Dir-me-ás
talvez: e porque havia eu de me esforçar? Não sou eu quem te responde, mas S.
Paulo: o amor de Cristo urge-nos. Todo o espaço de uma existência é pouco para
alargar as fronteiras da tua caridade. Desde os primeiríssimos começos do Opus
Dei, manifestei o meu grande empenho em repetir sem cessar, para as almas generosas
que se decidam a traduzi-lo em obras, aquele grito de Cristo: nisto conhecerão
todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.
Conhecer-nos-ão precisamente por isso, porque a caridade é o ponto de arranque
de qualquer actividade de um cristão. (…)
Queria
fazer-vos notar que, após vinte séculos, ainda aparece com toda a pujança de
novidade o Mandato do Mestre, que é uma espécie de carta de apresentação do
verdadeiro filho de Deus. Ao longo da minha vida sacerdotal, tenho pregado com
muitíssima frequência que, desgraçadamente para muitos, continua a ser novo,
porque nunca ou quase nunca se esforçaram por praticá-lo. É triste, mas é
assim. E não há dúvida nenhuma de que a afirmação do Messias ressalta de modo
terminante: nisto vos conhecerão, que vos amais uns aos outros! Por isso, sinto
a necessidade de recordar constantemente essas palavras do Senhor. S. Paulo
acrescenta: levai os fardos uns dos outros e, desta maneira, cumprireis a lei
de Cristo. Momentos perdidos, talvez com a falsa desculpa de que te sobra
tempo... Se há tantos irmãos, amigos teus, sobrecarregados de trabalho! Com delicadeza,
com cortesia, com um sorriso nos lábios, ajuda-os, de tal maneira que se torne
quase impossível que o notem; e que nem se possam mostrar agradecidos, porque a
discreta finura da tua caridade fez com que ela passasse inadvertida. (Amigos
de Deus, 43–44).
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