07/01/2013

Carta do Prelado do Opus Dei por ocasião do Ano da Fé. 18


18. A investigação ocupa um lugar destacado no trabalho dos professores universitários e doutros intelectuais. Nessa tarefa, o cristão comprometido com a busca e a difusão da verdade, animado pelo desejo recto de colaborar na configuração dum saber que supere a fragmentação e o relativismo, descobre constantes oportunidades para levar a cabo um profundo apostolado doutrinal. Nenhum tema de investigação, nenhuma área do amplo campo do ensino é neutro do ponto de vista da fé. Todo o nosso trabalho, até umas aulas de química, para dar um exemplo bastante concreto, podem cooperar ou não para a dilatação do Reino de Cristo. «A necessária objectividade científica rejeita justamente toda a neutralidade ideológica, toda a ambiguidade, todo o conformismo, toda a cobardia: o amor à verdade compromete a vida e todo o trabalho do cientista» [30]. Se o professor, o investigador, se move principalmente pelo desejo de dar glória a Deus e de servir as almas, então a coerência cristã do seu exemplo, a disponibilidade para os alunos e colaboradores, a rectidão com que orienta o seu trabalho, o empenho por formar os seus discípulos e transmitir o seu saber, contribui sem dúvida, para que as pessoas que escutam ou que recebem o eco do seu trabalho, descubram ou vejam o rasto dos seguidores de Cristo.
Além disso, estes trabalhos científicos facilitam as relações profissionais com investigadores de prestígio dentro do próprio país ou noutros países; levam a estabelecer amizades sinceras, que são o ambiente natural do apostolado pessoal, o que facilita conseguir que os colegas, nos seus trabalhos de investigação, respeitem pelo menos os princípios morais fundamentais.

Os católicos responsáveis que intervêm nestes lugares cruciais para a nova evangelização, deveriam interrogar-se sobre o modo de chegar também, na medida das suas possibilidades, aos meios de comunicação e aos fóruns de opinião, para transmitir boa e segura doutrina, nas matérias da sua especialidade: colaborando na imprensa, intervindo em programas de rádio e de televisão ou através da internet; participando em actividades culturais, dando um parecer científico autorizado sobre temas que surgem no debate público, etc. E, por sua vez, os católicos que promovem empresas de comunicação e opinião pública, ou trabalham profissionalmente nesses meios, devem esforçar-se para que as suas páginas ou os seus programas apresentem, com elevação e rigor, o que de limpo e recto se realiza nestes espaços.

Quero deixar bem claro que os que intervêm nestas áreas, hão de sentir a responsabilidade de tirar partido dos seus talentos, sem esquecer que muitas outras pessoas, com trabalhos materiais ou aparentemente de pouco relevo, se esforçam para converter a sua ocupação em oração a Deus, a fim de que os homens e mulheres importantes nas áreas que dirigem a sociedade, saibam ser inteiramente responsáveis, conscientes de que Deus lhes pedirá contas do seu desempenho; e hão-de mostrar-se muito agradecidos aos que trabalham, por assim dizer, na penumbra. Vem muito a propósito o que comentava S. Josemaria: Quem é mais importante, o magnífico reitor duma universidade ou a última pessoa que serve na manutenção do edifício? E respondia sem duvidar: o que cumpre a sua tarefa com mais fé, com mais desejo de santidade.

Copyright © Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei
Nota: Publicação devidamente autorizada

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Notas:

[30] S. Josemaria, Discurso no acto de investidura de doutores “honoris causa” pela Universidade de Navarra, 9-V-1974.

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