser.
4. O Bom Jesus!
com que clareza mostrastes ser uma mesma coisa com Ele e que a Vossa vontade é
a Sua, e a d'Ele a Vossa! Que confissão tão clara, Senhor meu! Que amor é esse
que nos tendes! Andastes rodeando e encobrindo ao demónio que sois Filho de Deus,
e com o grande desejo que tendes do nosso bem, nada se Vos põe diante para nos
fazerdes tão grande mercê. Quem a podia fazer senão Vós, Senhor? Não sei como o
demónio, nesta palavra, não entendeu quem éreis, sem lhe ficarem dúvidas. Ao
menos bem vejo, meu Jesus, que falastes como Filho dilecto, em Vosso nome e no
nosso, e sois poderoso para que se faça no Céu o que dizeis na terra. Bendito
sejais para sempre, Senhor meu, que tão amigo sois de dar, que nada se vos põe
na frente.
5. Não vos parece,
filhas, que é bom este Mestre, para nos mover a que aprendamos com gosto o que
nos ensina, pois começa fazendo-nos tão grande mercê? E não vos parece agora
que haverá razão, ainda mesmo que digamos vocalmente esta palavra - Pai Nosso -
para a deixarmos de entender com o entendimento e assim se faça em pedaços o
nosso coração ao ver tanto amor? Pois, que filho há no mundo que não procure
saber quem é seu pai, quando o tem bom e de tanta majestade e senhorio? Ainda
se o não fora, não me espantaria que não nos quiséssemos dar a conhecer por
filhos, porque anda o mundo de tal sorte que, se o pai é de mais baixa condição
que o filho, este não se tem por honrado em o reconhecer por pai.
6. Isto não vem
para aqui, porque, nesta casa, praza a Deus nunca haja lembrança duma coisa
destas; seria um inferno! A que for mais, tenha menos a seu pai na boca: todas
hão-de ser iguais.
Oh! Colégio de
Cristo em que tinha mais mando São Pedro, com ser pescador e assim o quis o
Senhor, que São Bartolomeu que era filho de rei! Sabia Sua Majestade o que se
havia de passar no mundo a respeito de quem era de melhor terra, o que não é
outra coisa senão debater se será melhor para adobes ou para taipas. Valha-me
Deus! que grande trabalho este em que andamos! Deus vos livre, irmãs, de
semelhantes contendas, ainda que seja a brincar. Espero em Sua Majestade que
assim fará. E, quando alguma coisa disto houvesse em alguma, ponha-se-lhe logo
o remédio e ela tema não ser um Judas entre os Apóstolos; dêem-lhe penitências
até que entenda que nem mesmo terra muito vil merecia ser.
Tendes bom Pai,
que vos dá o Bom Jesus. Não se conheça aqui outro para se falar dele. E
procurai, minhas filhas, ser tais que mereçais consolar-vos com Ele e
lançar-vos em seus braços. Já sabeis que não vos afastará de Si, se fordes boas
filhas; quem, pois, não procurará não perder tal Pai?
7. Oh! valha-me
Deus! quanto tendes aqui com que vos consolar; mas para não me alongar mais,
quero deixá-lo aos vossos entendimentos; que, por desbaratado que ande o
pensamento, entre tal Filho e tal Pai, forçosamente há-de estar o Espírito
Santo; que Ele enamore vossa vontade, e vo-la prenda tão grandíssimo amor, se
para isto não bastar tão grande interesse.
CAPÍTULO 28.
Declara o que é
oração de recolhimento e dá alguns meios para se acostumarem a ela.
1. Agora vede o
que diz o vosso Mestre: «Que estais no Céu».
Pensais que
importa pouco saberdes que coisa é o Céu e onde se deve procurar vosso
Sacratíssimo Pai? Pois eu digo-vos que, para entendimentos distraídos, importa
muito, não só crer nisto, mas procurar entendê-lo por experiência, porque é uma
das coisas que muito prende o entendimento e faz recolher a alma.
2. Já sabeis que
Deus está em toda a parte. Ora está claro que, onde está o rei, ali está, como
dizem, a corte. Enfim, onde está Deus, é o Céu. Sim; sem dúvida o podeis crer:
onde está Sua divina Majestade, está toda a glória. Vede que Santo Agostinho
diz que O buscava em muitas partes e O veio a encontrar dentro de si mesmo.
Pensais que importa pouco a uma alma distraída entender esta verdade e ver que,
para falar a seu Eterno Pai, não precisa de ir ao Céu, nem para se consolar com
Ele é mister falar em voz alta? Por muito baixo que fale, está tão perto que
nos ouvirá; nem é preciso asas para ir em busca d'Ele; basta pôr-se em
recolhimento e olhá-lO dentro de si mesma, e não se estranhar de tão bom
Hóspede; mas falar-Lhe com grande humildade, como a um pai; pedir-lhe como a
pai, contar-Lhe os seus trabalhos, pedir-Lhe remédio para eles, entendendo que
não é digna de ser Sua filha.
3. Deixe-se de uns
acanhamentos que têm algumas pessoas e pensam ser humildade. Sim; não está a
humildade em que, se o rei vos faz uma mercê, não a recebais, mas em aceitá-la
e entender quão excessiva é e alegrai-vos com ela. Engraçada humildade, que eu
tenha ao Imperador do Céu e da terra em minha casa, que a ela vem para me fazer
mercê e recrear-se comigo, e, por humildade, não Lhe queira responder nem estar
com Ele, nem aceitar o que me dá, senão que O deixe só! E estando-me a dizer e
a rogar que Lhe peça, por humildade eu fique pobre, e mesmo O deixe ir, por ver
que não acabo de me determinar!
Não cuideis,
filhas, saber destas humildades, mas tratai com Ele como a pai e como a irmão e
como a Senhor e como a Esposo; às vezes de uma maneira, outras vezes de outra,
que Ele vos ensinará o que deveis fazer para O contentar. Deixai-vos de ser
tolas; pedi a palavra e falai-Lhe, pois é vosso Esposo, que vos trate como tal.
4. Por este modo
de rezar, ainda que seja vocalmente, recolhe-se o pensamento com muita mais
brevidade e é oração que traz consigo muitos bens. Chama-se de recolhimento,
porque a alma recolhe todas as potências e entra dentro de si com o seu Deus e
o seu divino Mestre vem ensiná-la e dar-lhe oração de quietude, com mais brevidade
que de qualquer outro modo. Porque, metida consigo mesma, pode pensar na Paixão
e representar ali ao Filho e oferecê-lO ao Pai e não cansar o entendimento
andando-O a buscar no monte Calvário, no Horto e atado à Coluna.
5. Aquelas que
desta maneira se puderem encerrar neste pequeno céu da nossa alma, onde está
Aquele que o fez, e também a terra, e se acostumarem a não olhar nem estar onde
se distraiam estes nossos sentidos exteriores, creiam que levam excelente
caminho e que não deixarão de chegar a beber a água da fonte, porque caminham
muito em pouco tempo. É como quem vai num navio que, com um pouco de bom vento,
se põe no fim da viagem em poucos dias, e os que vão por terra tardam mais.
6. Estes, como se
diz, já se fizeram ao mar; pois, ainda que de todo não tenham deixado a terra,
naquele momento fazem o que podem para livrar-se dela, recolhendo os seus
sentidos em si mesmos. Se é verdadeiro o recolhimento, sente-se muito
claramente, porque produz um certo efeito que não sei como dar a entender, mas
quem o tiver o entenderá. É que a alma vê que todas as coisas deste mundo não
são mais do que um jogo e levanta-se, por assim dizer. Ergue-se, na melhor
altura, e faz como aqueles que entram num castelo forte, a fim de não temerem
os contrários. É um retirar-se os sentidos destas coisas exteriores e dar-lhes
de mão de tal maneira que, sem saber como, se lhe cerram os olhos para não as
ver e para mais se despertar a vista dos da alma.
Assim, quem vai
por estes caminhos, quase sempre que reza, tem fechados os olhos e é admirável
costume para muitas coisas, pois é fazer-se força para não olhar as de cá da
terra. Isto, ao princípio, porque depois não é preciso; maior a terá então de
fazer para os abrir. Parece que se vê a alma fortalecer-se e esforçar-se à
custa do corpo, e que o deixa só e enfraquecido, e ela abastece-se ali para ir
contra ele.
7. E, ainda que a
princípio não se entenda isto por não ser tanto - pois há mais e menos neste
recolhimento -, se nos acostumamos (embora a princípio dê trabalho, porque o
corpo pugna pelos seus direitos, sem entender que bate em si mesmo não se dando
por vencido), se o fazemos alguns dias e assim nos esforçamos, ver-se-á claramente
o ganho e, em começando a rezar, logo se entenderá que as abelhas vêm para a
colmeia e entram nela para fabricar o mel, e isto sem cuidado da nossa parte. É
que o Senhor quis, em paga do tempo que tiveram esse cuidado, haja merecido
ficar a alma e a vontade com tal senhorio que, em fazendo sinal, sem mais, de
se querer recolher, lhe obedeçam os sentidos e se acolham a ela. E, embora
depois tornem a sair, é uma grande coisa terem-se já rendido, porque saem como
cativos e escravos e não fazem o mal que antes poderiam fazer; e, em voltando a
chamá-los a vontade, vêm com mais presteza, até que, com muitas destas entradas,
o Senhor quer que se fiquem já de todo em contemplação perfeita.
8. Entenda-se bem
isto que fica dito, porque, embora pareça obscuro, o entenderá quem o quiser
pôr por obra.
Assim, caminham
por mar; e, pois tanto nos vaiem não ir tão devagar, falemos um pouco de como
nos acostumaremos a tão bom modo de proceder. Estão mais a coberto de muitas
ocasiões; pega-se-lhes mais depressa o fogo do amor divino porque, com um
poucochinho que soprem com o entendimento, como estão junto do mesmo fogo, uma
centelhazita que lhes toque, a alma toda se abrasará. Como não há embaraços do
exterior, a alma está a sós com o seu Deus, tem grandes disposições para se
entender.
9. Façamos, pois,
de conta que dentro de nós há um palácio de enormíssima riqueza, todo feito de ouro
e pedras preciosas, enfim, como sendo para tal Senhor, e vós sois parte para
que este edifício seja tal, como na verdade é; pois não há edifício de tanta
formosura como uma alma limpa e cheia de virtudes, e quanto maiores mais
resplandecem as pedras, e neste palácio está este grande Rei, que houve por bem
ser vosso Pai, e está em trono de grandíssimo preço, que é o vosso coração.
10. Parecerá isto,
a princípio, coisa impertinente - digo, o fazer esta ficção para vo-la dar a
entender - e poderá ser que aproveite muito, a vós em especial; porque, como
nós as mulheres não temos letras, tudo isto é preciso para que entendamos com
verdade que dentro de nós há outra coisa mais preciosa, sem comparação alguma,
que o que vemos por fora. Não nos imaginemos ocas e vazias interiormente. E
praza a Deus sejam só as mulheres que andem com este descuido, pois tenho por
impossível, se tivéssemos cuidado de nos lembrarmos que temos dentro de nós tal
Hóspede, que nos déssemos tanto às coisas do mundo, porque veríamos como são
baixas, em comparação das que dentro possuímos. Pois, que outra coisa faz uma
fera que, em vendo o que lhe contenta a vista, farta a sua fome na presa? Sim,
que alguma diferença há-de haver entre ela e nós!
11. Rir-se-ão
talvez de mim, e dirão que isto está bem de ver, e terão razão; porque para mim
foi isto obscuro durante algum tempo. Bem compreendia que tinha alma, mas o que
merecia esta alma, e Quem estava dentro dela, não o entendia, porque eu mesma
me tapava os olhos com as vaidades da vida para o não ver. Que, a meu parecer,
se eu então entendera, como agora entendo, que neste pequenino palácio da minha
alma cabe tão grande Rei, não O deixara tantas vezes só, algumas ter-me-ia
ficado com Ele; mais, procuraria que não estivesse tão suja. Mas, que coisa de
tanta admiração! Quem enchera mil mundos e muitos, muitos mais com a Sua
grandeza, encerrar-se em coisa tão pequena! É que, em verdade, como é o Senhor,
traz consigo a liberdade e, como nos ama, faz-se à nossa medida.
12. Quando uma
alma começa, a fim de que ela não se alvorote vendo-se tão pequena para conter
em si tanta grandeza, o Senhor não Se dá a conhecer até que a vá alargando
pouco a pouco, conforme ao que entende é mister para o que nela quer pôr. Por
isso digo que traz consigo a liberdade, pois tem o poder de tornar grande todo
este palácio. O ponto está em que Lho demos como Seu, com toda a determinação,
e Lho desembaracemos, para que possa pôr e tirar como em coisa própria. E tem
razão Sua Majestade; não Lha neguemos. Como Ele não quer forçar a nossa
vontade, toma o que Lhe damos, mas não Se dá a Si de todo, até que de todo nos
demos a Ele.
Isto é coisa certa
e, porque importa muito, eu vo-lo recordo tantas vezes; nem opera na alma, como
quando de todo, sem embaraços, é Sua, nem sei como possa operar: é amigo de
todo o concerto. Ora, se enchemos o palácio de gente baixa e de bagatelas, como
há-de caber o Senhor com a Sua corte? Muito faz em estar um poucochinho entre
tanto embaraço.
13. Pensais,
filhas, que vem sozinho? Não vedes o que diz Seu Filho: «que estais nos Céus?»
Pois, a um tal Rei, certamente que não o deixam só os cortesãos; mas estão com
Ele rogando-Lhe por todos nós, em proveito nosso, porque estão cheios de
caridade. Não penseis que é como cá na terra que, se um senhor ou prelado
favorece a alguém para algum fim, ou porque assim quer, logo são as invejas e o
ser malquisto o pobre do homem, sem nada Ter feito aos demais.
santa teresa de
jesus
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