Art. 3 — Se a tristeza impede toda operação.
O
terceiro discute-se assim. — Parece que a tristeza não impede toda operação.
2.
Demais — A tristeza produz em muitos a concupiscência, como diz Aristóteles 1.
Ora, a concupiscência torna mais intensa a operação. Logo, também a tristeza.
3.
Demais — Assim como certas operações são próprias dos alegres, assim outras,
como chorar, o são dos tristes. Ora, uma actividade aumenta com o que lhe é
conveniente. Logo, certas operações não ficam tolhidas mas antes, intensificam-se
pela tristeza.
Mas,
em contrário, diz o Filósofo, que o prazer aperfeiçoa a operação, e ao
contrário a tristeza a tolhe 2.
Como já dissemos 3, a tristeza nem sempre agrava o ânimo ou o
consome, a ponto de excluir todo movimento interior e exterior, mas antes, é
causa de certos movimentos. Donde o poder a operação relacionar-se duplamente
com a tristeza. — De um modo como o objecto desta, e então a tristeza pode
tolher qualquer operação, assim, o que fazemos com tristeza nunca o fazemos tão
bem como o que fazemos com prazer ou sem tristeza. E a razão é que, sendo a
vontade a causa da operação humana, quanto mais o objecto desta nos
entristecer, a acção será necessariamente tanto mais fraca. — De outro modo, a operação
se relaciona com a tristeza como sendo esta o princípio e a causa. E então,
necessariamente, tal operação há-de aumentar com a tristeza, assim, quanto mais
nos entristecemos com alguma coisa, tanto mais nos esforçamos para a repelir,
enquanto temos a esperança de o conseguir, do contrário, nenhum movimento ou operação
seria causado pela tristeza.
Donde
se deduzem claras AS RESPOSTAS ÀS OBJECÇÕES.
Nota:
Revisão da tradução portuguesa por ama.
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Notas:
1. VII Ethic., lect. XIV.
2. X Ethic., lect. VI.
3.
Q. 37, a. 2.
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