A existência do mal foi sempre um grande problema para
os que creem em Deus, mas também, e pensa-se pouco nisto, para os que se dizem
ateus. Os teístas - por exemplo, Santo Agostinho ou Tomás d’Aquino - estudaram
em profundidade o tema desde o ponto de vista teológico com diversos enfoques e
argumentos variados. Um artigo publicado há anos por Cornélio Fabro, grande
filósofo, teólogo e professor universitário, recolhia o itinerário argumental
destes autores, que é impossível repetir aqui, ainda que se utilizem algumas
das suas ideias.
Parece óbvio que grande quantidade dos males
produzidos não mundo procede da liberdade humana: guerras, assassinatos,
terrorismo, abortos, crimes de Estado como os do nazismo ou o comunismo,
martírios por motivos religiosos, deslealdades, abusos contra o necessitado,
infidelidades matrimoniais, transmissão de determinadas doenças, mau emprego do
poder, arbitrariedades legais e não legais, desperdícios, comissões ilícitas,
etc., etc. Ora bem, está claro que um Deus omnipotente poderia impedir tudo
isso. Porque é que não o faz, se existe? Evidentemente, navegamos no mistério.
Se não fosse assim, Deus não seria tal, um Deus completamente inteligível por
um homem careceria da infinidade do Ser Supremo. Mas algo, sim, se pode
entrever.
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