28/11/2013

Leitura espiritual para 28 Nov 2013

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Jo 19, 25-42

25 Estavam, de pé, junto à cruz de Jesus, Sua mãe, a irmã de Sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. 26 Jesus, vendo Sua mãe e, junto dela, o discípulo que amava, disse a Sua mãe: «Mulher, eis o teu filho». 27 Depois disse ao discípulo: «Eis a tua mãe». E, desde aquela hora, o discípulo recebeu-a na sua casa. 28 Em seguida, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: «Tenho sede».29 Havia ali um vaso cheio de vinagre. Então, os soldados, ensopando no vinagre uma esponja e atando-a a uma cana de hissopo, chegaram-Lha à boca. 30 Jesus, tendo tomado o vinagre, disse: «Tudo está consumado!». Depois, inclinando a cabeça, entregou o espírito. 31 Os judeus, visto que era o dia da Preparação, para que os corpos não ficassem na cruz no sábado, porque aquele dia de sábado era de grande solenidade, pediram a Pilatos que lhes fossem quebradas as pernas e fossem retirados. 32 Foram, pois, os soldados e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro com quem Ele havia sido crucificado. 33 Mas, quando chegaram a Jesus, vendo que já estava morto, não Lhe quebraram as pernas, 34 mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança e imediatamente saiu sangue e água. 35 Quem foi testemunha deste facto o atesta, e o seu testemunho é digno de fé e ele sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis. 36 Porque estas coisas sucederam para que se cumprisse a Escritura: “Não Lhe quebrarão osso algum”. 37 E também diz outro passo da Escritura: “Hão-de olhar para Aquele a quem trespassaram”. 38 Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, ainda que oculto por medo dos judeus, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu-o. Foi, pois, e tomou o corpo de Jesus. 39 Nicodemos, aquele que tinha ido anteriormente de noite ter com Jesus, foi também, levando uma composição de quase cem libras de mirra e aloés. 40 Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-n'O em lençóis com perfumes, segundo a maneira de sepultar usada entre os judeus. 41 Ora, no lugar em que Jesus foi crucificado, havia um horto e no horto um sepulcro novo, em que ninguém tinha ainda sido sepultado. 42 Por ser o dia da Preparação dos judeus e o sepulcro estar perto, depositaram ali Jesus.



VIDA
CAPÍTULO 40.

5. Estando uma vez nas Horas com todas as irmãs, de pronto se recolheu minha alma, e pareceu-me ser toda ela como um claro espelho. Não havia costas, nem lados, nem alto, nem baixo que não fosse tudo claridade; e no centro dela se me representou Cristo Nosso Senhor, como O costumo ver. Parecia-me que em todas as partes da minha alma O via tão clara- mente como num espelho, e esse espelho - não sei dizer como - também se esculpia todo no mesmo Senhor por uma comunicação muito amorosa que eu não saberei explicar.
Sei que esta visão me serve de grande proveito de cada vez que dela me recordo, em especial quando acabo de comungar: Deu-se-me a entender que, estar uma alma em pecado mortal, é cobrir-se este espelho de densa névoa e ficar muito negro, e assim nele não se pode reflectir, nem ver este Senhor, embora esteja sempre presente dando-nos o ser. Com os hereges é como se o espelho, estivesse quebrado, o que é muito pior que obscurecido. É muito diferente, o como se vê, do como se diz, porque mal se pode dar a entender. Mas tem-me feito muito proveito e grande pesar das vezes que, com minhas culpas, obscureci a minha alma de modo, a não ver este Senhor.
6. Parece-me proveitosa esta visão às pessoas que, se dão ao recolhimento, para as ensinar a considerar o Senhor no mais íntimo da sua alma. Esta consideração prende mais e é muito mais frutuosa do que considera-1'O fora de si, como de outras vezes tenho dito. Nalguns livros de oração está escrito que é onde se há-de buscar a Deus; em especial o diz o glorioso Santo Agostinho, que nem nas praças nem nos conventos, nem em parte alguma onde O buscava, O encontrava, como dentro de si. E isto é claramente o melhor, pois não é necessário ir ao Céu, nem procurar mais longe nem fora de nós mesmos; porque é cansar o espírito e distrair a alma, e não com tanto fruto.
7. Uma coisa quero advertir aqui, para se alguém a tiver, que acontece nos grandes arrobamentos . Passado aquele momento em que a alma está em união (que tem as potências totalmente absortas, e isto dura pouco como tenho dito), acontece ficar a alma recolhida e até sem poder voltar a si no exterior, mas as duas potências, memória e entendimento, ficam quase com frenesim, muito desatinadas. Isto, digo, acontece algumas vezes, especialmente nos princípios. Penso que isto procede de não poder sofrer a nossa fraqueza natural tanta força de espírito e enfraquece a imaginação. Sei que isto sucede a algumas pessoas. Parecer-me-ia bom que se esforçassem a deixar, por então, a oração e a tivessem em outra altura, recuperando assim aquele tempo de oração que perdem, mas que não seja por junto, porque daí poderá advir muito mal. Disto há experiência e de quão acertado é olhar ao que pode a nossa saúde.
8. Em tudo é preciso experiência e mestre porque, chegada a alma a estes termos, oferecer-se-ão muitas coisas em que é mister ter com quem o tratar. E, se buscando mestre não o achar, o Senhor não lhe faltará, pois não me faltou a mim sendo eu a que sou. Porque creio haver poucos que tenham chegado a ter experiência de tantas coisas; e se não a têm, debalde dão remédio à alma sem a inquietar e afligir. Mas isto também tomará o Senhor em conta, e assim o melhor é tratá-lo (como já tenho dito de outras vezes, e, até mesmo tudo quanto agora digo, que não me lembro bem se já o disse porquanto, vejo que importa muito), em especial se são mulheres que tratem estas coisas com o confessor. E há muitas mais mulheres de que homens a quem o Senhor faz estas mercês, e isto ouvi ao santo Frei Pedro de Alcântara (e também o tenho visto eu) que dizia que, neste caminho, aproveitavam elas muito mais que os homens, e dava disto excelentes razões, que não há para que dizê-las aqui, todas em favor das mulheres.
9. Estando uma vez em oração, representou-se-me muito brevemente (sem ver coisa alguma formada, mas foi representação feita com toda a clareza) como se vêem em Deus todas as coisas e como Ele as contém todas em Si. Saber escrever como isto foi, eu não sei, mas ficou muito impresso na minha alma, e é uma das grandes mercês que o Senhor metem feito e das que mais me fizeram confundir e envergonhar, recordando-me os pecados que cometi.
Creio que, se o Senhor fosse servido de que eu visse isto noutros tempos, e que o vissem os que O ofendem, não teriam coração nem atrevimento para o fazer. Pareceu-me [ter, visto o que, segue] sem eu poder, no entanto, afirmar que vi alguma coisa; digo-o desde já. Qualquer coisa sé deve ver porém, pois eu poderei dar esta comparação; mas é por modo tão subtil e delicado, que o entendimento não o deve alcançar, ou será que eu não me sei entender nestas visões, que não parecem imaginárias, e em algumas, alguma coisa de imagem deve haver. Mas, como é estando a alma em arroubamento, as potências não o sabem depois reproduzir como ali: o Senhor lho representa e quer que o gozem.
10. Digamos, pois, que a Divindade é como um muito claro diamante, muito maior que todo o mundo, ou como um espelho - conforme disse da alma na outra visão, à excepção de ser por um modo tão sublime; que eu não o saberei encarecer - e que tudo o que fazemos se vê neste diamante, sendo ele de maneira que encerra tudo em si, porque não há nada que saia fora desta grandeza. Coisa espantosa foi para mim ver, em tão breve espaço, tantas coisas juntas neste claro diamante, e lastimosíssima coisa é, cada vez que me recordo, ver que coisas tão feias; como eram meus pecados, se reflectiam naquela límpida claridade. E assim é que, quando me recordo, não sei como o posso suportar, e fiquei então tão envergonhada que me parece não sabia onde me meter.
Oh! quem pudesse dar isto a entender aos que muito desonestos è feios pecados fazem, para que se lembrem que não são ocultos e que, com razão, os sente Deus, e pois tão em presença de Sua Majestade eles se fazem, e tão desacatadamente nos havemos diante d'Ele!
Vi com quanta razão se merece o inferno por um só pecado mortal; porque não se pode entender quão gravíssima coisa é cometê-lo diante de tão grande Majestade, e como são alheias, a quem Ele é, coisas semelhantes. E assim se vê mais a Sua misericórdia, pois conhecendo nós tudo isto, Ele nos sofre.
11. Isto tem-me feito considerar que, se uma visão como esta assim deixa espantada a alma, o que será o dia do juízo, quando esta Majestade claramente se nos mostrar e virmos as ofensas que Lhe temos feito? Oh! Valha-me Deus, que cegueira, esta que eu .tenho trazido! Muitas vezes me tenho espantado disto que tenho escrito, e não se espante V Mercê, senão de como ainda vivo vendo estas coisas e vendo-me a mim. Seja bendito para sempre Quem tanto me tem sofrido.
12. Estando uma vez em oração com muito recolhimento, suavidade e quietude, parecia-me estar rodeada de anjos e muito perto de Deus. Comecei a suplicar a Sua Majestade pela Igreja. Deu-se-me a entender o grande proveito que, nos últimos tempos, há-de fazer uma Ordem e a fortaleza com que seus filhos hão-de sustentar a Fé.
13. Estando uma vez rezando perto do Santíssimo Sacramento, apareceu-me um Santo cuja Ordem tem estado um tanto decaída: Tinha nas mãos um grande livro, abriu-o e disse-me que lesse umas letras, que eram grandes e muito legíveis e diziam assim: Nos tempos vindouros florescerá esta Ordem; haverá muitos mártires.
14. Outra vez, estando no Coro em Matínas, representaram-se-me e se puseram diante dos olhos seis ou sete religiosos que me parece seriam desta mesma Ordem; com espadas na mão. Penso que nisto se dá a entender que hão-de defender a Fé; porque, de outra vez, estando em oração, se me arrebatou o espírito e pareceu-me estar num grande campo onde muitos combatiam, e estes, os desta Ordem, pelejavam com grande fervor. Tinham os rostos formosos e abrasados e deitavam muitos por terra, vencidos, e a outros matavam. Parecia-me que esta batalha era contra os hereges.
15. A este glorioso Santo tenho visto algumas vezes, e tem-me dito algumas coisas, e agradecido a oração que faço pela sua Ordem e prometido de me encomendar ao Senhor. Não declaro as Ordens, para que não se agravem outras; se o Senhor for servido que se saiba, Ele o declarará. Mas cada Ordem, ou cada membro de per si, havia de procurar que, por seu meio fizesse o Senhor tão ditosa a sua Ordem que, em tão grande necessidade, como agora tem a Igreja, a servissem. Ditosas vidas que nisto se acabarem!
16. Pediu-me, uma vez, uma pessoa, que suplicasse eu a Deus lhe desse a entender se seria do Seu serviço aceitar um bispado. Disse-me o Senhor, acabando eu de comungar: Quando entender com toda a verdade e clareza que o verdadeiro senhorio é não possuir coisa alguma, então o poderá aceitar, dando a entender que, quem tiver de ter prelazias, há-de estar muito longe de as desejar e querer, ou, pelo menos, não as há-de procurar.
17. Estas mercês e outras muitas tem feito o Senhor e faz mui de contínuo a esta pecadora que, parece-me, não há necessidade de as dizer, pois pelo já dito se pode conhecer minha alma e o espírito que o Senhor me tem dado. Seja bendito para sempre, que tanto cuidado tem tido de mim!
18. Disse-me Ele uma vez, consolando-me com muito amor, que não me afligisse, pois nesta vida não podíamos estar sempre num mesmo estado. Umas vezes teria fervor e outras vezes estaria sem ele; umas com desassossego e outras com quietude e tentações, mas que esperasse n'Ele e não temesse.
19. Estava eu um dia pensando se seria apego o gostar de estar com as pessoas com quem trato da minha alma e ter-lhes amor, e aos que vejo muito servos de Deus, pois me consolava com eles. Disse-me o Senhor que, se a um enfermo, que está em perigo de morte, julga que lhe dá saúde um médico, não é virtude deixar de lhe agradecer e de não lhe ter amizade. Que teria eu feito se não fosse pela ajuda destas pessoas? A conversação dos bons não danifica, mas que as minhas palavras fossem sempre pesadas e santas, e não deixasse de tratar com eles, pois antes me seria de proveito que dano. Consolou-me isto muito, porque algumas vezes parecendo-me apego, quereria não os tratar de todo. Sempre, em todas as coisas, me aconselhava este Senhor, até dizer-me como me havia de haver com os fracos e com algumas pessoas. Jamais se descuida de mim.
20. Algumas vezes estou aflita de me ver de tão pouco préstimo em Seu serviço e de ver que, por força, hei-de ocupar mais tempo do que queria, com corpo tão fraco e ruim como é o meu. Estava eu uma vez em oração e chegou a hora de ir dormir. Estava com muitas dores, esperava pelo vómito do costume. Como me vi tão atada por mim mesma e o espírito, por outra parte, querendo tempo para si, vi-me tão atribulada, que comecei a chorar muito e a afligir-me.
Isto não foi só uma vez, mas muitas - como digo - que me dava, me parece, uma tal zanga contra mim mesma, que então me aborreço em forma. Mas o normal é entender de mim que não tenho aborrecimento nem falto ao que vejo me é necessário. E praza ao Senhor que não tome muito mais do que é preciso, que é o que eu farei.
Desta vez que digo, estando nesta pena, me apareceu o Senhor e me consolou muito e me disse que fizesse eu estas coisas por amor d'Ele e passasse por elas, pois a minha vida era agora necessária. E assim me parece que nunca me vi em pena, depois que estou determinada a servir com todas as minhas forças a este Senhor e Consolador meu, que, embora me deixasse padecer um pouco, não me consolasse, de maneira que não faço nada em desejar trabalhos.
E assim, agora me parece que não tenho razão para viver senão para isto. E é o que de melhor vontade peço a Deus, e digo-Lhe, algumas vezes, com toda ela: Senhor, ou morrer ou padecer; não Vos peço outra coisa para mim. Dá-me consolo ouvir o relógio, porque me parece que isso me aproxima um pouquito mais de ver a Deus, pois vejo já passada aquela hora da vida.

santa teresa de jesus


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