TEMA 18. O Baptismo e a
Confirmação 6
Confirmação 1
1. Fundamentos bíblicos e
históricos
As
profecias sobre o Messias tinham anunciado que «sobre Ele repousará o espírito
do Senhor» (Is 11, 2), e isto estaria unido à sua eleição como
enviado: «Eis o meu servo, que Eu amparo, o meu eleito, que Eu preferi. Fiz
repousar sobre Ele o meu espírito, para que leve às nações a verdadeira
justiça» (Is 42, 1). O texto profético é ainda mais explícito quando
é colocado nos lábios do Messias: «O espírito do Senhor Deus está sobre mim,
porque o Senhor me ungiu: enviou-me para levar a boa-nova aos que sofrem, para
curar os desesperados, para anunciar a libertação aos exilados e a liberdade
aos prisioneiros» (Is 61, 1).
Algo
similar se anuncia também para o povo de Deus; aos seus membros, Deus disse:
«Dentro de vós porei o meu espírito, fazendo com que sigais as minhas leis e
obedeçais e pratiqueis os meus preceitos» (Ez 36, 27); e em Jl 3,2
acentua-se a universalidade desta difusão: «sobre servos e servas, naqueles
dias, derramarei o meu espírito».
No
mistério da Encarnação realiza-se a profecia messiânica (cf. Lc 1, 35),
confirmada, completada e publicamente manifestada na unção do Jordão (cf.
Lc 3, 21-22), quando desce sobre Cristo o Espírito Santo em forma de
pomba e a voz do Pai actualiza a profecia de eleição. O próprio Senhor
apresenta-se no início do seu ministério como o ungido de Yahvé em quem se
cumprem as profecias (cf. Lc 4, 18-19), e deixa-se guiar pelo
Espírito (cf. Lc 4, 1; 4, 14; 10, 21) até ao próprio momento da
morte (cf. Heb 9, 14).
Antes
de oferecer a Sua vida por nós, Jesus promete o envio do Espírito (cf. Jo
14, 16; 15, 26; 16, 13), como efectivamente sucede no Pentecostes (cf.
Act 2, 1-4), referindo-se explicitamente à profecia de Joel (cf. Act
2, 17-18), dando assim início à missão universal da Igreja.
O
próprio Espírito Santo descido em Jerusalém sobre os Apóstolos é por eles
comunicado aos baptizados mediante a imposição das mãos e a oração (cf.
Act 8, 14-17; 19, 6). Esta praxe chega a ser tão conhecida na Igreja
primitiva, que é referida na Carta aos Hebreus como parte dos «ensinamentos
elementares» e dos «temas fundamentais» (Heb 6, 1-2). Este quadro
bíblico completa-se com a tradição paulina e joanina que vincula os conceitos
de «unção» e «selo» com o Espírito infundido sobre os cristãos (cf. 2 Cor
1, 21-22; Ef 1, 13; 1 Jo 2, 20. 27). Este último encontra expressão
litúrgica já nos mais antigos documentos, com a unção do candidato com óleo
perfumado.
Estes
mesmos documentos atestam a unidade ritual primitiva dos três sacramentos de
iniciação cristã, administrados durante a celebração pascal presidida pelo
bispo na catedral. Quando o cristianismo se difunde fora das cidades e o
Baptismo das crianças passa a ser massivo, já não é possível continuar com a
praxe primitiva. Enquanto no ocidente se reserva a administração da Confirmação
ao bispo, separando-a do Baptismo, no oriente conserva-se a unidade dos
sacramentos de iniciação, concedidos um a seguir ao outro ao recém-nascido pelo
presbítero. Daí a importância crescente no oriente da unção com o myron, que se
estende a diversas partes do corpo; no ocidente, a imposição das mãos torna-se
uma imposição geral a todos os confirmandos, enquanto cada um recebe a unção na
testa.
philip goyret
Bibliografia
básica:
Catecismo
da Igreja Católica, 1212-1321.
Compêndio
do Catecismo da Igreja Católica 251-270.
(Resumos da Fé cristã: © 2013,
Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet)
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