A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Evangelho:
Mc 2, 1-22
1 Passados alguns dias, Jesus
entrou outra vez em Cafarnaum, e soube-se que Ele estava em casa. 2
Juntou-se muita gente, de modo que não se cabia, nem mesmo à porta. E Ele
pregava-lhes a Palavra. 3 Nisto chegaram alguns conduzindo um
paralítico que era transportado por quatro homens. 4 Como não
pudessem levá-lo junto d'Ele por causa da multidão, descobriram o tecto na
parte debaixo da qual estava Jesus e, tendo feito uma abertura, desceram o
leito em que jazia o paralítico. 5 Vendo Jesus a fé daqueles homens,
disse ao paralítico: «Filho, são-te perdoados os pecados». 6 Estavam
ali sentados alguns escribas que diziam nos seus corações: 7 «Como é
que Ele fala assim? Ele blasfema. Quem pode perdoar pecados senão Deus?». 8
Jesus, conhecendo logo no Seu espírito que eles pensavam desta maneira dentro
de si, disse-lhes: «Porque pensais isto nos vossos corações? 9 O que
é mais fácil dizer ao paralítico: “São-te perdoados os pecados” ou dizer:
“Levanta-te, toma o teu leito e anda”? 10 Ora, para que saibais que
o Filho do Homem tem na terra poder de perdoar os pecados, 11 -
disse ao paralítico -: Eu te ordeno: Levanta-te, toma o teu leito e vai para a
tua casa». 12 Imediatamente ele se levantou e, tomando o leito,
retirou-se à vista de todos, de maneira que se admiraram e glorificaram a Deus,
dizendo: «Nunca vimos coisa semelhante». 13 Foi outra vez para a beira mar. Todo o povo
ia ter com Ele e Ele ensinava-os. 14 Ao passar viu Levi, filho de
Alfeu, sentado no banco dos cobradores de impostos, e disse-lhe: «Segue-Me».
Ele, levantando-se, seguiu-O. 15 Aconteceu que, estando Jesus sentado
à mesa em casa dele, estavam também à mesma mesa com Jesus e os Seus discípulos
muitos publicanos e pecadores; porque eram muitos que também O seguiam. 16
Os escribas e fariseus, vendo que Jesus comia com os pecadores e publicanos,
diziam aos discípulos: «Porque come e bebe o vosso Mestre com os publicanos e
pecadores?». 17 Ouvindo isto, Jesus disse-lhes: «Não têm necessidade
de médico os sãos, mas os doentes; Eu não vim chamar os justos, mas os
pecadores». 18 Os discípulos de João e os fariseus estavam a jejuar.
Foram ter com Jesus, e disseram-Lhe: «Porque jejuam os discípulos de João e os
fariseus, e os Teus discípulos não jejuam?». 19 Jesus
respondeu-lhes: «Podem porventura jejuar os companheiros do esposo, enquanto o
esposo está com eles? Enquanto têm consigo o esposo não podem jejuar. 20
Mas virão dias em que lhes será tirado o esposo e, então, nesses dias,
jejuarão. 21 Ninguém cose um remendo de pano novo num vestido velho;
pois o remendo novo arranca parte do velho, e o rasgão torna-se maior. 22
Ninguém deita vinho novo em odres velhos; de contrário, o vinho fará arrebentar
os odres, e perder-se-á o vinho e os odres; mas, para vinho novo, odres novos».
C. I. C. nr. 668 a 693
ARTIGO 7
«DE ONDE
HÁ-DE VIR A JULGAR OS VIVOS E OS MORTOS»
I.
«Voltará na sua glória»
CRISTO
REINA, DESDE JÁ, PELA IGREJA...
668. «Cristo morreu e
voltou à vida para ser Senhor dos mortos e dos vivos» (Rm 14, 9). A ascensão de
Cristo aos céus significa a sua participação, na sua humanidade, no poder e
autoridade do próprio Deus. Jesus Cristo é Senhor: Ele possui todo o poder nos
céus e na Terra. Está «acima de todo o principado, poder, virtude e soberania»,
porque o Pai «tudo submeteu a seus pés» (Ef 1, 20-22). Cristo é o Senhor do
cosmos (605) e da história, N'Ele, a história do homem, e até a
criação inteira, encontram a sua «recapitulação» (606), o seu
acabamento transcendente.
669. Como Senhor, Cristo
é também a cabeça da Igreja, que é o seu corpo (607). Elevado ao céu
e glorificado, tendo assim cumprido plenamente a sua missão, continua na terra
por meio da Igreja. A redenção é a fonte da autoridade que Cristo, em virtude
do Espírito Santo, exerce sobre a Igreja (608). «O Reino de Cristo
já está misteriosamente presente na Igreja» (609), «gérmen e
princípio deste mesmo Reino na Terra» (610).
670. Depois da ascensão,
o desígnio de Deus entrou na sua consumação. Estamos já na «última hora» (1 Jo
2, 18) (611). «Já chegou pois, a nós, a plenitude dos tempos, a renovação do mundo
já está irrevogavelmente adquirida e, de certo modo, encontra-se já realmente
antecipada neste tempo: com efeito, ainda aqui na Terra, a Igreja está
aureolada de uma verdadeira, embora imperfeita, santidade» (612). O Reino de
Cristo manifesta já a sua presença pelos sinais miraculosos (613) que
acompanham o seu anúncio pela Igreja (614).
... À ESPERA DE QUE TUDO
LHE SEJA SUBMETIDO
671. Já presente na sua
Igreja, o Reino de Cristo, contudo, ainda não está acabado «em poder e glória»
(Lc 21, 27) (615) pela vinda do Rei à terra. Este Reino ainda é atacado pelos
poderes do mal (616), embora estes já tenham sido radicalmente vencidos pela
Páscoa de Cristo. Até que tudo Lhe tenha sido submetido (617), «enquanto não se
estabelecem os novos céus e a nova terra, em que habita a justiça, a Igreja
peregrina, nos seus sacramentos e nas suas instituições, que pertencem à
presente ordem temporal, leva a imagem passageira deste mundo e vive no meio
das criaturas que gemem e sofrem as dores do parto, esperando a manifestação
dos filhos de Deus» (618). Por este motivo, os cristãos oram, sobretudo na
Eucaristia (619), para que se apresse o regresso de Cristo (620), dizendo-Lhe:
«Vem, Senhor» (Ap 22, 20) (621).
672. Cristo afirmou,
antes da sua ascensão, que ainda não era a hora do estabelecimento glorioso do
Reino messiânico esperado por Israel (622), o qual devia trazer a todos os
homens, segundo os profetas (623), a ordem definitiva da justiça, do amor e da
paz. O tempo presente é, segundo o Senhor, o tempo do Espírito e do testemunho
(624) mas é também um tempo ainda marcado pela «desolação» (625) e pela
provação do mal (626), que não poupa a Igreja (627) e inaugura os combates dos
últimos dias (628). É um tempo de espera e de vigília (629).
A VINDA GLORIOSA DE
CRISTO, ESPERANÇA DE ISRAEL
673. A partir da
ascensão, a vinda de Cristo na glória está iminente (630) mesmo que não nos
«pertença saber os tempos ou os momentos que o Pai determinou com a sua
autoridade» (Act 1, 7) (631). Este advento escatológico pode realizar-se a
qualquer momento (632), ainda que esteja «retido», ele e a provação final que o
há-de preceder (633).
674. A vinda do Messias
glorioso está pendente, a todo o momento da história (634), do seu
reconhecimento por «todo o Israel» (635), do qual «uma parte se endureceu»
(636) na «incredulidade» (Rm 11, 20) em relação a Jesus. E Pedro quem diz aos
judeus de Jerusalém, após o Pentecostes: «Arrependei-vos, pois, e convertei-vos,
para que os pecados vos sejam perdoados. Assim, o Senhor fará que venham os
tempos de alívio e vos mandará o Messias Jesus, que de antemão vos foi
destinado. O céu tem de O conservar até à altura da restauração universal, que
Deus anunciou pela boca dos seus santos profetas de outrora» (Act 3, 19-21). E
Paulo faz-se eco destas palavras: «Se da sua rejeição resultou a reconciliação
do mundo, o que será a sua reintegração senão uma ressurreição de entre os
mortos?» (Rm 11, 15). A entrada da totalidade dos judeus (637) na salvação
messiânica, a seguir à «conversão total dos pagãos» (638), dará ao povo de Deus
ocasião de «realizar a plenitude de Cristo» (Ef 4, 13), na qual «Deus será tudo
em todos» (1 Cor 15, 2).
A ÚLTIMA PROVA DA IGREJA
675. Antes da vinda de
Cristo, a Igreja deverá passar por uma prova final, que abalará a fé de
numerosos crentes (639). A perseguição, que acompanha a sua peregrinação na
Terra (640), porá a descoberto o «mistério da iniquidade», sob a forma duma
impostura religiosa, que trará aos homens uma solução aparente para os seus
problemas, à custa da apostasia da verdade. A suprema impostura religiosa é a
do Anticristo, isto é, dum pseudo-messianismo em que o homem se glorifica a si
mesmo, substituindo-se a Deus e ao Messias Encarnado (641).
676. Esta impostura
anticrística já se esboça no mundo, sempre que se pretende realizar na história
a esperança messiânica, que não pode consumar-se senão para além dela, através
do juízo escatológico. A Igreja rejeitou esta falsificação do Reino futuro,
mesmo na sua forma mitigada, sob o nome de milenarismo (642), e principalmente
sob a forma política dum messianismo secularizado, «intrinsecamente perverso»
(643).
677. A Igreja não
entrará na glória do Reino senão através dessa última Páscoa, em que seguirá o
Senhor na sua morte e ressurreição (644). O Reino não se consumará, pois, por
um triunfo histórico da Igreja (645) segundo um progresso ascendente, mas por
uma vitória de Deus sobre o último desencadear do mal (646), que fará descer do
céu a sua Esposa (647). O triunfo de Deus sobre a revolta do mal tomará a forma
de Juízo final (648), após o último abalo cósmico deste mundo passageiro (649).
II. «Para julgar os
vivos e os mortos»
678. Na sequência dos
profetas (650) e de João Baptista (651), Jesus anunciou, na sua pregação, o
Juízo do último dia. Então será revelado o procedimento de cada um (652) e o
segredo dos corações (653). Então, será condenada a incredulidade culpável, que
não teve em conta a graça oferecida por Deus (654). A atitude tomada para com o
próximo revelará a aceitação ou a recusa da graça e do amor divino (655). No
último dia, Jesus dirá: «Sempre que o fizestes a um dos meus irmãos mais
pequeninos, a Mim o fizestes» (Mt 25, 40).
679. Cristo é Senhor da
vida eterna. O pleno direito de julgar definitivamente as obras e os corações
dos homens pertence-Lhe a Ele, enquanto redentor do mundo. Ele «adquiriu» este
direito pela sua cruz. Por isso, o Pai entregou «ao Filho todo o poder de julgar»
(Jo 5, 22) (656). Ora, o Filho não veio para julgar, mas para salvar (657) e
dar a vida que tem em Si (658). É pela recusa da graça nesta vida que cada qual
se julga já a si próprio (659), recebe segundo as suas obras (660) e pode,
mesmo, condenar-se para a eternidade, recusando o Espírito de amor (661).
Resumindo:
680.
Cristo Senhor reina já pela Igreja, mas ainda não Lhe estão submetidas todas as
coisas deste mundo. O triunfo do Reino de Cristo só será um facto, depois dum
último assalto das forças do mal.
681. No
dia do Juízo, no fim do mundo, Cristo virá na sua glória para completar o
triunfo definitivo do bem sobre o mal, os quais, como o trigo e o joio, terão
crescido juntos no decurso da história.
682.
Quando vier; no fim dos tempos, para julgar os vivos e os mortos, Cristo
glorioso há-de revelar a disposição secreta dos corações, e dará a cada um
segundo as suas obras e segundo tiver aceite ou recusado a graça.
CREIO NO
ESPÍRITO SANTO
683. «Ninguém pode dizer
"Jesus é o Senhor" a não ser pela acção do Espírito Santo» (1Cor 12,
3). «Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama:
"Abbá! Pai!'» (Gl 4, 6). Este conhecimento da fé só é possível no Espírito
Santo. Para estar em contacto com Cristo, é preciso primeiro ter sido tocado
pelo Espírito Santo. É Ele que nos precede e suscita em nós a fé. Em virtude do
nosso Baptismo, primeiro sacramento da fé, a Vida, que tem a sua fonte no Pai e
nos é oferecida no Filho, é-nos comunicada, íntima e pessoalmente, pelo
Espírito Santo na Igreja:
O Baptismo «dá-nos a
graça do novo nascimento em Deus Pai, por meio do Filho no Espírito Santo.
Porque aqueles que têm o Espírito de Deus são conduzidos ao Verbo, isto é, ao
Filho: mas o Filho apresenta-os ao Pai, e o Pai dá-lhes a incorruptibilidade.
Portanto, sem o Espírito não é possível ver o Filho de Deus, e sem o Filho
ninguém tem acesso ao Pai, porque o conhecimento do Pai é o Filho, e o
conhecimento do Filho de Deus faz-se pelo Espírito Santo» (1).
684. O Espírito Santo,
pela sua graça, é o primeiro no despertar da nossa fé e na vida nova que
consiste em conhecer o Pai e Aquele que Ele enviou, Jesus Cristo (2).
No entanto, Ele é o último na revelação das Pessoas da Santíssima Trindade. São
Gregário de Nazianzo, «o Teólogo», explica esta progressão pela pedagogia da
«condescendência» divina:
«O Antigo Testamento
proclamava manifestamente o Pai e mais obscuramente o Filho. O Novo manifestou
o Filho e fez entrever a divindade do Espírito. Agora, porém, o próprio
Espírito vive connosco e manifesta-se a nós mais abertamente. Com efeito, quando
ainda não se confessava a divindade do Pai, não era prudente proclamar
abertamente o Filho: e quando a divindade do Filho ainda não era admitida, não
era prudente acrescentar o Espírito Santo como um fardo suplementar, para
empregar uma expressão um tanto ousada [...] É por avanços e progressões
"de glória em glória " que a luz da Trindade brilhará em mais
esplendorosas claridades» (3).
685. Crer no Espírito é,
portanto, professar que o Espírito Santo é uma das Pessoas da Santíssima
Trindade, consubstancial ao Pai e ao Filho, «adorado e glorificado com o Pai e
o Filho» (4). É por isso que tratamos do mistério divino do Espírito
Santo na «teologia» trinitária. Portanto, aqui só trataremos do Espírito Santo
no âmbito da «economia» divina.
686. O Espírito Santo
age juntamente com o Pai e o Filho, desde o princípio até à consumação do
desígnio da nossa salvação. Mas é nestes «últimos tempos», inaugurados com a
Encarnação redentora do Filho, que Ele é revelado e dado, reconhecido e
acolhido como Pessoa. Então, esse desígnio divino, consumado em Cristo,
«Primogénito» e Cabeça da nova criação, poderá tomar corpo na humanidade pelo
Espírito derramado: a Igreja, a comunhão dos santos, a remissão dos pecados, a
ressurreição da carne, a vida eterna.
ARTIGO 8
«CREIO NO
ESPÍRITO SANTO»
687. «Ninguém conhece o
que há em Deus, senão o Espírito de Deus» (1 Cor 2, 11). Ora, o seu Espírito,
que O revela, faz-nos conhecer Cristo, seu Verbo, sua Palavra viva; mas não Se
diz a Si próprio. Aquele que «falou pelos profetas» (5) faz-nos
ouvir a Palavra do Pai. Mas a Ele, nós não O ouvimos. Não O conhecemos senão no
movimento em que Ele nos revela o Verbo e nos dispõe a acolhê-Lo na fé. O
Espírito de verdade, que nos «revela» Cristo, «não fala de Si próprio» (6).
Tal escondimento, propriamente divino, explica porque é que «o mundo não O pode
receber, porque não O vê nem O conhece», enquanto aqueles que crêem em Cristo O
conhecem, porque habita com eles e está neles (Jo 14, 17).
688. A Igreja, comunhão
viva na fé dos Apóstolos que ela transmite, é o lugar do nosso conhecimento do
Espírito Santo:
— Nas Escrituras, que
Ele inspirou:
— na Tradição, de que os
Padres da Igreja são testemunhas sempre actuais;
— no Magistério da
Igreja, que Ele assiste;
— na liturgia
sacramental, através das suas palavras e dos seus símbolos, em que o Espírito
Santo nos põe em comunhão com Cristo;
— na oração, em que Ele intercede por nós;
— nos carismas e ministérios, pelos quais a
Igreja é edificada;
— nos sinais de vida apostólica
e missionária;
— no testemunho dos santos, nos quais Ele
manifesta a sua santidade e continua a obra da salvação.
I. A
missão conjunta do Filho e do Espírito
689. Aquele que o Pai
enviou aos nossos corações, o Espírito do seu Filho (7), é realmente
Deus. Consubstancial ao Pai e ao Filho, é d'Eles inseparável, tanto na vida
íntima da Trindade como no seu dom de amor pelo mundo. Mas ao adorar a
Santíssima Trindade, vivificante, consubstancial e indivisível, a fé da Igreja
professa também a distinção das Pessoas. Quando o Pai envia o seu Verbo, envia
sempre o seu Espírito: missão conjunta na qual o Filho e o Espírito Santo são
distintos mas inseparáveis. Sem dúvida, é Cristo quem aparece, Ele que é a
Imagem visível de Deus invisível; mas é o Espírito Santo quem O revela.
690. Jesus é Cristo,
«ungido», porque o Espírito é d'Ele a Unção; e tudo quanto acontece a partir da
Encarnação, decorre desta plenitude (8). Finalmente, quando Cristo é
glorificado (9), pode, por sua vez, enviar de junto do Pai, o
Espírito, aos que crêem n'Ele: comunica-lhes a sua glória (10), quer
dizer, o Espírito Santo que O glorifica (11). A missão conjunta
desenvolver-se-á, a partir desse momento, nos filhos adoptados pelo Pai no
Corpo do seu Filho: a missão do Espírito de adopção consistirá em uni-los a
Cristo e fazê-los viver n' Ele:
«A unção sugere... que
não há nenhuma distância entre o Filho e o Espírito. Com efeito, do mesmo modo
que entre a superfície do corpo e a unção do óleo, nem a razão nem os sentidos
encontram qualquer entremeio, assim é imediato o contacto do Filho com o
Espírito, de tal modo que aquele que vai tomar contacto com o Filho pela fé,
tem que contactar primeiro com o óleo. Com efeito, não há pane alguma que
esteja despida do Espírito Santo. É por isso que a confissão do Senhorio do
Filho se faz no Espírito Santo para aqueles que a recebem, pois o Espírito vem,
de todos os lados, ao encontro daqueles que se aproximam pela fé» (12).
II. O
nome, as designações e os símbolos do Espírito Santo
O NOME
PRÓPRIO DO ESPÍRITO SANTO
691. «Espírito Santo»,
tal á o nome próprio d'Aquele que adoramos e glorificamos com o Pai e o Filho.
A Igreja recebeu este nome do Senhor e professa-o no Baptismo dos seus novos
filhos (13).
O termo «Espírito»
traduz o termo hebraico « Ruah» que, na sua primeira acepção, significa sopro,
ar, vento. Jesus utiliza precisamente a imagem sensível do vento para sugerir a
Nicodemos a novidade transcendente d'Aquele que é pessoalmente o Sopro de Deus,
o Espírito divino (14). Por outro lado, Espírito e Santo são
atributos divinos comuns às três Pessoas divinas. Mas, juntando os dois termos,
a Escritura, a Liturgia e a linguagem teológica designam a Pessoa inefável do
Espírito Santo, sem equívoco possível com os outros empregos dos termos «espírito»
e «santo».
AS
DESIGNAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO
692. Jesus, ao anunciar
e prometer a vinda do Espírito Santo, chama-Lhe o «Paráclito», que, à letra,
quer dizer: «aquele que é chamado para junto», ad vocatus (Jo 14, 16. 26; 15,
26; 16, 7). «Paráclito» traduz-se habitualmente por «Consolador», sendo Jesus o
primeiro consolador (15). O próprio Senhor chama ao Espírito Santo
«o Espírito da verdade» (16).
693. Além do seu nome
próprio, que é o mais empregado nos Actos dos Apóstolos e nas epístolas, encontramos
em S. Paulo as designações: Espírito da promessa (Gl 3, 14; Ef 1, 13), Espírito
de adopção (Rm 8, 15: Gl 4, 6), Espírito de Cristo (Rm 8, 9), Espírito do
Senhor (2 Cor 3, 17). Espírito de Deus (Rm 8, 9. 14; 15, 19; 1 Cor 6, 11; 7,
40), e em S. Pedro, Espírito de glória (1 Pe 4, 14).
____________________________________
Notas:
605. Cf. Ef 4, 10; 1 Cor 15, 24. 27-28.
606. Cf. Ef 1, 10.
607. Cf. Ef 1, 22.
608. Cf. Ef 4, 11-13.
609. Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, 3: AAS 57 (1965)
6.
610. Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, 5: AAS 57 (1965) 8.
611. Cf. 1 Pe 4, 7.
612. Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, 48: AAS 57 (1965) 53.
613. Cf. Mc 16, 17-18.
614. Cf. Mc 16, 20.
615. Cf. Mt 25, 31.
616. Cf. 2 Ts 2, 7.
617. Cf. 1 Cor 15, 28.
618. Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, 48: AAS 57 (1965) 53.
619. Cf. 1 Cor 11, 26.
620. Cf. 2 Pe 3. 11-12.
621. Cf. 1 Cor 16, 22; Ap 22, 17.
622. Cf. Act 1, 6-7.
623. Cf. Is 11, 1-9.
624. Cf. Act 1, 8.
625. Cf. 1 Cor 7, 26.
626. Cf. Ef 5, 16.
627. Cf. 1 Pe 4, 17.
628. Cf. 1 Jo 2, 18; 4, 3: 1 Tm 4, 1.
629. Cf. Mt 25, 1-13; Mc 13, 33-37.
630. Cf. Ap 22. 20.
631. Cf. Mc 13, 32.
632. Cf. Mt 24, 44; 1 Ts 5, 2.
633. Cf. 2 Ts 2, 3-12.
634. Cf. Rm 11, 31.
635. Cf. Rm 11, 26; Mt 23, 39.
636. Cf. Rm 11, 25.
637. Cf. Rm 11, 12.
638. Cf. Rm 11, 25; Lc 21, 24.
639. Cf. Lc 18, 8; Mt 24, 12.
640. Cf. Lc 21, 12; Jo 15, 19-20.
641. Cf. 2 Ts 2, 4-12; 1 Ts 5. 2-3; 2 Jo
7; 1 Jo 2, 18.22.
642. Cf. Santo Ofício, Decretum de millenarismo (19 de Julho de
1944): DS 3839.
643. Cf. Pio XI, Enc. Divini Redemtptoris (19 de Março de 1937):
AAS 29 (1937) 65-106, condenando o «falso misticismo» desta «simulação da
redenção dos humildes» (p. 69); II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 20-21: AAS 58 (1966)
1040-1042.
644. Cf. Ap 19, 1-9.
645. Cf. Ap 13, 8.
646. Cf. Ap 20, 7-10.
647. Cf. Ap 21, 2-4.
648. Cf. Ap 20, 12.
649. Cf. 2 Pe 3. 12-13.
650. Cf. Dn 7, 10; Jl 3-4: Ml 3, 19.
651. Cf. Mt 3, 7-12.
652. Cf. Mc 12, 38-40.
653. Cf. Lc 12, Jo 3, 20-21; Rm 2, 16; 1
Cor 4, 5.
654. Cf. Mt 11, 20-24: 12, 41-42.
655. Cf. Mt 5, 22; 7, 1-5.
656. Cf. Jo 5, 27: Mt 25, 31: Act 10, 42:
17, 31: 2 Tm 4, 1.
657. Cf. Jo 3, 17.
658. Cf. Jo 5, 26.
659. Cf. Jo 3, 18: 12, 48.
600. Cf. 1 Cor 3, 12-15.
601. Cf. Mt 12, 32; Heb 6, 4-6; 10, 26-31.
1. Santo Ireneu de Lião, Demonstratio praedicationis apostolicae,
7: SC 62, 41-42.
2. Cf. Jo 17, 3.
3. São Gregório de Nazianzo, Oratio 31 (Theologica 5), 26: SC 250,
326 (PG 36, 161-164).
4. Símbolo Niceno-Constantinopolítano: DS 150.
5. Símbolo Niceno-Constamuinopolitano: DS 150.
6. Cf. Jo 16, 13.
7. Cf. Gl 4, 6.
8. Cf. Jo 3, 34.
9. Cf. Jo 7, 39.
10. Cf. Jo 17, 22.
11. Cf. Jo 16, 14.
12. São Gregório de Nissa, Adversus Macedonianos de Spiritu Sancto,
16: Gregorii Nysseni opera, ed. W. Jaeger-H. Langerbeck, V. 3/1 (Leiden 1958) p. 102-103 (PG 45, 1321).
13. Cf. Mt 28, 19.
14. Cf. Jo 3, 5-8.
15. Cf. 1 Jo 2, 1 (paráklêton).
16. Cf. Jo 16. 13.
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