Com Santa Maria, um só
coração
Mal
se levantou Jesus da Sua primeira queda, encontra Sua Mãe Santíssima, junto ao
caminho por onde Ele passa 11. O Evangelho nada nos diz desse
encontro, mas o silêncio da Escritura não fez mais do que estimular a
imaginação dos cristãos ao longo dos séculos. O nosso Padre representa-o assim:
Com imenso amor olha Maria para Jesus, e Jesus olha para Sua Mãe; os Seus
olhares encontram-se, e cada coração verte no outro a Sua própria dor 12.
O
amor é tão intenso que basta o encontro dos olhares para que cada um saiba que
conta com o outro, que pode verter n’Ela, n’Ele, a Sua imensa dor, porque
aquele coração é capaz de o aceitar. No meio desse sofrimento, têm o profundo
consolo de se saberem acompanhados, compreendidos.
A
alma de Maria fica mergulhada em amargura, na amargura de Jesus Cristo 13.
A amargura que enche a alma de Maria é a do seu Filho, como de Maria é a
amargura que enche a alma de Jesus. É tão forte a união dos Seus corações que a
dor de um está feita do sofrimento do outro; assim se apoiam e mutuamente se
mantêm.
Quem
nos dera a nós uma identificação assim com os sentimentos de Cristo! Ficamos –
é certo – muito longe, mas desejamo-la ardentemente. Sabemos que se avançarmos
por esse caminho não pouparemos dores nesta vida, porque toda a existência
humana as traz consigo, mas teremos sempre uma luz para as enfrentar, nunca nos
faltará uma base firme para não sucumbir, para as encarar com serenidade.
j. diéguez - 2011/12/20
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Notas:
11
Via-sacra, IV estação.
12
Ibid.
13
Ibid.
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