18/11/2013

Leitura espiritual para 18 Nov 2013

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Jo 13, 1-17

1 Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a Sua hora de passar deste mundo ao Pai, tendo amado os Seus que estavam no mundo, amou-os até ao extremo. 2 Durante a ceia, tendo já o demónio posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, a determinação de O entregar, 3 Jesus, sabendo que o Pai tinha posto nas Suas mãos todas as coisas, que saíra de Deus e voltava para Deus, 4 levantou-Se da mesa, depôs as vestes e, pegando numa toalha, cingiu-Se com ela. 5 Depois deitou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido. 6 Chegou, pois, a Simão Pedro. Pedro disse-Lhe: «Senhor, Tu lavares-Me os pés?».7 Jesus respondeu-lhe: «O que Eu faço, tu não o compreendes agora, mas compreendê-lo-ás depois». 8 Pedro disse-Lhe: «Jamais me lavarás os pés!». Jesus respondeu-lhe: «Se Eu não te lavar não terás parte comigo». 9 Simão Pedro disse-Lhe: «Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça». 10 Jesus disse-lhe: «Aquele que tomou banho não tem necessidade de se lavar, pois todo ele está limpo. Vós estais limpos, mas não todos». 11 Ele sabia quem era o que O ia entregar, por isso disse: «Nem todos estais limpos». 12 Depois que lhes lavou os pés e que retomou as Suas vestes, tendo tornado a pôr-Se à mesa disse-lhes: «Compreendeis o que vos fiz? 13 Chamais-Me Mestre e Senhor, e dizeis bem porque o sou. 14 Se Eu, pois, sendo vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés também vós deveis lavar os pés uns aos outros. 15 Dei-vos o exemplo para que, como Eu vos fiz, assim façais vós também. 16 Em verdade, em verdade vos digo: o servo não é maior do que o seu senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou. 17 Já que compreendeis estas coisas, bem-aventurados sereis se as praticardes.


VIDA
CAPÍTULO 34.

12. Não se espante nem lhe pareçam coisas impossíveis - tudo é possível ao Senhor -, mas procure esforçar a fé e humilhar-se porque, nesta ciência, o Senhor faz porventura mais sábia a uma velhazita do que a ele, embora seja muito letrado. E com esta humildade aproveitará mais às almas e a si, do que em se fazer contemplativo sem o ser. Porque torno a dizer que, se não tem muita experiência e se não tem muita humildade para reconhecer que não o entende, mas que, no entanto, não é coisa impossível, ganhará pouco e dará ainda menos a ganhar a quem dirige. Não haja porém medo: se tem humildade, o Senhor permitirá que não se engane nem um nem outro.
13. Pois este Padre que digo, como o Senhor lhe deu experiência em muitas coisas, tem procurado estudar tudo o que por estudo tem podido saber neste caso, pois é bem letrado. E, o que não entende por experiência, informa-se de quem a tem e, por isso, ajuda-o o Senhor com dar-lhe muita fé e assim tem ele aproveitado muito e feito aproveitar algumas almas e a minha é uma delas. Como o Senhor sabia os trabalhos em que me havia de ver - pois ia levar consigo a alguns que me governavam - parece que Sua Majestade proveu a que ficassem outros que me têm ajudado em trabalhos e feito grande bem. Tem-no mudado o Senhor quase de todo, de maneira que ele quase não se conhece, por assim dizer, e dado forças corporais para a penitência (que antes não tinha, por ser enfermo). Tornou-se animoso para tudo o que é bom e outras coisas, que bem parece ser muito particular chamamento do Senhor. Seja bendito para sempre.
14. Creio que todo o bem lhe vem das mercês que o Senhor lhe tem feito na oração, pois que não são postiças. Já nalgumas coisas quis o Senhor que se tenha exercitado, e sai-se delas como quem tem já conhecida a verdade do mérito que se ganha em sofrer perseguições. Espero na grandeza do Senhor que por meio dele há-de vir muito bem a alguns da sua Ordem e a ela mesma. Já isto se começa a entender. Tenho tido grandes visões, nas quais o Senhor me disse algumas coisas de grande admiração a seu respeito e do Reitor da Companhia de Jesus, de quem tenho falado, e de outros dois religiosos da Ordem de S. Domingos, em especial dum. Pelo seu aproveitamento - provado por obra - também já o Senhor tem dado. a entender algumas dessas coisas que antes eu tinha sabido por Ele. De quem agora falo, tem sido muitas vezes.
15. Uma coisa quero dizer agora aqui. Estava eu uma vez no locutório com ele, e era tanto o amor que a minha alma e espírito entendia que ardia no dele, que me tinha quase absorta, porque considerava as grandezas de Deus, em quão pouco tempo subira uma alma a tão alto estado. Fazia-me grande confusão, porque via-o, com tanta humildade, escutar o que eu dizia em algumas coisas de oração, e que pouca eu tinha em tratar assim com pessoa semelhante. Mas isto o Senhor mo devia sofrer pelo grande desejo que eu tinha de o ver muito adiantado. Fazia-me tanto proveito estar com ele que parece que deixava em minha alma ateada um novo fogo para desejar principiar de novo a servir ao Senhor.
Ó Jesus meu! O que faz uma alma abrasada no Vosso amor! Quanto a deveríamos estimar e suplicar ao Senhor a deixasse nesta vida! Quem tem o mesmo amor, atrás destas almas haveria de andar, se pudesse.
16. Grande coisa é um enfermo achar outro ferido do mesmo mal; muito se consola de ver que não está só; muito se ajudam a padecer e até a merecer; fazem-sé costas e firme apoio se oferecem, já como gente determinada a arriscar mil vidas por Deus e desejam que se lhes ofereça ensejo de as perder. São como soldados que, para ganhar o despojo e fazer-se com ele ricos, desejam que haja guerra; tendo compreendido que não o podem ser senão por aqui, este é o seu ofício: trabalhar. Oh! grande coisa é quando o Senhor dá esta luz de entender o muito que se ganha em padecer por Ele! Não se compreende este bem, enquanto não se deixa tudo, pois quem se atém a alguma coisa, sinal é que a tem em conta. E se a tem em conta, forçosamente lhe há-de pesar de a deixar e já vai tudo imperfeito e perdido. Vem aqui bem a propósito dizer: perdido está quem atrás de perdido anda. E que maior perdição e que maior cegueira; que maior desventura, que ter em muito o que não é nada?
17. Pois, voltando ao que dizia, estando eu em grandíssimo gozo considerando aquela alma, na qual me parece queria o Senhor que eu visse claramente os tesouros que nela tinha depositado, e vendo a mercê que me fizera de que fosse por meu intermédio - achando-me indigna disso -, em muito mais estima tinha eu as mercês que o Senhor lhe fizera e mais as tomava à minha conta do que se fossem feitas a mim, e louvava muito ao Senhor por ver que Sua Majestade ia cumprindo meus desejos e tinha ouvido a minha oração, que era que o Senhor despertasse pessoas semelhantes.
Estando já minha alma que não podia sofrerem si tanto gozo, saiu de si e perdeu-se para mais ganhar. Perdeu as considerações, e deixou de ouvir aquela língua divina, pela qual parece que falava o Espírito Santo, e deu-me um grande arroubamento que me fez quase perder os sentidos, embora durasse pouco tempo. Vi Cristo, com grandíssima majestade e glória, mostrando grande prazer do que ali se passava e assim me disse e quis que eu visse claramente que, em semelhantes práticas, sempre se achava presente e o muito que se serve em que assim se deleitem em falar d'Ele.
Outra vez, estando longe deste lugar, vi os anjos levantarem esse padre com muita glória. Entendi, por esta visão, que ia muito adiante a sua alma. E assim era, pois lhe haviam levantado um falso testemunho bem contra a sua honra, pessoa a quem ele tinha feito muito bem e remediado a honra e a alma. Ele o sofreu com muita alegria e fez outras obras em serviço de Deus e padeceu outras perseguições.
18. Não me parece que convenha agora declarar mais coisas. Se depois parecer a V Mercê, pois que as sabe, poder-se-ão escrever para glória do Senhor. De todas as que tenho dito de profecias que o Senhor me dizia desta casa, e de outras que ainda direi e de mais coisas, todas se têm cumprido; algumas, três anos antes que se dessem e outras em mais e outras em menos tempo. E sempre eu as dizia ao confessor e a esta minha amiga viúva com quem tinha licença de falar, como já disse. Tenho sabido que ela as dizia a outras pessoas e estas sabem que não minto, nem Deus permita que, em nenhuma coisa, quanto mais sendo tão graves, eu use senão de toda a verdade.
19. Tendo morrido um cunhado meu subitamente e estando eu com muita pena por não se ter chegado a confessar, foi-me dito na oração que assim também havia de morrer a minha irmã, que fosse lá e fizesse com que se dispusesse para isso. Disse-o ao meu confessor e, como não me deixava ir, foi-me repetido mais vezes. Ele, como visse isto, disse-me que fosse, pois nada se perderia.
Ela vivia numa aldeia e, como fui sem lhe dizer nada disto, fiz por lhe ir dando a luz que pude em todas as coisas e com que se confessasse muito amiúde e em tudo tivesse conta na sua alma. Era muito boa e assim fez. Desde há quatro ou cinco anos que tinha este costume e muito boa conta com a sua consciência.: Morreu sem ninguém a ver e sem se poder confessar. Bem foi que, como costumava, havia pouco mais de oito dias que se tinha confessado.
A mim deu-me grande alegria quando soube da sua morte. Esteve muito pouco no Purgatório. Não me parece que haveria oito dias, quando, acabando de comungar, me apareceu o Senhor e quis que visse como a levava ao Céu. Em todos estes anos, desde que isto me foi dito até que morreu, não se me olvidava o que se me tinha dado a entender, nem à minha companheira que, logo que a minha irmã morreu, veio ter comigo muito espantada por ver, como se tinha cumprido.
Seja Deus louvado para sempre, que tanto cuidado tem das almas para que se não percam.

CAPÍTULO 35.
Prossegue na mesma matéria da fundação deste mosteiro do glorioso S. José e como ordenou o Senhor que se viesse a guardar nele a santa pobreza. Diz por que voltou de casa daquela senhora em que estava e algumas outras coisas que lhe sucederam.

1. Estando eu, pois, com esta senhora que tenho dito, onde estive mais de meio ano, ordenou o Senhor que tivesse notícia de mim uma beata da nossa Ordem, que vivia a mais de setenta léguas daqui deste lugar, e calhou ela ter de vir para estes lados e rodeou algumas léguas para me falar. Tinha-lhe o Senhor inspirado, no mesmo ano e mês que a mim, que fizesse outro convento desta Ordem; e como lhe deu este desejo, vendeu tudo o que tinha e foi-se até Roma a buscar despacho para isso, a pé e descalça.
2. É mulher de muita penitência e oração e fazia-lhe o Senhor muitas mercês e apareceu-lhe Nossa Senhora mandando-lhe que o fizesse. Levava-me tantas vantagens no servir a Deus, que eu tinha vergonha de estar diante dela. Mostrou-me os despachos que trazia de Roma e, nos quinze dias que esteve comigo, assentámos em como havíamos de fazer estes mosteiros. Até que lhe falei, não tinha vindo a mim notícia de que a nossa Regra - antes da sua mitigação -mandava que se não tivesse nada de próprio, nem eu estava em fundá-lo sem renda. O meu intento era que não tivéssemos cuidado daquilo de que precisássemos para viver e não olhava aos muitos cuidados que traz consigo o ter coisa própria.
Esta bendita mulher, como a ensinava o Senhor, tinha bem entendido, apesar de não saber ler, o que eu, com tanto ter andado a ler as Constituições, ignorava. Logo que tal me disse pareceu-me bem, embora temesse que não mo haviam de consentir, mas sim dizer que eram desatinos e que não fizesse coisas em que padecessem outras por minha causa. A ser eu só, nem pouco nem muito me detivera, antes me era grande consolo pensar em guardar os conselhos de Cristo Senhor Nosso, porque grandes desejos de pobreza já mos havia dado Sua Majestade.
Assim, para mim, não duvidava de ser aquilo o melhor. Dias havia em que eu desejava que fosse possível, ao meu estado, andar pedindo por amor de Deus e não ter casa, nem outra qualquer coisa. Temia, porém, que as demais, se o Senhor não lhes desse estes desejos, vivessem descontentes, e fosse também causa de alguma distracção, porque via alguns mosteiros, pobres, não muito recolhidos. Não olhava a que, o não serem recolhidos era causa de serem pobres, e não a pobreza causa de distracção, porque esta não faz a ninguém mais rico, nem falta Deus jamais a quem O serve. Enfim, a minha fé era fraca, o que não acontecia a esta serva de Deus.
3. Como eu em tudo tomava tantos pareceres, quase a ninguém encontrei deste parecer: nem o confessor, nem os letrados com quem tratava. Davam tantas razões que não sabia que fazer, porque, como eu já sabia a Regra e via ser mais perfeito, não podia resolver-me a ter renda. E se bem que algumas vezes me convenciam, em voltando à oração e olhando a Cristo na cruz, tão pobre e desnudo, não podia levar com paciência o ser rica.
Suplicava-Lhe com lágrimas o providenciasse de maneira a que eu me visse pobre como Ele.
4. Achava tantos inconvenientes em ter renda e via-a ser causa de tanta inquietação e até distracção, que não fazia senão disputar com os letrados. Escrevi ao religioso dominicano que nos ajudava. Enviou-me duas folhas escritas a contradizer e cheias de teologia para que não fizesse o convento sem renda e me dizia que assim o tinha estudado muito. Respondi-lhe que, para não seguir a minha vocação e o voto que tinha feito de pobreza e os conselhos de Cristo com toda a perfeição, não me queria aproveitar da teologia, nem com suas letras me fizesse, neste caso, mercê.
Se encontrava alguma pessoa que me ajudasse, alegrava-me muito. Aquela senhora com quem estava, nisto ajudava-me muito. Alguns, logo a princípio, diziam-me que lhes parecia bem; mas depois, em olhando mais ao caso, achavam tantos inconvenientes que tornavam a insistir muito em que não o fizesse. Dizia-lhes que, se eles mudavam tão depressa de parecer, eu me queria ater ao primeiro.

santa teresa de jesus


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