11/09/2013

Leitura espiritual para 11 Set

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Lc 7, 1-23

1 Tendo terminado este discurso ao povo, entrou em Cafarnaum. 2 Ora um centurião tinha doente, quase a morrer, um servo que lhe era muito querido. 3 Tendo ouvido falar de Jesus, enviou-Lhe alguns anciãos dos judeus a pedir-Lhe que viesse curar o seu servo. 4 Eles, tendo ido ter com Jesus, pediam-Lhe instantemente, dizendo: «Ele merece que lhe faças esta graça, 5 porque é amigo da nossa nação e até nos edificou a sinagoga». 6 Jesus foi com eles. Quando estava já perto da casa, o centurião mandou uns amigos a dizer-Lhe: «Senhor, não Te incomodes, porque eu não sou digno de que entres debaixo do meu tecto. 7 Por essa razão nem eu me achei digno de ir ter contigo; mas diz uma só palavra, e o meu servo será curado. 8 Porque também eu, simples subalterno, tenho soldados às minhas ordens, e digo a um: Vai! e ele vai; e a outro: Vem! e ele vem; e ao meu servo: Faz isto! e ele faz». 9 Jesus, ao ouvir isto, ficou admirado e, voltando-Se para a multidão que O seguia, disse: «Em verdade vos digo que não encontrei tanta fé em Israel». 10 Voltando para casa os que tinham sido enviados, encontraram o servo curado. 11 No dia seguinte foi para uma cidade, chamada Naim. Iam com Ele os Seus discípulos e muito povo.12 Quando chegou perto da porta da cidade, eis que era levado a sepultar um defunto, filho único de uma viúva; e ia com ela muita gente da cidade. 13 Tendo-a visto, o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse-lhe: «Não chores». 14 Aproximou-Se, tocou no caixão, e os que o levavam pararam. Então disse: «Jovem, Eu te ordeno, levanta-te». 15 E o que tinha estado morto sentou-se, e começou a falar. Depois, Jesus, entregou-o à sua mãe. 16 Todos ficaram possuídos de temor e glorificavam a Deus, dizendo: «Um grande profeta apareceu entre nós, e Deus visitou o Seu povo». 17 Esta opinião a respeito d'Ele espalhou-se por toda a Judeia e por toda a região circunvizinha. 18 Os discípulos de João referiam-lhe todas estas coisas. 19 João chamou dois e enviou-os a Jesus a dizer-Lhe: «És Tu o que há-de vir ou devemos esperar outro?» 20 Tendo ido ter com Ele, disseram-Lhe: «João Baptista enviou-nos a Ti, para Te perguntar: “És Tu o que há-de vir ou devemos esperar outro?”». 21 Naquela mesma ocasião Jesus curou muitos de doenças, de males, de espíritos malignos, e deu vista a muitos cegos. 22 Depois respondeu-lhes: «Ide referir a João o que vistes e ouvistes: Os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, aos pobres é anunciada a boa nova; 23 e bem-aventurado aquele que não tiver em Mim ocasião de queda».



CARTA ENCÍCLICA
ECCLESIAM SUAM
DO SUMO PONTÍFICE PAPA PAULO VI
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS
PATRIARCAS, PRIMAZES, ARCEBISPOS, BISPOS
E A TODOS OS ORDINÁRIOS DO LUGAR
AO CLERO E AOS FIÉIS DE TODO O MUNDO
E A TODOS OS HOMENS DE BOA VONTADE
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA
SOBRE OS CAMINHOS DA IGREJA

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Do Concílio de Trento às Encíclicas hodiernas
12. E sabido, além disso, que a Igreja se lançou nestes últimos tempos a estudar-se melhor a si mesma, valendo-se de insignes investigadores, de homens grandes e intelectuais, de escolas teológicas qualificadas, de movimentos pastorais e missionários, de experiências religiosas notáveis e sobretudo de ensinamentos pontifícios dignos de memória.
Levar-nos-ia longe demais, aludir só que fosse, à abundância da literatura teológica, editada no século passado e no actual, que tem por objecto a Igreja. Muito demorado seria igualmente lembrar os documentos que o Episcopado católico e esta Sé Apostólica publicaram sobre tema de tanta amplitude e alcance. A partir do Concílio de Trento, que fez o possível por reparar as consequências da crise que afastou tantos cristãos no século XVI, a doutrina sobre a Igreja contou grandes cultores e consequentemente notáveis progressos. Basta referirmo-nos aqui aos ensinamentos do Concílio Ecuménico Vaticano I neste campo, para compreendermos como o estudo sobre a Igreja solicita a atenção, tanto dos Pastores e Mestres como dos féis e de todos os cristãos. Esse tema é, quase diríamos, fase obrigatória no caminho do conhecimento exaustivo de Cristo e de toda a sua obra, tanto assim que, conforme já foi dito, o Concílio Ecuménico Vaticano II não passa de continuação e complemento do I, precisamente pelo encargo de retomar o exame e aprofundamento da doutrina sobre a Igreja. E, se não dizemos mais, por amor à brevidade, pois falamos a quem muito bem conhece esta matéria, não pouco vulgarizada hoje dentro da Igreja pela catequese e pela espiritualidade, não podemos deixar de nomear com honra dois documentos dignos de particular memória: a Encíclica Satis Cognitum, do Papa Leão XIII (1896) e a Encíclica Mystici Corporis, do Papa Pio XII (1943). Ambos documentos nos oferecem doutrina abundante e luminosa sobre a instituição divina, pela qual Cristo prolonga no mundo a sua obra de salvação, e sobre a qual recai agora o nosso discurso. Baste recordar as palavras iniciais do segundo documento pontifício assinalado, que se tornou, podemos dizer, texto clássico da teologia sobre a Igreja e fonte de meditações espirituais sobre esta obra da misericórdia divina que a todos nós diz respeito. Apraz-nos recordar as palavras magistrais de tão grande predecessor nosso: "A doutrina do Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja, recebida dos lábios do próprio Redentor e que põe na devida luz o grande e nunca assaz celebrado benefício, da nossa íntima união com tão excelsa Cabeça, é de sua natureza tão grandiosa e sublime que chama à contemplação todos os que são movidos pelo Espírito de Deus, e, iluminando as suas inteligências, incita-os eficazmente a obras salutares, consentâneas com a mesma doutrina". (AAS, 35, p. 193-248, ano 1943).

A ciência do Corpo Místico

13. É para ouvirmos este convite, que julgamos poder ainda hoje atrair os nossos espíritos e revelar-nos uma das necessidades fundamentais da vida da Igreja nestes tempos, que hoje o propomos. Cada vez mais instruídos na ciência do Corpo Místico, apreciaremos melhor os sentidos divinos que encerra, fortificando ao mesmo tempo as nossas almas de modo incomparável e dispondo-nos cada vez melhor para a correspondência aos deveres da nossa missão e às necessidades dos homens. Nem nos parece difícil aumentar em nós esta ciência, quando por um lado observamos, como dizíamos, o florescimento enorme de estudos que têm por objecto a santa Igreja, e sabemos por outro que é sobre ela que mais se fixa o olhar do Concílio Ecuménico Vaticano II. Queremos, neste momento, tributar um elogio bem sentido àqueles investigadores, que, especialmente nos últimos anos, se dedicaram ao estudo eclesiológico com perfeita docilidade ao magistério católico e genial capacidade de pesquisa e de expressão. Consagraram-lhe árduas, contínuas e frutuosas canseiras e apresentaram múltiplos esclarecimentos da doutrina sobre a Igreja, alguns de alto valor e de grande utilidade, trabalhando quer nas escolas teológicas e na discussão científica e literária, quer na apologia e na divulgação, e ainda na assistência espiritual às almas dos féis e no colóquio com os irmãos separados.
Temos esperança que a obra do Concílio, assistida pela luz do Espírito Santo, será continuada e levada a bom termo com tal docilidade às suas inspirações divinas, com tal esforço na indagação profunda e completa do pensamento original de Cristo e dos seus necessários e legítimos progressos no tempo, com tal esforço para tornar as verdades divinas não espada para dividir os espíritos, em discussões estéreis ou em cisões fastidiosas, mas laço para os unir e os levar a maior clareza e concórdia, que a obra do Concílio reverterá inteiramente em glória de Deus, alegria da Igreja e edificação do mundo.

A videira e os ramos

14. Abstemo-nos deliberadamente de pronunciar qualquer juízo, nesta Encíclica, sobre os pontos doutrinais relativos à Igreja, apresentados ao exame do Concílio, que nos compete presidir: a tão alta e autorizada reunião queremos por agora deixar liberdade de estudo e de palavra, reservando ao nosso múnus apostólico, de mestre e pastor colocado à frente da Igreja de Deus, o momento e modo de exprimir o nosso juízo. Sentiremos muita alegria se o pudermos apresentar em plena conformidade com os Padres conciliares.
Mas não podemos deixar de aludir de algum modo aos frutos, que esperamos hão-de provir tanto do Concílio como do esforço a que nos referíamos, que a Igreja deve realizar para conseguir consciência mais plena e vigorosa de si mesma. São esses frutos que temos agora em vista no nosso ministério apostólico, enquanto iniciamos os trabalhos, doces e ingentes ao mesmo tempo, que são, por assim dizer, o programa do nosso pontificado, e vo-lo expomos, Veneráveis Irmãos, com bastante brevidade mas sinceramente, esperando que nos queirais ajudar a pô-lo em execução mediante o vosso conselho, a vossa adesão e o vosso concurso. Pensamos que, patenteando-vos o nosso espírito, o patenteamos a todos os féis da Igreja de Deus e que o eco da nossa voz chegará mesmo aos que se encontram para além dos confins definidos do redil de Cristo.
15. O primeiro fruto da tomada de consciência mais profunda da Igreja quanto a si mesma é a descoberta renovada da sua relação vital com Cristo, coisa bem conhecida, mas fundamental, indispensável, e nunca suficientemente compreendida, meditada e pregada. Que se deveria dizer sobre este capítulo central de todo o nosso património religioso? Felizmente, vós já conheceis bem esta doutrina, nem nós agora lhe acrescentaremos nada, simplesmente a recomendação de a terdes sempre presente como objecto principal e como directriz tanto da vossa vida espiritual como da vossa pregação. Mais que a nossa palavra exortatória, valerá a do nosso mencionado predecessor na sobredita Encíclica Mystici Corporis: "É necessário que nos habituemos a ver a Cristo na Igreja. Pois é Cristo quem vive na sua Igreja, quem por ela ensina, governa e confere a santidade, é também Cristo quem se manifesta de vários modos nos seus vários membros da sua sociedade" (AAS, 35,1943, p. 238). Muito agradável nos seria deter-nos nas reminiscências da Sagrada Escritura, dos Santos Padres, dos Doutores e dos Santos que afluem ao nosso espírito, quando reconsideramos este ponto luminoso da nossa fé. Não nos diz o próprio Jesus que ele é a videira e nós os sarmentos? (cf. Jo l5, lss). Não se apresenta à nossa mente toda a doutrina riquíssima de São Paulo, que não se cansa de nos recordar: "Vós sois uma só coisa em Cristo Jesus" (Gl 3,28) e de nos recomendar: "...cresçamos em tudo em direcção àquele que é a cabeça, Cristo, pelo qual todo o corpo... realiza o seu crescimento" (Ef 4,15-16) e de nos lembrar: "...Cristo é tudo em todos"? (Cl 3,11). Baste-nos recordar, entre os mestres, a Santo Agostinho: "... alegremo-nos e demos graças por termos sido feitos não só cristãos, mas Cristo. Entendeis, Irmãos, compreendeis a misericórdia de Deus para connosco? Admirai, alegrai-vos: fomos feitos Cristo. Pois, se Ele é a cabeça, nós somos os membros, homem completo somos Ele e nós... Logo a plenitude de Cristo constituem-na a cabeça e os membros. Que vem a ser a cabeça e os membros? Cristo e a Igreja" (In Jo. tract. 21,8: PL 35,1568).

O mistério da Igreja

16. Bem sabemos que é um mistério, é o mistério da Igreja. Se nós, com a ajuda de Deus, fixarmos o olhar da alma neste mistério, conseguiremos muitos benefícios espirituais, aqueles exactamente que agora julgamos mais necessários para a Igreja. A presença de Cristo, mais, a própria vida dele, tornar-se-á operante em cada uma das almas e no conjunto do Corpo Místico, pelo exercício da fé viva e vivificante, que fará: "Cristo habitar pela fé em vossos corações", segundo a palavra do Apóstolo (Ef 3,17). A consciência do mistério da Igreja é um facto próprio da fé adulta e vivida. Produz nas almas aquele "sentir da Igreja", que penetra o cristão formado na escola da palavra divina, alimentado pela graça dos sacramentos e pelas inspirações inefáveis do Espírito Paráclito, habituado a praticar as virtudes evangélicas, embebido da cultura e do modo de ser da comunidade eclesial, e cheio de alegria vendo-se revestido daquele sacerdócio real que é próprio do povo de Deus (cf. 1 Pd 2,9).
O mistério da Igreja não é simples objecto de conhecimento teológico, deve ser facto vivido, em que a alma fiel, antes de ser capaz de definir a Igreja com exactidão, a pode apreender numa experiência conatural. E a comunidade dos crentes certifica-se intimamente da sua participação no Corpo Místico de Cristo, ao reparar que, por divina instituição, o ministério da Hierarquia eclesiástica a inicia, a gera (cf. Gl 4,19, 1 Cor 4,15), a instrui, a santifica e a dirige. De maneira que, por meio deste santo canal, Cristo derrama nos seus membros místicos as comunicações admiráveis da sua verdade e da sua graça, e dá ao seu Corpo Místico, peregrino no tempo, a organização visível, a unidade ilustre, a funcionalidade orgânica, a variedade harmónica e a beleza espiritual. As imagens não conseguem traduzir-nos, em conceitos acessíveis, toda a realidade e profundeza deste mistério. Ainda assim, depois da imagem recordada do Corpo Místico, sugerida pelo Apóstolo São Paulo, deveremos fazer especial menção de outra, porque é do próprio Cristo: a do edifício de que Ele é arquitecto e construtor, edifício fundado sobre um homem, frágil por natureza, mas por Ele transformado milagrosamente em pedra sólida, isto é, dotado de prodigiosa e perene indefectibilidade: "sobre esta pedra educarei a minha Igreja" (Mt 16,18).

(Revisão da tradução portuguesa por ama)


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