A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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14 Voltou Jesus, sob
o impulso do Espírito, para a Galileia, e a Sua fama divulgou-se por toda a
região circunvizinha. 15 Ensinava nas suas sinagogas e era aclamado
por todos. 16 Foi a Nazaré, onde Se tinha criado, entrou na
sinagoga, segundo o Seu costume, em dia de sábado, e levantou-Se para fazer a
leitura. 17 Foi-Lhe dado o livro do profeta Isaías. Quando
desenrolou o livro, encontrou o lugar onde estava escrito: 18 “O
Espírito do Senhor repousou sobre Mim; pelo que Me ungiu para anunciar a boa
nova aos pobres; Me enviou para anunciar a redenção aos cativos, e a
recuperação da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, 19
a pregar um ano de graça da parte do Senhor”. 20 Tendo enrolado o
livro, deu-o ao encarregado, e sentou-Se. Os olhos de todos os que se
encontravam na sinagoga estavam fixos n'Ele. 21 Começou a
dizer-lhes: «Hoje cumpriu-se este passo da Escritura que acabais de ouvir». 22
E todos davam testemunho em Seu favor, e admiravam-se das palavras de graça que
saíam da Sua boca, e diziam: «Não é este o filho de José?». 23 Então
disse-lhes: «Sem dúvida que vós Me aplicareis este provérbio: “Médico, cura-te
a ti mesmo”. Todas aquelas grandes coisas que ouvimos dizer que fizeste em
Cafarnaum, fá-las também aqui na Tua terra». 24 Depois acrescentou:
«Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua terra. 25
Em verdade vos digo que muitas viúvas havia em Israel no tempo de Elias, quando
foi fechado o céu durante três anos e seis meses e houve uma grande fome por
toda a terra; 26 e a nenhuma delas foi mandado Elias, senão a uma
mulher viúva de Sarepta, do território de Sidónia. 27 Muitos
leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu; e nenhum deles foi curado,
senão o sírio Naaman». 28 Todos os que estavam na sinagoga, ouvindo
isto, encheram-se de ira. 29 Levantaram-se, lançaram-n'O fora da
cidade, e conduziram-n'O até ao cume do monte sobre o qual estava edificada a
cidade, para O precipitarem. 30 Mas, passando no meio deles,
retirou-Se. 31 Foi a Cafarnaum, cidade da Galileia, e ali ensinava
aos sábados. 32 Admiravam-se da Sua doutrina, porque falava com
autoridade.
CARTA ENCÍCLICA
MYSTERIUM FIDEI
DE SUA SANTIDADE PAPA PAULO VI
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS PATRIARCAS, PRIMAZES, ARCEBISPOS,
BISPOS
E A TODOS OS ORDINÁRIOS DO LUGAR
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA
E AO CLERO E AOS FIÉIS DE TODO O MUNDO CATÓLICO
SOBRE O CULTO DA SAGRADA EUCARISTIA
Veneráveis
Irmãos
INTRODUÇÃO
1.Sempre
a Igreja Católica conservou religiosamente, como tesouro preciosíssimo, o
mistério inefável da fé que é o dom da Eucaristia, recebido do seu Esposo,
Cristo, como penhor de amor imenso; a ele tributou, no Concílio Ecuménico
Vaticano II, nova e soleníssima profissão de fé e de culto.
2.
Na verdade, tratando da restauração da Sagrada Liturgia, os Padres do Concílio,
pensando no bem da Igreja universal, tiveram sobretudo a peito exortar os féis
a participarem ativamente, com fé íntegra e com a maior piedade, na celebração
deste sacrossanto Mistério, oferecendo-o a Deus como sacrifício, juntamente com
o sacerdote, pela salvação própria e de todo o mundo, recorrendo a ele para
encontrarem o alimento da alma.
3.
Porque, se a Sagrada Liturgia ocupa o primeiro lugar na vida da Igreja, o
Mistério Eucarístico é, podemos dizer, o coração e o centro da Sagrada
Liturgia, constituindo a fonte de vida que nos purifica e robustece, de modo
que já não vivamos para nós mas para Deus, e nos unamos uns com os outros pelo
vínculo mais íntimo da caridade.
4.
E para que ficasse bem claro o nexo indissolúvel entre a fé e a piedade, os
Padres do Concílio, confirmando a doutrina sempre defendida e ensinada pela
Igreja e definida solenemente pelo Concílio de Trento, julgaram dever iniciar a
matéria do Sacrossanto Mistério Eucarístico por esta síntese de verdades:
"O nosso Salvador, na última Ceia, na noite em que foi traído, instituiu o
Sacrifício Eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue, para perpetuar o
Sacrifício da Cruz pelos séculos afora, até à sua vinda, deixando deste modo à
Igreja, sua dileta Esposa, o memorial da sua morte e ressurreição: sacramento
de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal, em que se
recebe Cristo, se enche a alma de graça e é dado o penhor da glória
futura". 1
5.
Com estas palavras exaltam-se ao mesmo tempo não só o Sacrifício, que pertence
à essência da Missa, que todos os dias é celebrada, mas também o sacramento, no
qual os fiéis comem, pela sagrada comunhão, a carne de Cristo e bebem o seu Sangue,
recebendo assim a graça, antecipação da vida eterna e "remédio da
imortalidade", segundo as palavras do Senhor: "Quem come a minha
carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna e eu ressuscitá-lo-ei no último
dia". 2
6.
Da restauração da Sagrada Liturgia; esperamos firmemente que hão-de brotar
frutos copiosos de piedade eucarística, para que a Igreja santa, elevando este
sinal de salvação e piedade, cada dia mais se aproxime da unidade perfeita 3
e convide para a unidade da fé e caridade todos quantos se gloriam do nome de
cristãos, atraindo-os suavemente sob o impulso da graça divina.
7.
Estes frutos parece-nos entrevê-los e quase contemplar-lhes as primícias, tanto
na alegria exuberante e na prontidão de ânimo, que os alhos da Igreja Católica
manifestaram ao receber a Constituição que restaurou a sagrada Liturgia, como
também em muitas e notáveis publicações, destinadas a investigar melhor e a
tornar mais frutuosa a doutrina da sagrada Eucaristia, essencialmente no
tocante à sua relação com o mistério da Igreja.
8.
Tudo isso é motivo, para nós, de não pequena consolação e alegria. Com muito
gosto vo-las queremos comunicar a vós, Veneráveis Irmãos, para que, juntamente
connosco, agradeçais a Deus, doador de todo o bem, que com o seu Espírito governa
a Igreja e a fecunda com novos graus de virtude.
Motivos de solicitude
pastoral e de ansiedade
9.
Não faltam, todavia, Veneráveis Irmãos, precisamente na matéria de que estamos
falando, motivos de grave solicitude pastoral e de ansiedade. A consciência do
nosso dever apostólico não nos permite passá-los em silêncio.
10.
Bem sabemos que, entre os que falam e escrevem sobre este Sacrossanto Mistério,
alguns há que, a respeito das missas privadas, do dogma da transubstanciação e
do culto eucarístico, divulgam opiniões que perturbam o espírito dos féis,
provocando notável confusão quanto às verdades da fé, como se fosse lícito, a
quem quer que seja, passar em silêncio a doutrina já definida da Igreja ou
interpretá-la de tal maneira, que percam o seu valor o significado genuíno das
palavras ou o alcance dos conceitos.
11.
Não é lícito, só para aduzirmos um exemplo, exaltar a Missa chamada
"comunitária", a ponto de se tirar a sua importância à Missa privada;
nem insistir tanto sobre o conceito de sinal sacramental, como se o simbolismo
que todos, é claro, admitimos na Sagrada Eucaristia, exprimisse, única e
simplesmente, o modo da presença de Cristo neste sacramento; ou ainda discutir
sobre o mistério da Transubstanciação sem mencionar a admirável conversão de
toda a substância do pão no corpo e de toda a substância do vinho no sangue de
Cristo, conversão de que fala o Concílio Tridentino; limitam-se apenas à
transignificação e transfinalização, conforme se exprimem. Nem é lícito, por
fim, propor e generalizar a opinião que afirma não estar presente Nosso Senhor
Jesus Cristo nas hóstias consagradas que sobram, depois da celebração do
Sacrifício da Missa.
12.
Quem não vê que, em tais opiniões ou noutras semelhantes postas a correr,
sofrem não pouco a fé e o culto da divina Eucaristia?
13.
Do Concílio originou-se a esperança de vir a percorrer toda a Igreja nova luz
de piedade eucarística. Para que esta luz não sofra e morra com essas sementes
já espalhadas de falsas opiniões, resolvemos dirigir-nos a vós, Veneráveis
Irmãos, para vos comunicarmos com apostólica autoridade o nosso pensamento
sobre assunto de tanta importância.
14.
Longe estamos de negar que exista, naqueles que divulgam tais ideias
extravagantes, o desejo incensurável de perscrutar tão alto Mistério,
desentranhando as suas inexauríveis riquezas e desvelando-lhes o sentido,
diante dos homens do nosso tempo. Esse desejo reconhecemo-lo até como legítimo
e aprovamo-lo. O que não quer dizer que aprovemos as opiniões a que eles
conduzem. Do grave perigo que elas representam para a fé autêntica, sentimos o
dever de vos premunir.
A Sagrada Eucaristia é um
mistério de fé
15.
Primeiro que tudo, queremos recordar uma verdade, que muito bem conheceis e é
absolutamente necessária no combate a qualquer veneno de racionalismo. Verdade,
que muitos mártires selaram com o próprio sangue, e célebres Padres e Doutores
da Igreja professaram e ensinaram constantemente. É a seguinte: a Eucaristia é
um Mistério altíssimo, é, propriamente, o Mistério da fé, como se exprime a
Sagrada Liturgia: "Nele só, estão concentradas, com singular riqueza e
variedade de milagres, todas as realidades sobrenaturais", como muito bem
diz o nosso predecessor Leão XIII de feliz memória. 4
16.
Sobretudo deste Mistério é necessário que nos aproximemos com humilde respeito,
não dominados por pensamentos humanos que devem emudecer, mas atendo-nos
firmemente à Revelação divina.
17.
São João Crisóstomo, que, como sabeis, tratou com tanta elevação de linguagem e
tão iluminada piedade o Mistério Eucarístico, exprimiu-se nos seguintes termos
precisos, ao ensinar aos seus féis esta verdade: "Inclinemo-nos sempre
diante de Deus sem o contradizermos, embora o que Ele diz possa parecer
contrário à nossa razão e à nossa inteligência; sobre a nossa razão e a nossa
inteligência, prevaleça a sua palavra. Assim nos comportemos também diante do
Mistério (Eucarístico), não considerando só o que nos pode vir dos nossos
sentidos, mas conservando-nos fiéis às suas palavras. Uma palavra sua não pode
enganar". 5
18.
Idênticas afirmações encontramos frequentemente nos Doutores Escolásticos.
Estar presente neste Sacramento o verdadeiro Corpo e o verdadeiro Sangue de
Cristo, "não é coisa que se possa descobrir com os sentidos, diz Santo
Tomás, mas só com a fé, baseada na autoridade de Deus. Por isso, comentando a
passagem de São Lucas, 22,19: "Isto é o meu corpo que será entregue por
vós", diz São Cirilo: "Não ponhas em dúvida se é ou não verdade, mas
aceita com fé as palavras do Salvador; sendo Ele a Verdade, não mente". 6
19.
Repetindo a expressão do mesmo Doutor Angélico, assim canta o povo cristão:
"Enganam-se em ti a vista, o tato e o gosto. Com segurança só no ouvido
cremos: creio tudo o que disse o Filho de Deus. Nada é mais verdadeiro do que
esta palavra de verdade".
20.
Mais ainda: é São Boaventura quem afirma: "Estar Cristo no Sacramento como
num sinal, nenhuma dificuldade tem; estar no Sacramento verdadeiramente, como
no céu, tem a maior das dificuldades: é pois sumamente meritório
acreditá-lo". 7
21.
O mesmo dá a entender o Evangelho ao contar que muitos discípulos de Cristo, ao
ouvirem falar de comer carne e beber sangue, voltaram as costas e abandonaram o
Senhor, dizendo: Duras são estas palavras! Quem pode escutá-las? Perguntando
então Jesus se também os Doze se queriam retirar, Pedro afirmou, com decisão e
firmeza, a fé sua e a dos Apóstolos, com esta resposta admirável: "Senhor,
a quem iremos? Tens palavras de vida eterna!" 8
22.
Ao magistério da Igreja confiou o Redentor divino a palavra de Deus tanto
escrita como transmitida oralmente, para que a guardasse e interpretasse. É
esse magistério que devemos seguir, como estrela orientadora, na investigação
desse Mistério, convencidos de que "embora não esteja ao alcance da razão
e embora se não explique com palavras, continua sempre a ser verdade aquilo que
há muito se proclama com a fé católica genuína e é objeto de crença em toda a
Igreja". 9
23.
Ainda não é tudo. Salva a integridade da fé, é necessário salvar também a
maneira exata de falar, não aconteça que, usando nós palavras ao acaso, entrem
no nosso espírito, o que Deus não permita, idéias falsas como expressão da
crença nos mais altos mistérios. Vem a propósito a advertência de Santo
Agostinho sobre o modo diverso como falam os filósofos e os cristãos: "Os
filósofos, escreve o Santo, falam livremente, sem medo de ferir os ouvidos das
pessoas religiosas em coisas muito difíceis de entender. Nós, porém, devemos
falar segundo uma regra determinada, para evitar que a liberdade de linguagem
venha a causar maneiras de pensar ímpias, mesmo quanto ao sentido das
palavras". 10
24.
Donde se conclui que se deve observar religiosamente a regra de falar, que a
Igreja, durante longos séculos de trabalho, assistida pelo Espírito Santo,
estabeleceu e foi confirmando com a autoridade dos Concílios, regra que, muitas
vezes, se veio a tornar sinal e bandeira da ortodoxia da fé. Ninguém presuma
mudá-la, a seu arbítrio ou a pretexto de nova ciência. Quem há-de tolerar que
fórmulas dogmáticas, usadas pelos Concílios Ecumênicos a propósito dos
mistérios da Santíssima Trindade e da Encarnação, sejam acusadas de inadaptação
à mentalidade dos nossos contemporâneos, e outras lhes sejam temerariamente
substituídas? Do mesmo modo, não se pode tolerar quem pretenda expungir, a seu
talante, as fórmulas usadas pelo Concílio Tridentino ao propor a fé no Mistério
Eucarístico. Essas fórmulas, como as outras que a Igreja usa para enunciar os
dogmas de fé, exprimem conceitos que não estão ligados a uma forma de cultura,
a determinada fase do progresso científico, a uma ou outra escola teológica,
mas apresentam aquilo que o espírito humano, na sua experiência universal e
necessária, atinge da realidade, exprimindo-o em termos apropriados e sempre os
mesmos, recebidos da linguagem ou vulgar ou erudita. São, portanto, fórmulas
inteligíveis em todos os tempos e lugares.
25.
Pode haver vantagem em explicar essas fórmulas com maior clareza e em palavras
mais acessíveis, nunca, porém, em sentido diverso daquele em que foram usadas.
Progrida a inteligência da fé, contanto que se mantenha a verdade imutável da
fé. O Concílio Vaticano I ensina que nos dogmas "se deve conservar
perpetuamente aquele sentido que, duma vez para sempre, declarou a Santa Madre
Igreja, e que nunca é lícito afastarmo-nos desse sentido, pretextando e invocando
maior penetração". 11
(Revisão
da tradução portuguesa por ama)
_________________________
Notas:
1
Constit. De sacra Liturgia, n. 47; AAS 56,1964, p.113.
2
Jo 6,55.
3
Cf. Jo 17,23.
4
Carta encicl. Mirae Caritatis; Acta Leonis, XIII, XXII,1902-103, p. 122.
5
In Matth. hom. 8, 4; PG 58, 473.
6
Summa Theol. III, q. 75, a. I.
7 In IV Sent., X, P. I, a. un.,
q. I; Opera Omnia, N, 217.
8 Jo 6,61-69.
9
Santo Agostinho, Contra Julianum, VI, 5, II; PL 44, 823.
10
De civit. Dei, X, 23; PL 41. 300.
11
Constit. dogm. De Fide Catholica. c. 4.
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