2. O uso dos bens: temperança, justiça e solidariedade
Parte
da temperança é a virtude da pobreza, que não consiste em não ter, mas em estar
desprendido dos bens materiais, em contentar-se com o que basta para viver
sóbria e temperadamente 4, e em administrar os bens para servir os
outros. Nosso Senhor deu-nos exemplo de pobreza e desprendimento desde o seu
nascimento até à sua morte (cf. 2 Cor 8, 9). Alertou mesmo para o mal que pode
causar o apego às riquezas: «Em verdade vos digo que dificilmente um rico
entrará no Reino do Céu» (Mt 19, 23).
A
justiça, como virtude moral, consiste no hábito de dar com vontade constante e
firme a cada um o que lhe é devido. A justiça entre pessoas singulares chama-se
comutativa (por exemplo, o acto de pagar uma dívida); a justiça distributiva
«regula o que a comunidade deve aos cidadãos, proporcionalmente às suas
contribuições e às suas necessidades» (Catecismo, 2411) 5; e a justiça
legal é a do cidadão para com a comunidade (por exemplo, pagar os impostos
justos).
A
virtude da solidariedade é «a determinação firme e perseverante de se empenhar
pelo bem comum; ou seja, pelo bem de todos e de cada um, porque todos nós somos
verdadeiramente responsáveis por todos» 6. «A solidariedade é uma
virtude eminentemente cristã. Pratica a partilha dos bens espirituais, ainda
mais que a dos materiais» (Catecismo, 1948).
pau agulles
Bibliografia básica:
Catecismo da Igreja Católica,
2401-2463.
Leituras recomendadas:
S. Josemaria, homilia «Viver face a
Deus e face aos homens», em Amigos de Deus, 154-174.
(Resumos da Fé cristã: © 2013,
Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet)
___________________
Notas:
4
Cf. S. Josemaria, Caminho, 631.
5
A justiça distributiva impulsiona os que governam a sociedade a distribuir o
bem comum, a atribuir uma honra ou tarefa a quem o merece, sem ceder a
favoritismos.
6
João Paulo II, Enc. Sollicitudo Rei Socialis, 30-XII-1987, 38.
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