Pecaria por ingenuidade quem
imaginasse que as exigências da caridade cristã se cumprem facilmente. É bem
diferente o que nos diz a experiência, quer no âmbito das ocupações habituais
dos homens, quer, por desgraça, no âmbito da Igreja. Se o amor não nos
obrigasse a calar, cada um de nós teria muito que contar de divisões, de
ataques, de injustiças, de murmurações e de insídias. Temos de o admitir com
simplicidade, para tratar de aplicar, pela parte que nos corresponde, o remédio
oportuno, que se há-de traduzir num esforço pessoal por não ferir, por não
maltratar, por corrigir sem deixar ninguém esmagado.
(…) Sinto-me inclinado agora a pedir
ao Senhor – se quiserdes unir-vos a esta minha oração – que não permita que na
sua Igreja a falta de amor semeie joio nas almas. A caridade é o sal do
apostolado dos cristãos; se perde o sabor, como poderemos apresentar-nos ao
mundo e explicar, de cabeça erguida, que aqui está Cristo? (Amigos
de Deus, 234)
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