A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Para ver, clicar SFF.
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Evangelho:
Mt 22, 23-40
23 Naquele mesmo dia foram ter com Ele os saduceus,
que negam a ressurreição, e interrogaram-n'O, 24 dizendo: «Mestre,
Moisés disse: “Se morrer algum homem sem ter filhos, case-se o seu irmão com a
mulher dele, e dê descendência a seu irmão”. 25 Ora havia entre nós
sete irmãos. O primeiro, depois de casado, morreu, e, não tendo descendência,
deixou a mulher ao irmão. 26 O mesmo sucedeu ao segundo e ao
terceiro, até ao sétimo. 27 Depois de todos, morreu também a mulher.
28 Na ressurreição, de qual dos sete será a mulher, porque todos
foram casados com ela?». 29 Jesus, respondeu-lhes: «Errais, e não
compreendeis as Escrituras, nem o poder de Deus. 30 Porque na
ressurreição, nem os homens terão mulheres, nem as mulheres maridos, mas serão
como os anjos de Deus no céu. 31 Acerca da ressurreição dos mortos,
não lestes o que Deus vos disse: 32 “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus
de Isaac, e o Deus de Jacob”? Ora Ele não é Deus dos mortos, mas dos vivos». 33
As multidões, ouvindo isto, admiravam-se com a Sua doutrina. 34 Os
fariseus, tendo sabido que Jesus reduzira ao silêncio os saduceus, reuniram-se.
35 E um deles, doutor da Lei, querendo pô-l'O à prova,
perguntou-Lhe: 36 «Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?». 37
Jesus disse-lhe: «”Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a
tua alma, com todo o teu entendimento”. 38 Este é o maior e o
primeiro mandamento. 39 O segundo é semelhante a este: “Amarás o teu
próximo como a ti mesmo”. 40 Destes dois mandamentos depende toda a
Lei e os Profetas».
C. I. C. nr. 121 a 159
O ANTIGO TESTAMENTO
121.
O Antigo Testamento é uma parte da Sagrada Escritura de que não se pode
prescindir. Os seus livros são divinamente inspirados e conservam um valor
permanente (99), porque a Antiga Aliança nunca foi revogada.
122.
Efectivamente, «a "economia" do Antigo Testamento destinava-se,
sobretudo, a preparar [...] o advento de Cristo, redentor universal».
Os
livros do Antigo Testamento, «apesar de conterem também coisas imperfeitas e
transitórias», dão testemunho de toda a divina pedagogia do amor salvífico de Deus:
neles «encontram-se sublimes doutrinas a respeito de Deus, uma sabedoria
salutar a respeito da vida humana, bem como admiráveis tesouros de preces»;
neles, em suma, está latente o mistério da nossa salvação» (100).
123.
Os cristãos veneram o Antigo Testamento como verdadeira Palavra de Deus. A
Igreja combateu sempre vigorosamente a ideia de rejeitar o Antigo Testamento,
sob o pretexto de que o Novo o teria feito caducar (Marcionismo).
O NOVO TESTAMENTO
124.
«A Palavra de Deus, que é força de Deus para salvação de quem acredita,
apresenta-se e manifesta o seu poder dum modo eminente nos escritos do Novo
Testamento (101). Estes escritos transmitem-nos a verdade definitiva
da Revelação divina. O seu objecto central é Jesus Cristo, o Filho de Deus
encarnado, os seus actos, os seus ensinamentos, a sua Paixão e glorificação,
bem como os primórdios da sua Igreja sob a acção do Espírito Santo (102).
125.
Os evangelhos são o coração de todas as Escrituras, «enquanto são o principal
testemunho da vida e da doutrina do Verbo encarnado, nosso Salvador» (103).
126. Na formação dos
evangelhos podemos distinguir três etapas:
1.
A vida e os ensinamentos de Jesus. A Igreja sustenta firmemente que os quatro
evangelhos, «cuja historicidade afirma sem hesitações, transmitem fielmente as
coisas que Jesus, Filho de Deus, realmente operou e ensinou para salvação
eterna dos homens, durante a sua vida terrena, até ao dia em que subiu ao Céu».
2.
A tradição oral. «Na verdade, após a Ascensão do Senhor, os Apóstolos transmitiram
aos seus ouvintes (com aquela compreensão mais plena de que gozavam, uma vez
instruídos pelos acontecimentos gloriosos de Cristo e iluminados pelo Espírito
de verdade) as coisas que Ele tinha dito e feito».
3.
Os evangelhos escritos. «Os autores sagrados, porém, escreveram os quatro
evangelhos, escolhendo algumas coisas, entre as muitas transmitidas por palavra
ou por escrito, sintetizando umas, desenvolvendo outras, segundo o estado das
Igrejas, conservando, finalmente, o carácter de pregação, mas sempre de maneira
a comunicar-nos coisas verdadeiras e sinceras acerca de Jesus» (104).
127.
O Evangelho quadriforme ocupa na Igreja um lugar único, de que são testemunhas
a veneração de que a Liturgia o rodeia e o atractivo incomparável que em todos
os tempos exerceu sobre os santos:
«Não
há doutrina melhor, mais preciosa e esplêndida do que o texto do Evangelho.
Vede e retende o que nosso Senhor e Mestre, Cristo, ensinou pelas suas palavras
e realizou pelos seus actos» (105).
«É
sobretudo o Evangelho que me ocupa durante as minhas orações. Nele encontro
tudo o que é necessário à minha pobre alma. Nele descubro sempre novas luzes,
sentidos escondidos e misteriosos» (106).
A UNIDADE DO ANTIGO E DO
NOVO TESTAMENTO
128.
A Igreja, já nos tempos apostólicos (107), e depois constantemente
na sua Tradição, pôs em evidência a unidade, do plano divino nos dois
Testamentos, graças à tipologia. Esta descobre nas obras de Deus, na Antiga
Aliança, prefigurações do que o mesmo Deus realizou na plenitude dos tempos, na
pessoa do seu Filho encarnado.
129.
Os cristãos lêem, pois, o Antigo Testamento à luz de Cristo morto e
ressuscitado. Esta leitura tipológica manifesta o conteúdo inesgotável do
Antigo Testamento. Mas não deve fazer-nos esquecer de que ele mantém o seu
valor próprio de Revelação, reafirmado pelo próprio Jesus, nosso Senhor (108).
Aliás, também o Novo Testamento requer ser lido à luz do Antigo. A catequese
cristã primitiva recorreu constantemente a este método (109).
Segundo um velho adágio, o Novo Testamento está oculto no Antigo, enquanto o
Antigo é desvendado no Novo: «Novum in Vetere latet et in Novo Vetus patet» –
«O Novo está oculto no Antigo, e o Antigo está patente no Novo» (110).
130.
A tipologia significa o dinamismo em ordem ao cumprimento do plano divino,
quando «Deus for tudo em todos» (1 Cor 15, 28). Assim, a vocação dos patriarcas
e o êxodo do Egipto, por exemplo, não perdem o seu valor próprio no plano de
Deus pelo facto de, ao mesmo tempo, serem etapas intermédias desse mesmo plano.
V. A Sagrada Escritura na
vida da Igreja
131.
«É tão grande a força e a virtude da Palavra de Deus, que ela se torna para a
Igreja apoio e vigor e, para os filhos da Igreja, solidez da fé, alimento da
alma, fonte pura e perene de vida espiritual» (111). É necessário
que «os fiéis tenham largo acesso à Sagrada Escritura» (112).
132.
«O estudo das Páginas sagradas deve ser como que a "alma" da sagrada
teologia. Também o ministério da Palavra, isto é, a pregação pastoral, a
catequese, e toda a espécie de instrução cristã, na qual a homilia litúrgica
deve ter um lugar principal, com proveito se alimenta e santamente se revigora
com a palavra da Escritura» (113).
133.
A Igreja «exorta com ardor e insistência todos os fiéis [...] a que aprendam
"a sublime ciência de Jesus Cristo" (Fl. 3, 8) na leitura frequente
da Sagrada Escritura. Porque "a ignorância das Escrituras é ignorância de
Cristo"» (114).
Resumindo:
134. Omnis Scriptura
divina unus liber est, et ille unus liber Christus est, «quia omnis Scriptura
divina de Christo loquitur; et omnis Scriptura divina in Christo impletur» –
Toda a Escritura divina é um só livro, e esse livro único é Cristo, «porque
toda a Escritura divina fala de Cristo e toda a Escritura divina se cumpre em
Cristo».
135. «As Sagradas
Escrituras contêm a Palavra de Deus; e, pelo facto de serem inspiradas, são
verdadeiramente a Palavra de Deus» (115).
136. Deus é o autor da
Sagrada Escritura, ao inspirar os seus autores humanos: age neles e por eles. E
assim nos dá a garantia de que os seus escritos ensinam, sem erro, a verdade da
salvação (116).
137. A interpretação das
Escrituras inspiradas deve, antes de mais nada, estar atenta ao que Deus quer
revelar, por meio dos autores sagrados, para nossa salvação. O que vem do
Espírito não é plenamente entendido senão pela acção do Espírito (117).
138. A Igreja recebe e
venera, como inspirados, os 46 livros do Antigo e os 27 do Novo Testamento.
139. Os quatro evangelhos
ocupam um lugar central, dado que Jesus Cristo é o seu centro.
140. A unidade dos dois
Testamentos deriva da unidade do plano de Deus e da sua Revelação. O Antigo
Testamento prepara o Novo, ao passo que o Novo dá cumprimento ao Antigo. Os
dois esclarecem-se mutuamente; ambos são verdadeira Palavra de Deus.
141. «A Igreja sempre
venerou as Divinas Escrituras, tal como o próprio Corpo do Senhor» ambos
alimentam e regem toda a vida cristã. «A vossa Palavra é farol para os meus
passos e luz para os meus caminhos» (Sl 119, 105) (118).
A RESPOSTA DO HOMEM A DEUS
142.
Pela sua revelação, «Deus invisível, na riqueza do seu amor, fala aos homens
como amigos e convive com eles, para os convidar e admitir à comunhão com Ele» (119).
A resposta adequada a este convite é a fé.
143.
Pela fé, o homem submete completamente a Deus a inteligência e a vontade; com
todo o seu ser, o homem dá assentimento a Deus revelador (120). A
Sagrada Escritura chama «obediência da fé» a esta resposta do homem a Deus
revelador (121).
ARTIGO 1
EU CREIO
I. A «obediência da fé»
144.
Obedecer (ob-audire) na fé é submeter-se livremente à palavra escutada, por a
sua verdade ser garantida por Deus, que é a própria verdade. Desta obediência,
o modelo que a Sagrada Escritura nos propõe é Abraão. A sua realização mais
perfeita é a da Virgem Maria.
ABRAÃO – «O PAI DE TODOS
OS CRENTES»
145.
A Epístola aos Hebreus, no grande elogio que faz da fé dos antepassados,
insiste particularmente na fé de Abraão: «Pela fé, Abraão obedeceu ao
chamamento de Deus, e partiu para uma terra que viria a receber como herança:
partiu, sem saber para onde ia» (Heb 11, 8) (122). Pela fé, viveu
como estrangeiro e peregrino na terra prometida (123). Pela fé, Sara
recebeu a graça de conceber o filho da promessa. Pela fé, finalmente, Abraão
ofereceu em sacrifício o seu filho único (124).
146.
Abraão realiza assim a definição da fé dada pela Epístola aos Hebreus: «A fé
constitui a garantia dos bens que se esperam, e a prova de que existem as
coisas que não se vêm» (Heb 11, 1). «Abraão acreditou em Deus, e isto foi-lhe
atribuído como justiça» (Rm 4, 3) (125). «Fortalecido» por esta fé
(Rm 4, 20), Abraão tornou-se «o pai de todos os crentes» (Rm 4, 11. 18) (8).
147.
O Antigo Testamento é rico em testemunhos desta fé. A Epístola aos Hebreus faz
o elogio da fé exemplar dos antigos, «que lhes valeu um bom testemunho» (Heb
11, 2. 39). No entanto, para nós, «Deus previra destino melhor»: a graça de
crer no seu Filho Jesus, «guia da nossa fé, que Ele leva à perfeição» (Heb 11,
40; 12, 2).
MARIA – «FELIZ AQUELA QUE
ACREDITOU»
148.
A Virgem Maria realiza, do modo mais perfeito, a «obediência da fé». Na fé,
Maria acolheu o anúncio e a promessa trazidos pelo anjo Gabriel, acreditando
que «a Deus nada é impossível» (Lc 1, 37) (9) e dando o seu assentimento: «Eis
a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1, 38). Isabel
saudou-a: «Feliz aquela que acreditou no cumprimento de quanto lhe foi dito da
parte do Senhor» (Lc 1, 45). É em virtude desta fé que todas as gerações a
hão-de proclamar bem-aventurada (126).
149.
Durante toda a sua vida e até à última provação (127), quando Jesus,
seu filho, morreu na cruz, a sua fé jamais vacilou. Maria nunca deixou de crer
«no cumprimento» da Palavra de Deus. Por isso, a Igreja venera em Maria a mais
pura realização da fé.
II. «Eu sei em quem pus a
minha fé» (2 Tm 1, 12)
CRER SÓ EM DEUS
150.
Antes de mais, a fé é uma adesão pessoal do homem a Deus. Ao mesmo tempo, e
inseparavelmente, é o assentimento livre a toda a verdade revelada por Deus.
Enquanto adesão pessoal a Deus e assentimento à verdade por Ele revelada, a fé
cristã difere da fé numa pessoa humana. É justo e bom confiar totalmente em
Deus e crer absolutamente no que Ele diz. Seria vão e falso ter semelhante fé
numa criatura (128).
CRER EM JESUS CRISTO,
FILHO DE DEUS
151.
Para o cristão, crer em Deus é crer inseparavelmente n'Aquele que Deus enviou –
«no seu Filho muito amado» em quem Ele pôs todas as suas complacências (129):
Deus mandou-nos que O escutássemos (130). O próprio Senhor disse aos
seus discípulos: «Acreditais em Deus, acreditai também em Mim» (Jo 14, 1).
Podemos crer em Jesus Cristo, porque Ele próprio é Deus, o Verbo feito carne:
«A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que
O deu a conhecer» (Jo 1, 18). Porque «viu o Pai» (Jo 6, 46), Ele é o único que
O conhece e O pode revelar (131).
CRER NO ESPÍRITO SANTO
152.
Não é possível acreditar em Jesus Cristo sem ter parte no seu Espírito. É o
Espírito Santo que revela aos homens quem é Jesus. Porque «ninguém é capaz de dizer:
"Jesus é Senhor", a não ser pela acção do Espírito Santo» (1 Cor 12,
3). «O Espírito penetra todas as coisas, até o que há de mais profundo em Deus
[...]. Ninguém conhece o que há em Deus senão o Espírito de Deus» (1 Cor 2,
10-11). Só Deus conhece inteiramente Deus. Nós cremos no Espírito Santo, porque
Ele é Deus.
A
Igreja não cessa de confessar a sua fé num só Deus, Pai, Filho e Espírito
Santo.
III. As características da
fé
A FÉ É UMA GRAÇA
153.
Quando Pedro confessa que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo, Jesus
declara-lhe que esta revelação não lhe veio «da carne nem do sangue, mas do seu
Pai que está nos Céus» (Mt 16, 17) (16). A fé é um dom de Deus, uma virtude
sobrenatural infundida por Ele. «Para prestar esta adesão da fé, são necessários
a prévia e concomitante ajuda da graça divina e os interiores auxílios do
Espírito Santo, o qual move e converte o coração para Deus, abre os olhos do
entendimento, e dá "a todos a suavidade em aceitar e crer a verdade"»
(132).
A FÉ É UM ACTO HUMANO
154.
O acto de fé só é possível pela graça e pelos auxílios interiores do Espírito
Santo. Mas não é menos verdade que crer é um acto autenticamente humano. Não é
contrário nem à liberdade nem à inteligência do homem confiar em Deus e aderir
às verdades por Ele reveladas. Mesmo nas relações humanas, não é contrário à
nossa própria dignidade acreditar no que outras pessoas nos dizem acerca de si
próprias e das suas intenções, e confiar nas suas promessas (como, por exemplo,
quando um homem e uma mulher se casam), para assim entrarem em mútua comunhão.
Por isso, é ainda menos contrário à nossa dignidade «prestar, pela fé,
submissão plena da nossa inteligência e da nossa vontade a Deus revelador» (133)
e entrar assim em comunhão intima com Ele.
155.
Na fé, a inteligência e a vontade humanas cooperam com a graça divina: «Credere
est actas intellectus assentientis veritati divinae ex imperio voluntatis, a
Deo motae per gratiam» — «Crer é o acto da inteligência que presta o seu
assentimento à verdade divina, por determinação da vontade, movida pela graça
de Deus» (134).
A FÉ E A INTELIGÊNCIA
156.
O motivo de crer não é o facto de as verdades reveladas aparecerem como
verdadeiras e inteligíveis à luz da nossa razão natural. Nós cremos «por causa
da autoridade do próprio Deus revelador, que não pode enganar-se nem
enganar-nos» (135). «Contudo, para que a homenagem da nossa fé fosse
conforme à razão, Deus quis que os auxílios interiores do Espírito Santo fossem
acompanhados de provas exteriores da sua Revelação» (136). Assim, os
milagres de Cristo e dos santos (137), as profecias, a propagação e
a santidade da Igreja, a sua fecundidade e estabilidade «são sinais certos da
Revelação, adaptados à inteligência de todos» (138), «motivos de
credibilidade», mostrando que o assentimento da fé não é, «de modo algum, um
movimento cego do espírito» (139).
157.
A fé é certa, mais certa que qualquer conhecimento humano, porque se funda na
própria Palavra de Deus, que não pode mentir. Sem dúvida, as verdades reveladas
podem parecer obscuras à razão e à experiência humanas; mas «a certeza dada
pela luz divina é maior do que a dada pela luz da razão natural» (140).
«Dez mil dificuldades não fazem uma só dúvida» (141).
158.
«A fé procura compreender» (142): é inerente à fé o desejo do crente
de conhecer melhor Aquele em quem acreditou, e de compreender melhor o que Ele
revelou; um conhecimento mais profundo exigirá, por sua vez, uma fé maior e
cada vez mais abrasada em amor. A graça da fé abre «os olhos do coração» (Ef 1,
18) para uma inteligência viva dos conteúdos da Revelação, isto é, do conjunto
do desígnio de Deus e dos mistérios da fé, da íntima conexão que os Liga entre si
e com Cristo, centro do mistério revelado. Ora, para «que a compreensão da
Revelação seja cada vez mais profunda, o mesmo Espírito Santo aperfeiçoa sem
cessar a fé, mediante os seus dons» (143). Assim, conforme o dito de
Santo Agostinho, «eu creio para compreender e compreendo para crer melhor» (144).
159.
Fé e ciência. «Muito embora a fé esteja acima da razão, nunca pode haver
verdadeiro desacordo entre ambas: o mesmo Deus, que revela os mistérios e
comunica a fé, também acendeu no espírito humano a luz da razão. E Deus não
pode negar-Se a Si próprio, nem a verdade pode jamais contradizer a verdade» (145).
«É por isso que a busca metódica, em todos os domínios do saber, se for
conduzida de modo verdadeiramente científico e segundo as normas da moral, jamais
estará em oposição à fé: as realidades profanas e as da fé encontram a sua
origem num só e mesmo Deus. Mais ainda: aquele que se esforça, com perseverança
e humildade, por penetrar no segredo das coisas, é como que conduzido pela mão
de Deus, que sustenta todos os seres e faz que eles sejam o que são, mesmo que
não tenha consciência disso» (146).
________________
Notas:
96.
Santo Agostinho, Contra Epistulam Manichaei quam vocant fundamenti 5. 6: CSEL
25, 197 (PL 42, 176).
97.
II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 8: AAS 58 (1966) 821.
98.
Cf. Decretum Damasi: DS 179-180: Concílio de Florença, Decretum pro Iacobitis:
DS 1334-1336; Concílio de Trento. Sess. 4ª. Decretum de Libris Sacris et de
traditionibus recipiendis: DS 1501-1504.
99.
II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 14: AAS 58 (1966) 825.
100.
II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 15: AAS 58 (1966) 825.
101.
II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 17: AAS 58 (1966) 826.
102.
II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 20: AAS 58 (1966) 827.
103.
II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 18: AAS 58 (1966) 826.
104.
II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 19: AAS 58 (1966) 826-827.
105.
Santa Cesária, A Jovem, Epistula ad Richildam et Radegundem: SC 345, 480.
106.
Santa Teresa do Menino Jesus, Manuscrit A, 83v: Manuscrits autobiographiques,
Paris 1929, p. 268. [Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face, Obras
Completas (Paço de Arcos. Edições do Carmelo 1996) p. 213].
107.
Cf. 1 Cor 10, 6: Heb 10, 1; 1 Pe 3, 21.
108.
Cf. Mc 12, 29-31.
109.
Cf. 1 Cor 5, 6-8: 10, 1-11.
110.
Santo Agostinho, Quaestiones in Heptateucumt 2, 73: CCL 33. 106 (PL 34, 623);
cf. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 16: AAS 58 (1966) 825.
111.
Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 21: A AS 58 (1966) 828.
112.
II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 22: AAS 58 (1966) 828.
113.
II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 24: AAS 58 (1966) 829.
114.
II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 25: AAS 58 (1966) 829: cf.
São Jerónimo, Commentarii in Isaiam, Prologus: CCL 73, 1 (PL 24, 17).
115.
II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum. 24: AAS 58 (1966) 829.
116.
II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 11: AAS 58 (1966) 822-823.
117. Cf. Orígenes, Homiliae in
Exodum 4, 5: SC 321, 128 (PG 12, 320).
118. Cf.
Is 50, 4.
119.
I Concílio Vaticano, Const. dogm.Dei Filius. c. 3: DS 3008.
120.
II Concílio Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 5: AAS 58 (1966) 819.
121.
Cf. Rm 1, 5; 16, 26.
122.
Cf. Gn 12, 1-4.
123.
Cf. Gn 23, 4.
124.
Cf. Heb 11, 17.
125.
Cf. Gn 15, 6.
126. Cf. Gn 15, 5.
127. Cf. Gn 18, 14.
128. Cf. Lc l, 48.
129. Cf. Lc 2, 35.
130. Cf. Jr 17, 5-6; Sl 40, 5;
146, 3-4.
131. Cf. Mc 1, 11.
132. Cf. Mc 9, 7.
133.
II Concílio Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 2: AAS 58 (1966) 818.
134.
Cf. Mt 11, 27.
135.
Cf. Gl 1, 15-16; Mt 11, 25.
136.
II Concílio Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 5: AAS 58 (1966) 819.
137.
I Concílio Vaticano, Const. dogm. Dei Filius, c.3: DS 3008.
138.
São Tomás de Aquino. Summa theologiae II-II. q. 2. a. 9. c: Ed. Leon. 8. 37:
cf. I Concílio Vaticano, Const. dogm. Dei Filius, c. 3: DS 3010.
139.
I Concílio Vaticano, Const. dogm.Dei Filius. c. 3: DS 3008.
140.
I Concílio Vaticano, Const. dogm. Dei Filius, c. 3: DS 3009.
141.
Cf. Mc 16, 20; Heb 2, 4.
142.
I Concílio Vaticano, Const. dogm. Dei Filius, c. 3: DS 3009.
143.
I Concílio Vaticano, Const. dogm. Dei Filius, c. 3: DS 3010.
144.
São Tomás de Aquino, Summa theologiae II-II. q. 171, 5, 3um: Ed. Leon. 10, 373.
145.
J. H. Newman, Apologia pro vita sua, c. 5. ed. M. J. Svaglic, Oxford 1967, p. 210.
146.
Santo Anselmo da Cantuária, Proslogion. Prooemium: Opera omnia, ed. F. S.
Schmitt. v. 1, Edimburgo 1946, p. 94.
147.
II Concílio Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 5: AAS 58 (1966) 819.
148.
Santo Agostinho, Sermão 43, 7, 9: CCL 41. 512 (PL 38. 258).
149.
I Concílio Vaticano, Const. dogm. Dei Filius, c. 4: DS 3017.
150.
II Concílio Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 36: AAS 58 (966) 1054.
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