A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Evangelho: Lc 19, 28-48
28 Dito isto, ia
Jesus adiante, subindo para Jerusalém. 29 Aconteceu que, quando
chegou perto de Betfagé e de Betânia junto do monte chamado das Oliveiras,
enviou dois dos Seus discípulos, 30 dizendo-lhes: «Ide a essa aldeia
que está em frente e, entrando nela, encontrareis um jumentinho atado em que
nunca montou pessoa alguma; soltai-o e trazei-o. 31 Se alguém vos
perguntar porque o soltais, dir-lhe-eis: Porque o Senhor tem necessidade dele».
32 Partiram, pois, os que tinham sido enviados e encontraram tudo
como o Senhor lhes dissera. 33 Quando desprendiam o jumentinho,
disseram-lhes os seus donos: «Porque soltais esse jumentinho?». 34
Eles responderam: «Porque o Senhor tem necessidade dele». 35
Levaram-no a Jesus. E, lançando sobre o jumentinho os seus mantos, fizeram-n'O
montar em cima. 36 À Sua passagem, as multidões estendiam os seus
mantos no caminho. 37 Quando já ia chegando à descida do monte das
Oliveiras, toda a multidão dos Seus discípulos começou alegremente a louvar a
Deus em altas vozes por todas as maravilhas que tinham visto, 38
dizendo: “Bendito o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas
alturas!”». 39 Então alguns dos fariseus que se achavam entre o
povo, disseram-Lhe: «Mestre, repreende os Teus discípulos». 40 Mas
Ele respondeu-lhes: «Digo-vos que, se eles se calarem, gritarão as pedras». 41
Quando chegou perto, ao ver a cidade, chorou sobre ela, dizendo: 42
«Se ao menos neste dia que te é dado, tu também conhecesses o que te pode
trazer a paz!... Mas agora isto está encoberto aos teus olhos. 43
Porque virão para ti dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras,
te sitiarão, te apertarão por todos os lados,44 te deitarão por
terra a ti e aos teus filhos que estão dentro de ti, e não deixarão em ti pedra
sobre pedra, porque não conheceste o tempo em que foste visitada». 45
Tendo entrado no templo, começou a expulsar os vendedores, 46
dizendo-lhes: «Está escrito: “A Minha casa é casa de oração; e vós fizestes
dela um covil de ladrões”». 47 Todos os dias ensinava no templo. Mas
os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os chefes do povo procuravam
perdê-l'O; 48 porém, não sabiam como proceder, porque todo o povo
estava suspenso quando O ouvia.
CARTA
ENCÍCLICA
CHRISTI MATRI ROSARII
DE
SUA SANTIDADE
PAPA
PAULO VI
AOS
VENERÁVEIS IRMÃOS PATRIARCAS,
PRIMAZES,
ARCEBISPOS, BISPOS
E
A TODOS OS ORDINÁRIOS DO LUGAR
EM
PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA
PARA
A VERDADEIRA E DURADOURA PAZ
Veneráveis
Irmãos,
Saudação
e bênção apostólica
INTRODUÇÃO
1.
Durante o mês de Outubro costuma o povo cristão tecer, quais místicas
grinaldas, a oração do Rosário, à Mãe de Cristo. E nós, que a exemplo de nossos
predecessores aprovamos vivamente essa prática, convidamos neste ano todos os
filhos da Igreja a tributar à Bem-aventurada Virgem, especiais testemunhos de
piedade.
Motivos
de grave apreensão
2.
Adensa-se o perigo de grave e dura calamidade que ameaça a família humana,
pois, especialmente nas regiões da Ásia oriental, combate-se com derramamento
de sangue e lavra guerra cruel. Sentimo-nos, por isso, levados a empreender
novamente e com maior insistência tudo o que está ao nosso alcance, para
garantir a paz. Causam-nos outrossim preocupação as notícias do que, também em
outras regiões do mundo, está acontecendo: corrida sempre maior aos armamentos
nucleares, nacionalismos, racismos, movimentos revolucionários, forçada divisão
dos cidadãos, criminosos atentados, morticínio de pessoas inocentes. Tudo isso
pode ser a centelha de um imane flagelo.
Multiforme e contínua
atividade para manter a paz
3.
Como aos nossos últimos predecessores, também a nós parece ter sido confiada,
pela Providência de Deus, a tarefa especial de conservar e consolidar a paz,
assumindo com trabalho paciente e incansável o dificultoso empenho. Esta
responsabilidade nasce evidentemente do fato de nos ter sido confiada toda a
Igreja que, "vexilo erguido entre as Nações" (cf. Is 11,12), não
busca interesses políticos, mas deve proporcionar ao gênero humano a verdade e
a graça de Jesus Cristo, seu divino Fundador.
4.
Com efeito, desde que assumimos nosso ministério apostólico, nada omitimos para
conservar a paz no mundo, com a oração, o estímulo e a exortação. Além disso,
como bem lembrais, no ano passado, fomos de avião à América do Norte para falar
do desejado bem da paz, à distinta Assembleia das Nações Unidas, onde estavam
representadas quase todas as Nações do mundo; lá admoestamos a que não se
permita mais que sejam alguns inferiores aos outros, mas que, pelo contrário,
contribuam todos com zelo e com a ação para restabelecer a paz. Depois disso,
movidos pela solicitude apostólica, não cessamos de exortar a que se faça todo
o esforço a fim de que seja afastada dos homens uma imane calamidade.
Reunir-se e encaminhar
leais e solícitos tratados de paz
5.
Elevamos agora, mais uma vez, a nossa voz "com grande brado e com
lágrimas" (Hb 5,7) para rogar insistentemente aos governantes, que se
empenhem por não deixar que o incêndio se alastre, antes, por que se extinga
totalmente. Não duvidamos que todos os homens, de qualquer raça, cor, religião
e ordem social, que nutrem desejos de justiça e honestidade, tenham as nossas
mesmas convicções. Portanto, criem os responsáveis as condições necessárias
para que sejam depostas as armas, antes que o precipitar dos acontecimentos
tolha a possibilidade de depô-las. Saibam aqueles em cujas mãos estão as sortes
da família humana, que neste momento lhes incumbe um gravíssimo dever de
consciência. Consultem e examinem a própria consciência, pensando em seus
respectivos povos, no mundo inteiro, em Deus e na história; lembrem-se de que
seus nomes serão benditos pela posteridade, se atenderem com sabedoria a este
nosso apelo. Em nome do Senhor bradamos: detende-vos! É preciso promover
reuniões para se chegar com sinceridade a leais tratados de paz. Este é o
momento de conciliar as divergências, mesmo à custa de qualquer sacrifício ou
prejuízo, para que não aconteça que se tenham de resolver mais tarde com
imensos danos e após dolorosíssimos morticínios. É preciso, todavia,
estabelecer uma paz fundada na justiça e liberdade dos homens, isto é, paz que
leve em consideração os direitos das pessoas e das comunidades, pois, de outra
forma, será uma paz incerta e instável.
A paz, inestimável dom do
Céu
6.
Lembrando, com ânimo comovido e ansioso, essas coisas, sentimos a necessidade,
sugerida pela nossa responsabilidade pastoral, de invocar o auxílio do Céu; ao
Príncipe da paz (Is 9,6) devemos pedir "esse bem tão grande, que entre os
bens da terra e do tempo, nenhum se ouve mencionar com maior agrado, nenhum se
pode ambicionar com maior ardor, nenhum que seja mais perfeito" (Sto.
Agostinho, De civ. Dei 19, 11; PL 41, 637). E porque nos momentos de incertezas
e de angústias a Igreja recorre à intercessão valiosíssima daquela que é sua
Mãe, dirigimos a Maria, veneráveis Irmãos, o nosso e o vosso pensamento, bem
como o de todos os cristãos; Ela, em verdade, como diz Santo Ireneu
"tornou-se a causa da salvação de todo o gênero humano" (Adv. Haer.
3,22; PG 7, 959).
Intercessão valiosa: a de
Maria, Mãe da Igreja e Rainha da paz
7.
Nada nos parece mais oportuno e importante do que elevar ao Céu as súplicas de
toda a cristandade, para invocar a Mãe de Deus, a Rainha da paz, a fim de que,
em tantos sofrimentos e angústias, derrame copiosamente os dons de sua materna
bondade. Desejamos que lhe sejam dirigidas assiduamente intensas orações, a Ela
que, durante o Concílio Ecumênico Vaticano II, com a aprovação dos Padres e do
orbe católico, proclamamos Mãe da Igreja, confirmando solenemente uma verdade
da tradição antiga. De fato, a Mãe do Salvador é "certamente mãe dos seus
membros", como ensinaram Santo Agostinho (De sanct. virg. 6; PL 40, 399),
e com ele, para não citar outros, Santo Anselmo, dizendo: "Que dignidade
maior pode ser conhecida do que a de ser mãe daqueles de quem Cristo se dignou
ser pai e irmão?" (Or. 47; PL 158, 945). Leão XIII, nosso predecessor, a
chamou "Mãe da Igreja, no modo mais real" (Epíst. Enc. Adiutricem
populi christiani, 5 de setembro de 1895; Acta Leon. 15, 1896, p. 302). Não é,
pois, em vão que, angustiados por esta terrível perturbação, colocamos em Maria
nossa esperança.
8.
Uma vez que, aumentando os perigos é preciso que aumente a piedade do povo de
Deus, desejamos, veneráveis Irmãos, que, com vosso exemplo, com vossa
exortação, com vosso estímulo, mais insistentemente se invoque a clementíssima
Mãe do Senhor, durante este mês de outubro, com a devoção do Rosário. Esta
oração, de fato, está ao alcance da mentalidade do povo; é muito agradável à
Virgem e eficacíssima para implorar os dons celestes. Com clara indicação,
embora não expressamente, recomendou o Concílio Ecumênico a todos os filhos da
Igreja, a oração do Rosário, exortando "que estimem grandemente as
práticas e devoções aprovadas pelo Magistério através dos tempos" (Const.
Dogm. Lumen Gentium, 67).
9.
Essa oração não só tem grandíssima eficácia em repelir os males e em afastar as
calamidades, como demonstra claramente a história da Igreja, mas ainda nutre
abundantemente a vida cristã, "antes de tudo, alimenta a fé católica com a
meditação oportuna dos mistérios divinos e eleva a mente às verdades
reveladas" (Pio XI, Carta Enc. Ingravescentibus Malis, 29 de setembro de
1937; AAS XXIX,1937, p. 378).
"Dia de
súplica"; aniversário de um encontro histórico
10.
No mês de Outubro, dedicado à Bem-aventurada Virgem do Rosário, redobrem-se as
orações, multipliquem-se as súplicas para que, por sua intercessão, brilhe
finalmente sobre os homens a aurora da verdadeira paz, também no campo da
religião, que infelizmente, nos dias de hoje, nem todos podem professar
livremente. De modo particular desejamos que o dia 4 de outubro, aniversário de
nossa viagem de paz à Sede das Nações Unidas, seja celebrado este ano em todo o
mundo católico como "dia de súplica pela paz". A vós compete,
veneráveis Irmãos, pela piedade que vos distingue e pela importância do
assunto, que bem conheceis, prescrever sagradascerimônias, para que nesse dia a
Mãe de Deus e da Igreja seja invocada com unânime fervor pelos sacerdotes,
pelos religiosos, pelo povo cristão, e de modo especial pelas crianças ornadas
com a flor da inocência, pelos doentes e pelos que sofrem.
11.
Nós também, na Basílica Vaticana, junto ao sepulcro de Pedro, elevaremos
naquele dia, uma súplica especial à Virgem Mãe de Deus, defesa do nome cristão
e medianeira da paz. Assim, de todos os continentes, ressoando a uma só voz, a
oração da Igreja chegará até ao Céu, pois, como diz Santo Agostinho "na
diversidade das línguas humanas, uma só é a língua da fé dos corações"
(Enarr. in Ps. 54,11; PL 36, 636).
12.
Com clemência de Mãe, olhai, pois, Virgem Santíssima, para todos os vossos
filhos! Vede a ansiedade dos sagrados pastores que temem seja lançada uma
horrenda tempestade de males sobre os rebanhos que lhes estão confiados. Vede
as aflições de tantos homens, pais e mães de família, que, inquietos da própria
sorte e da dos seus, estão angustiados com acerbas preocupações. Mitigai os
sentimentos dos beligerantes e incuti-lhes "pensamentos de paz";
fazei que Deus, vingador da justiça lesada, restitua aos povos, segundo a sua
misericórdia, a desejada tranquilidade e os leve a gozar sempre da verdadeira
prosperidade.
13.
Na doce esperança de que a Mãe de Deus acolha benigna a nossa humilde súplica,
de todo o coração concedemos a vós, veneráveis Irmãos, ao clero e às populações
a vós confiadas, a nossa bênção apostólica.
Dado em Roma, junto de São Pedro, a 15
de Setembro do ano de 1966, quarto de nosso pontificado.
PAULUS PP. VI
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