A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Evangelho: Lc 12, 22-41
22 Depois disse a
Seus discípulos: «Portanto digo-vos: Não vos preocupeis com o que é preciso
para a vossa vida, com o que haveis de comer, nem com o que é preciso para
vestir o vosso corpo. 23 A vida vale mais que o alimento e o corpo
mais que o vestido. 24 Considerai os corvos, que não semeiam, nem
ceifam, nem têm despensa, nem celeiro, e Deus, contudo, sustenta-os. Quanto
mais valeis vós do que eles? 25 Qual de vós, por muito que pense,
pode acrescentar um côvado à duração da sua vida? 26 Se vós, pois,
não podeis fazer o que é mínimo, porque estais em cuidado sobre o resto? 27
Considerai como crescem os lírios; não trabalham, nem fiam; contudo, digo-vos
que nem Salomão, com toda a sua glória, se vestia como um deles. 28
Se, pois, a erva que hoje está no campo e amanhã se lança no forno, Deus assim
a veste, quanto mais a vós, homens de pouca fé? 29 «Vós, pois, não
procureis o que haveis de comer ou beber; não andeis com o espírito preocupado.
30 Porque são os homens do mundo que buscam todas estas coisas. Mas
o vosso Pai sabe que tendes necessidade delas. 31 Buscai, pois, em
primeiro lugar, o reino de Deus, e todas essas coisas vos serão dadas por
acréscimo. 32 Não temais ó pequenino rebanho, porque foi do agrado
do vosso Pai dar-vos o reino. 33 Vendei o que possuís e dai esmola;
fazei para vós bolsas que não envelhecem, um tesouro inesgotável no céu, onde
não chega o ladrão, nem a traça corrói. 34 Porque onde está o vosso
tesouro, aí estará também o vosso coração. 35 «Estejam cingidos os
vossos rins e acesas as vossas lâmpadas. 36 Fazei como os homens que
esperam o seu senhor quando volta das núpcias, para que, quando vier e bater à
porta, logo lha abram. 37 Bem-aventurados aqueles servos, a quem o
senhor quando vier achar vigiando. Na verdade vos digo que se cingirá, os fará
pôr à sua mesa e, passando por entre eles, os servirá. 38 Se vier na
segunda vigília, ou na terceira, e assim os encontrar, bem-aventurados são
aqueles servos. 39 Sabei que, se o pai de família soubesse a hora em
que viria o ladrão, vigiaria sem dúvida e não deixaria arrombar a sua casa. 40
Vós, pois, estai preparados porque, na hora que menos pensais, virá o Filho do
Homem». 41 Pedro disse-lhe: «Senhor, dizes esta parábola só para nós
ou para todos?».
C. I. C. nr. 2493
a 2513
V. O uso dos meios de
comunicação social
2493.
Na sociedade moderna, os meios de comunicação social desempenham um papel de
grande relevo na informação, na promoção cultural e na formação. Este papel é
cada vez maior, em virtude dos progressos técnicos, do alcance e diversidade
das notícias transmitidas e da influência exercida sobre a opinião pública.
2494.
A informação mediática está ao serviço do bem comum (242). A sociedade tem
direito a uma informação fundada na verdade, na liberdade, na justiça e na
solidariedade.
«O
uso recto deste direito requer que a comunicação seja, quanto ao objecto,
sempre verídica, e quanto ao respeito pelas exigências da justiça e da
caridade, completa; quanto ao modo, que seja honesta e conveniente, quer dizer,
que na obtenção e difusão das notícias, observe absolutamente as leis morais,
os direitos e a dignidade do homem» (243).
2495
«Também neste domínio é necessário que todos os membros da sociedade cumpram os
seus deveres de justiça e de verdade. Devem utilizar os meios de comunicação
social no sentido de concorrer para a formação e difusão de um recta opinião
pública» (244).
A solidariedade é consequência duma
comunicação verdadeira e justa e da livre circulação das ideias que favorecem o
conhecimento e o respeito pelos outros.
2496.
Os meios de comunicação social (em particular os mass-média) podem gerar uma
certa passividade nos utentes, fazendo deles consumidores pouco cautelosos de
mensagens e espectáculos. Os utentes devem impor a si próprios moderação e
disciplina em relação aos mass-média. Hão-de formar-se uma consciência
esclarecida e recta, para resistir mais facilmente às influências menos
honestas.
2497.
Pela própria natureza da sua profissão na imprensa, os seus responsáveis têm a
obrigação, na difusão da informação, de servir a verdade sem ofender a
caridade. Esforçar-se-ão por respeitar, com igual cuidado, a natureza dos
factos e os limites do juízo crítico em relação às pessoas. Devem evitar ceder
à difamação.
2498.
«Cabem às autoridades civis deveres particulares em razão do bem comum. [...]
Os poderes públicos devem defender e proteger a verdadeira e justa liberdade de
informação» (245). Promulgando leis e velando pela sua aplicação, os poderes
públicos «responsabilizar-se-ão por que o mau uso dos média não venha a causar
graves prejuízos aos costumes públicos e aos progressos da sociedade» (246).
Sancionarão a violação dos direitos de cada um ao bom nome e à privacidade;
prestarão a tempo e honestamente as informações que dizem respeito ao bem geral
ou correspondem a justas preocupações da população. Nada pode justificar o
recurso às falsas informações para manipular a opinião pública através dos
média. Essas intervenções não deverão atentar contra a liberdade dos indivíduos
e dos grupos.
2499.
A moral denuncia a chaga dos estados totalitários, que falsificam
sistematicamente a verdade, exercem através dos «média» o domínio político da
opinião, «manipulam» os acusados e as testemunhas dos processos públicos e
pensam assegurar a sua tirania sufocando e reprimindo tudo o que consideram
como «delitos de opinião».
VI. Verdade, beleza e arte
sacra
2500.
A prática do bem é acompanhada por um prazer espiritual gratuito e pela beleza
moral. Do mesmo modo, a verdade comporta a alegria e o esplendor da beleza
espiritual. A verdade é bela por si mesma. A verdade da palavra, expressão
racional do conhecimento da realidade criada e incriada, é necessária ao homem
dotado de inteligência; mas a verdade pode encontrar também outras formas de
expressão humana, complementares, sobretudo quando se trata de evocar o que ela
comporta de indizível: as profundezas do coração humano, as elevações da alma,
o mistério de Deus. Antes mesmo de Se revelar ao homem em palavras de verdade,
Deus revela-Se-lhe pela linguagem universal da criação, obra da sua Palavra e
da sua Sabedoria: a ordem e a harmonia do cosmos – que podem ser descobertas
tanto pela criança como pelo homem de ciência – , «a grandeza e a beleza das
criaturas levam, por analogia, à contemplação do seu Autor» (Sb 13, 5), «porque
foi a própria fonte da beleza que as criou» (Sb 13, 3).
«Com
efeito, a Sabedoria é um sopro do poder de Deus, efusão pura da glória do
Omnipotente; por isso, nenhum elemento impuro a pode atingir. Ela é o esplendor
da luz eterna, límpido espelho da actividade de Deus, imagem da sua bondade»
(Sb 7, 25-26). «A Sabedoria é, de facto, mais formosa do que o sol e supera
todas as constelações. Comparada com a luz, revela-se mais excelente, porque à
luz sucede a noite, mas a maldade nada pode contra a Sabedoria (Sb 7, 29-30).
Amei-a [...] e enamorei-me dos seus encantos» (Sb 8, 2)
2501.
«Criado à imagem de Deus» (247), o homem exprime também a verdade da sua
relação com Deus Criador pela beleza das suas obras artísticas. A arte é, com
efeito, uma forma de expressão especificamente humana. Para além da busca da
satisfação das necessidades vitais, comum a todas as criaturas vivas, a arte é
uma superabundância gratuita da riqueza interior do ser humano. Fruto do
talento dado pelo Criador e do esforço do próprio homem, a arte é uma forma de
sabedoria prática, unindo conhecimento e habilidade (248) para dar forma à
verdade duma realidade, em linguagem acessível à vista ou ao ouvido. A arte
comporta assim uma certa semelhança com a actividade de Deus no mundo criado,
na medida em que se inspira na verdade e no amor dos seres. Como qualquer outra
actividade humana, a arte não tem em si mesma o seu fim absoluto; mas é
ordenada e enobrecida pelo fim último do homem (249).
2502.
A arte sacra é verdadeira e bela quando corresponde, pela forma, à sua vocação
própria: evocar e glorificar, na fé e na adoração, o mistério transcendente de
Deus, sobre eminente beleza invisível da verdade e do amor, manifestada em
Cristo, «esplendor da sua glória e imagem da sua substância» (Heb 1, 3), no
Qual «habita corporalmente toda a plenitude da divindade» (Cl 2, 9); beleza espiritual
reflectida na santíssima Virgem Mãe de Deus, nos anjos e nos santos. A
verdadeira arte sacra leva o homem à adoração, à oração e ao amor de Deus,
Criador e Salvador, Santo e Santificador.
2503.
Por isso, os bispos devem, por si próprios ou por delegados, velar pela
promoção da arte sacra, antiga e nova, sob todas as suas formas e, com o mesmo
religioso cuidado, afastar da liturgia e dos lugares de culto tudo o que não
for conforme com a verdade da fé e a autêntica beleza da arte sacra (250).
Resumindo:
2504.
«Não levantarás falso testemunho contra o
teu próximo» (Ex 20, 16). Os discípulos de Cristo revestiram-se «do homem novo,
que foi criado em conformidade com Deus, na justiça e na santidade, próprias da
verdade» (Ef 4, 24).
2505.
A verdade ou veracidade é a virtude que
consiste em mostrar-se verdadeiro nos actos e em dizer a verdade nas palavras,
evitando a duplicidade, a simulação e a hipocrisia.
2506.
O cristão não deve «envergonhar-se de dar
testemunho do Senhor» (2 Tm 1, 8) em actos e palavras. O martírio é o supremo
testemunho dado em favor da verdade da fé.
2507.
O respeito pelo bom nome e pela honra das
pessoas proíbe toda e qualquer atitude ou palavra de maledicência ou calúnia.
2508.
A mentira consiste em dizer o que é
falso, com a intenção de enganar o próximo.
2509.
Uma falta cometida contra a verdade exige
reparação.
2510.
Em situações concretas, a regra de ouro
ajuda a discernir se convém ou não revelar a verdade a quem a pede.
2511.
«O sigilo sacramental é inviolável»
(251). Os segredos profissionais devem
ser guardados. As confidências prejudiciais a outrem não devem ser divulgadas.
2512.
A sociedade tem direito a uma informação
fundada na verdade, na liberdade e na justiça. É preciso impor-se moderação e
disciplina no uso dos meios de comunicação social.
2513.
As belas-artes, mas sobretudo a arte
sacra, «estão relacionadas, por sua natureza, com a infinita beleza de Deus,
que deve ser expressa de algum modo nas obras humanas. E tanto mais se
consagram a Deus e contribuem para o seu louvor e para a sua glória, quanto
mais se afastarem de todo o propósito que não seja o de contribuir o mais
eficazmente possível, através das suas obras, para dirigir o espírito dos
homens, piamente, para Deus» (252).
______________________________
Notas:
242.
Cf. II Concílio do Vaticano, Decr. Inter mirifica, 11: AAS 56 (1964) 148-149.
243
II Concílio do Vaticano, Decr. Inter mirifica, 5: AAS 56 (1964) 147.
244.
II Concílio do Vaticano, Decr. Inter mirifica, 8: AAS 56 (1964) 148.
245
II Concílio do Vaticano, Decr. Inter mirifica, 12: AAS 56 (1964) 149.
246.
II Concílio do Vaticano, Decr. Inter mirifica, 12: AAS 56 (1964) 149.
247.
Cf. Gn 1, 26.
248.
Cf. Sb 7, 17.
249.
Cf. Pio XII, Mensagem radiofónica (24 de Dezembro de 1955): AAS 48 (1956)
26-41; Id., Mensagem radiofónica aos membros das associações de jovens
operários cristãos (J.O.C.) (3 de Setembro de 1950): AAS 42 (1950) 639-642.
250.
Cf. II Concílio do Vaticano, Const. Sacrosanctum Concilium, 122-127: AAS 56
(1964) 130-132.
251.
CIC can. 983, § 1.
252.
II Concílio do Vaticano, Const. Sacrosanctum Concilium, 122: AAS 56 (1964)
130-131.
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