Ninguém
pode considerar-se “perito” na dor; tem sempre uma dimensão de originalidade:
na forma como se manifesta, nas suas causas e nas diversas reacções que
desencadeia. Muitas vezes encontramo-nos a sofrer profundamente por motivos e
razões que nunca esperamos.
O
Santo Padre João Paulo II escreve: «O sofrimento humano suscita compaixão;
suscita também respeito e, à sua maneira, atemoriza. Com efeito, nele está
contida a grandeza de um mistério específico [...] o homem, no seu sofrimento,
é um mistério intangível» [i].
S. Josemaria con Isidoro Zorzano |
A
principal peculiaridade da dor humana é que coloca uma questão existencial.
«Dentro de cada sofrimento experimentado pelo homem, e também na profundidade
do mundo do sofrimento, aparece inevitavelmente a pergunta: porquê? É uma
pergunta acerca da causa, da razão; uma pergunta acerca da finalidade (para
quê); enfim, acerca do sentido» [ii]
Com
efeito, quando se empreende a busca do sentido da dor, o ser humano
questiona-se sobre o sentido da sua própria existência e procura aclarar o
alcance e o significado da sua própria liberdade. «Posso recusar a dor? Posso,
porventura, fixar uma distância da dor, eliminá-la? A dor imprime à vida o seu
sentido efémero» [iii].
Esta
experiência humana move-nos a procurar a ajuda de outras pessoas e a oferecer,
ao mesmo tempo, a nossa assistência. A experiência da dor ensina-nos a prestar
mais atenção às outras pessoas [iv].
A dor marca a diferença entre uma pessoa madura e equilibrada, que é capaz de
enfrentar obstáculos e situações difíceis, e uma pessoa que se deixa levar e
absorver pelas suas próprias emoções e sensações.
p. binetti, 2012.09.07
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