24/11/2013

Leitura espiritual para 24 Nov 2013

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Jo 17, 1-26

17 1 Assim falou Jesus; depois, levantando os olhos ao céu, disse: «Pai, chegou a hora: Glorifica o Teu Filho, para que Teu Filho Te glorifique a Ti 2 e, pelo poder que Lhe deste sobre toda a criatura, dê a vida eterna a todos os que lhe deste. 3 Ora a vida eterna é esta: Que Te conheçam a Ti como o único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo a Quem enviaste. 4 Glorifiquei-Te sobre a terra; acabei a obra que Me deste a fazer. 5 E agora, Pai, glorifica-Me junto de Ti mesmo, com aquela glória que tinha em Ti antes que houvesse mundo. 6 «Manifestei o Teu nome aos homens que Me deste do meio do mundo. Eram Teus e Tu Mos deste; e guardaram a Tua palavra. 7 Agora sabem que todas as coisas que Me deste vêm de Ti, 8 porque lhes comuniquei as palavras que Me confiaste; eles as receberam, e conheceram verdadeiramente que Eu saí de Ti e creram que Me enviaste. 9 «É por eles que Eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que Me deste, porque são Teus. 10 Todas as Minhas coisas são Tuas e todas as Tuas coisas são Minhas; e neles sou glorificado. 11 Já não estou no mundo, mas eles estão no mundo, e Eu vou para Ti. Pai Santo, guarda em Teu nome aqueles que Me deste para que sejam um, assim como Nós. 12 Quando Eu estava com eles, os guardava em Teu nome. Conservei os que Me deste; nenhum deles se perdeu, excepto o filho da perdição, cumprindo-se a Escritura. 13 Mas agora vou para Ti e digo estas coisas, estando ainda no mundo, para que eles tenham em si mesmos a plenitude da Minha alegria.1 4 Dei-lhes a Tua palavra, e o mundo odiou-os, porque não são do mundo, como também Eu não sou do mundo. 15 Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do mal. 16 Eles não são do mundo, como Eu também não sou do mundo. 17 Santifica-os na verdade. A Tua palavra é a verdade. 18 Assim como Tu Me enviaste ao mundo, também Eu os enviei ao mundo. 19 Por eles Eu santifico-Me a Mim mesmo, para que também sejam santificados na verdade. 20 «Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que hão-de acreditar em Mim por meio da sua palavra, 21 para que todos sejam um, como Tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti, para que também eles sejam um em Nós, a fim de que o mundo acredite que Me enviaste. 22 Dei-lhes a glória que Me deste, para que sejam um, como também Nós somos um: 23 Eu neles e Tu em Mim, para que a sua unidade seja perfeita e para que o mundo conheça que Me enviaste e que os amaste como Me amaste. 24 Pai, quero que, onde Eu estou, estejam também comigo aqueles que Me deste, para que contemplem a Minha glória, a glória que Me deste, porque Me amaste antes da criação do mundo .25 Pai justo, o mundo não Te conheceu, mas Eu conheci-Te e estes conheceram que Me enviaste. 26 Dei-lhes e dar-lhes-ei a conhecer o Teu nome, a fim de que o amor com que Me amaste, esteja neles e Eu neles».


VIDA
CAPÍTULO 38.

10. Estando nisto, vejo sobre minha cabeça uma pomba; bem diferente das de cá, porque não tinha penas, senão que as asas eram de umas conchinhas que despediam de si grande resplendor. Era grande, maior que uma pomba normal. Parece-me que ouvia o ruído que ela fazia com as asas. Estaria adejando pelo espaço de uma Ave-Maria. Já a alma estava de tal sorte que, perdendo-se a si de si, a perdeu de vista.
Acalmou-se o espírito com tão bom Hóspede, que, segundo meu parecer, mercê tão maravilhosa o devia desassossegar e espantar; e logo que a começou a gozar, perdeu o medo e começou a quietação com o gozo, ficando em arroubamento.
11. Foi grandíssima a glória deste arroubamento. Fiquei o resto desta Páscoa tão desatinada e tonta, que não sabia que fazer de mim, nem como cabia em mim tão grande favor e mercê. Não ouvia nem via, por assim dizer, com o grande gozo interior. Desde aquele dia percebi ficar com grandíssimo aproveitamento no mais subido amor de Deus e as virtudes muito mais fortalecidas. Seja Ele bendito e louvado para sempre. Ámen.
12. De outra vez vi a mesma pomba sobre a cabeça de um padre da Ordem de São Domingos, salvo que me pareceu que se estendiam muito mais os raios e resplendores das mesmas asas. Deu-se-me a entender que havia de levar almas para Deus.
13. Outra vez vi estar Nossa Senhora pondo uma capa, muito branca ao Presentado desta mesma Ordem, de quem tenho falado algumas vezes.
Disse-me Ela que, pelo serviço que ele Lhe tinha feito em ajudar a que fizesse esta casa, lhe dava aquele manto em sinal de que; daí em diante, guardaria a sua alma limpa e não cairia em pecado mortal. Eu tenho por certo que assim foi; porque daí a poucos anos morreu, e a vida que viveu foi de tanta penitência e a morte com tanta santidade, que, tanto quanto se pode conhecer, não há que pôr isto em dúvida. Disse-me um frade, que tinha assistido à sua morte, que, antes de expirar, disse-lhe que estava com ele S. Tomás. Morreu com grande gozo e desejo de sair deste desterro. Depois, tem-me aparecido algumas vezes com muita glória e dito algumas coisas. Tinha tanta oração, quando morreu, que, embora se quisesse dispensar dela pela grande fraqueza em que estava, não podia, porque tinha muitos arroubamentos. Escreveu-me pouco antes de morrer a perguntar de que meio se teria de servir, porque, quando acabava de dizer Missa, ficava em arroubamento muito tempo, sem o poder evitar. Deu-lhe Deus, no fim, o prémio do muito que O tinha servido toda a sua vida.
14. Do Reitor da Companhia de Jesus, de quem algumas vezes fiz menção, tenho visto algumas coisas das grandes mercês que o Senhor lhe fazia, que, para não me alongar, não as escrevo aqui. Aconteceu-lhe uma vez um grande trabalho em que foi muito perseguido e viu-se muito aflito. Estando eu um dia ouvindo Missa, vi Cristo na cruz, à elevação da Hóstia. Disse-me algumas palavras para que lhas dissesse, de consolação, e outras, prevenindo-o do que estava por vir e lembrando-lhe o que Ele tinha padecido por ele .e que se preparasse para sofrer. Deu-lhe isto muita consolação e ânimo, e tudo se passou depois, como o Senhor me disse.
15. Dos da Ordem deste Padre, que é da Companhia de Jesus, e de toda a Ordem junta, tenho visto grandes coisas. Vi-os no Céu com bandeiras brancas nas mãos algumas vezes e; como digo, outras coisas tenho visto deles de muita admiração; e assim tenho esta Ordem em grande veneração, porque os tenho tratado muito e vejo que se conforma a sua vida com o que o Senhor me tem dado a entender deles.
16. Estando uma noite em oração, começou-me o Senhor a dizer algumas palavras, trazendo-me com elas à memória quão má tinha sido minha vida, que me faziam grande confusão e pena. Porque, embora não sejam ditas com rigor, causam uma mágoa e pena, que me desfazem. Sente-se com uma palavra destas, maior aproveitamento em conhecermo-nos a nós mesmos que em muitos dias em que consideremos a nossa miséria; porque cada uma traz em si esculpida uma tal verdade que não a podemos negar. Representou-me as afeições que eu, com tanta vaidade, havia tido e disse-me que tivesse em muito o Ele querer, e em admitir que Lhe fosse dedicada uma amizade que tão mal se havia gasto como a minha.
Outras vezes disse-me que me lembrasse do tempo em que parecia que eu tinha por honra ir contra a Sua. E ainda em outras, que me recordasse do que eu Lhe devia, pois quando Lhe dava maior golpe, estava-me Ele fazendo mercês. Se tinha cometido algumas faltas, e não são poucas, de tal maneira Sua Majestade mas dá a entender, que toda eu parece que me desfaço, e como tenho muitas, é muitas vezes. Quando me acontecia repreender-me o confessor, e eu querer-me consolar na oração, era ali que encontrava a verdadeira repreensão.
17. Voltando ao que dizia: como o Senhor me começou a trazer à memória a minha ruim vida, ao virem-me as lágrimas (como então, segundo me parecia, nada tinha feito), pensei que me quereria fazer alguma mercê. É que, muito de ordinário, quando recebo alguma particular mercê do Senhor, é depois de eu meter primeiro desfeito a mim mesma. Penso que o Senhor o deve assim fazer para que veja bem claro quão longe estou de as merecer.
Pouco depois; foi tão arrebatado o meu espírito que quase me pareceu que estava de todo fora do corpo; pelo menos, não se percebe que se vive nele. Vi a Humanidade Sacratíssima, com tão excessiva glória como jamais a tinha visto. Representou-se-me, por uma notícia admirável e clara, estar Ele metido no seio do Pai. Isto não o saberei eu dizer como é, porque, sem ver, pareceu-me que me via na presença daquela Divindade. Fiquei tão espantada e de tal maneira, que passaram alguns dias, ao que recordo que não podia voltar a mim e sempre me parecia que trazia presente aquela majestade do Filho de Deus, embora não fosse como da primeira vez. Isto bem o entendia eu, senão que fica tão esculpido na imaginação - por breve que tenha sido - que não o pode tirar da lembrança por algum tempo e é de muito consolo e também aproveitamento.
18. Tive esta mesma visão ainda outras três vezes. É, a meu parecer, a mais subida visão que o Senhor me fez mercê de ver e traz consigo grandíssimos proveitos. Parece que purifica a alma de grande modo e tira quase de todo a força a esta nossa sensualidade. É uma grande chama que parece que abrasa e aniquila todos os desejos da vida; porque, como eu, graças a Deus, já não os tinha em coisas vãs, aqui se me declarou bem como tudo era vaidade e quão vãos e quão vãos são os senhorios de cá da terra. É grande ensinamento para levantar os desejos à pura verdade. Deixa impresso um acatamento que não saberei dizer como é, mas muito diferente do que aqui podemos adquirir. Causa grande espanto à alma ver como se atrevem, ou como alguém se pode atrever, a ofender uma Majestade tão imensamente grande.
19. Algumas vezes terei dito estes efeitos de visões e outras coisas, mas já disse também que há mais e menos aproveitamento; desta fica grandíssimo. Quando me aproximava para comungar eme lembrava daquela Majestade grandíssima que tinha visto e via que era Ele que estava no Santíssimo Sacramento (e muitas vezes quer o Senhor que O veja na Hóstia), os cabelos se me arrepiavam e dir-se-ia que toda eu me aniquilava. Ó Senhor meu! se não encobrísseis assim a Vossa grandeza, quem ousaria chegar a unir tantas vezes uma coisa tão suja e miserável com uma tão grande Majestade? Bendito sejais; Senhor! Louvem-Vos os anjos e todas as criaturas, pois assim acomodais as coisas à nossa fraqueza, para que, gozando de tão soberanas mercês, não nos espante o Vosso grande poder, a ponto de que nem mesmo nós atrevêssemos a gozá-las, como gente fraca e miserável.
20. Poderia acontecer-nos o mesmo que sucedeu a um lavrador, e isto eu sei de certeza que se passou assim. Encontrou um tesouro e, como era maior do que cabia em seu ânimo, que era baixo, ao ver-se com ele, deu-lhe uma tal tristeza que, pouco a pouco, veio a morrer de pura aflição e cuidado de não saber o que lhe havia de fazer. Se ele não o tivesse achado assim todo junto, mas pouco a pouco lho fossem dando e sustentando com ele, viveria mais contente do que sendo pobre, e não lhe custaria a vida.
21. Ó Riqueza dos pobres! como sabeis admiravelmente sustentar as almas e, sem que vejam tão grandes riquezas, pouco a pouco lhas ides mostrando!
E assim, quando eu vejo - desde então para cá - uma Majestade tão grande oculta em uma coisa tão pequena como é uma Hóstia, não posso deixar de me admirar de tão grande sabedoria. Não sei mesmo como o Senhor me dá ânimo e esforço para me chegar a Ele; porque se mo não desse, Ele que me tem feito e ainda faz tão grandes mercês, nem seria possível eu poder dissimular a minha admiração nem deixar de dizer em altas vozes tão grandes maravilhas. Que sentirá, pois, uma miserável como eu, carregada de abominações e que com tão pouco temor de Deus tem gasto sua vida, de se ver aproximar a este Senhor de tão grande majestade, quando Ele quer que minha alma O veja? Como há-de juntar uma boca que tantas palavras tem dito contra o mesmo Senhor, àquele Corpo gloriosíssimo, cheio de pureza e piedade? O amor que mostra aquele rosto de tanta formosura com uma tal ternura e afabilidade, magoa e aflige muito mais a alma, por não O ter servido, do que lhe infunde temor a majestade que nele vê.
Mas, que poderia eu sentir das duas vezes que vi isto que adiante digo?
22. Certo é, Senhor meu e glória minha, que estou em dizer que, nestas grandes aflições que sente a minha alma, eu tenho de certo modo feito alguma coisa em Vosso serviço. Ai! que já não sei o que digo, pois quase já não sou eu a falar ao escrever isto! porque me acho perturbada e um tanto fora de mim, por ter trazido de novo à memória estas coisas. Pudera bem dizer, Senhor meu, ter feito alguma coisa por Vós, se este sentimento me viesse de mim; mas como não pode haver bom pensamento se Vós não o dais, não há de que me agradecer: Eu sou a devedora, Senhor, e Vós o ofendido.
23. Chegando-me eu uma vez para comungar, vi com os olhos da alma, mais claro que com os do corpo, dois demónios de mui abominável figura. Parecia-me que, com seus chifres, cingiam a garganta do pobre sacerdote. E na Hóstia que me ia dar, vi o meu Senhor, com a Majestade que tenho dito, posto naquelas mãos, que bem sé Via serem ofensoras Suas. Entendi estar aquela alma em pecado mortal.
Que seria, Senhor meu, ver Vossa formosura entre figuras tão abomináveis? Estavam eles como que amedrontados e espantados diante de Vós, e julgo que de boa vontade fugiriam, se Vós os deixásseis ir. Causou-me tão grande perturbação, que não sei como pude comungar e fiquei com grande temor, parecendo-me que, se fora visão de Deus, não permitiria Sua Majestade que visse o mal que estava naquela alma. Disse-me o mesmo Senhor que rogasse por ele, e que o havia permitido para que eu entendesse a força que tinham as palavras da consagração, e como não deixa Deus de estar ali, por mau que seja o sacerdote que as pronuncia, e para que visse a Sua grande bondade, pondo-se naquelas mãos de Seu inimigo; e tudo para bem meu e de todos.
Entendi bem quanto mais obrigados estão os sacerdotes a ser bons do que outros, e que terrível coisa é receber este Santíssimo Sacramento indignamente, e a que ponto o demónio é senhor da alma que está em pecado mortal. Aproveitou-me isto muitíssimo e deu-me um grande conhecimento do que devia a Deus. Seja bendito para sempre.

santa teresa de jesus


Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.