09/11/2012

Leitura espiritual para 09 Nov 2012


Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.


Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Jo 9, 1-23


1 Passando Jesus, viu um homem cego de nascença. 2 Os Seus discípulos perguntaram-Lhe: «Mestre, quem pecou, este ou os seus pais, para que nascesse cego?». 3 Jesus respondeu: «Nem ele nem seus pais pecaram; mas foi para se manifestarem nele as obras de Deus. 4 Importa que Eu faça as obras d'Aquele que Me enviou enquanto é dia; vem a noite, quando ninguém pode trabalhar. 5 Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo».6 Dito isto, cuspiu no chão, fez lodo com a saliva, e ungiu com o lodo os olhos do cego. 7 Depois disse-lhe: «Vai, lava-te na piscina de Siloé!», que quer dizer “Enviado”. Foi, lavou-se e voltou com vista. 8 Então os seus vizinhos e os que o tinham visto antes a mendigar diziam: «Não é este aquele que estava sentado e pedia esmola?». Uns diziam: «É este!». 9 Outros, porém: «Não é, mas é outro, que se parece com ele!». Porém ele dizia: «Sou eu mesmo!». 10 Perguntaram-lhe: «Como se abriram os teus olhos?». 11 Ele respondeu: «Aquele homem, que se chama Jesus, fez lodo, ungiu os meus olhos e disse-me: Vai à piscina de Siloé e lava-te. Fui, lavei-me e vejo». 12 Perguntaram-lhe: «Onde está Ele?». Respondeu: «Não sei». 13 Levaram aos fariseus o que tinha sido cego. 14 Ora era dia de sábado quando Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos. 15 Perguntaram-lhe, pois, também os fariseus de que modo tinha adquirido a vista. Respondeu-lhes: «Pôs-me lodo sobre os olhos, lavei-me e vejo». 16 Então, alguns fariseus diziam: «Este homem, que não guarda o sábado, não é de Deus». Porém, outros diziam: «Como pode um homem pecador fazer tais prodígios?». E havia desacordo entre eles. 17 Disseram, por isso, novamente ao cego: «Tu que dizes d'Aquele que te abriu os olhos?». Ele respondeu: «Que é um profeta!». 18 Mas os judeus não acreditaram que ele tivesse sido cego e recuperado a vista, enquanto não chamaram os pais. 19 Interrogaram-nos: «É este o vosso filho, que dizeis que nasceu cego? Como vê, pois, agora?». 20 Seus pais responderam: «Sabemos que este é nosso filho e que nasceu cego; 21 mas não sabemos como ele agora vê e também não sabemos quem lhe abriu os olhos; perguntai-o a ele mesmo. Tem idade; ele próprio fale de si!». 22 Seus pais falaram assim porque tinham medo dos judeus; porque estes tinham combinado que, se alguém confessasse que Jesus era o Messias, fosse expulso da sinagoga. 23 Por isso é que os pais disseram: «Ele tem idade, interrogai-o a ele!».




CARTA ENCÍCLICA
MEDIACTOR DEI
DO SUMO PONTÍFICE
PAPA PIO XII
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS PATRIARCAS, PRIMAZES,
ARCEBISPOS E BISPOS
E OUTROS ORDINÁRIOS DO LUGAR
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA

SOBRE A SAGRADA LITURGIA
 SEGUNDA PARTE

O CULTO EUCARÍSTICO

II. Participação dos fiéis no sacrifício eucarístico

…/5

3. Os meios de promover a participação dos fiéis

95. São, pois, dignos de louvor aqueles que, com o fim de tornar mais fácil e frutuosa ao povo cristão a participação no sacrifício eucarístico, se esforçam em colocar oportunamente nas mãos do povo o "Missal romano" de modo que os fiéis, unidos ao sacerdote, orem com ele, com as suas próprias palavras e com os mesmos sentimentos da Igreja, como também os que visam a fazer da liturgia, ainda que externamente, uma acção sagrada, na qual têm parte de facto todos os assistentes. Isso pode acontecer de vários modos: quando todo o povo, segundo as normas rituais, responde disciplinadamente às palavras do sacerdote ou executa cânticos correspondentes às várias partes do sacrifício, ou faz uma e outra coisa, ou, enfim, quando, na missa solene, responde alternadamente às orações dos ministros de Jesus Cristo e se associa ao canto litúrgico.

96. Todavia, essas maneiras de participar do sacrifício são para louvar e aconselhar, quando obedecem escrupulosamente aos preceitos da Igreja e às normas dos sagrados ritos. São ordenadas sobretudo para alimentar e fomentar a piedade dos cristãos e a sua íntima união com Cristo e com o seu ministro visível e a estimular aqueles sentimentos e aquelas disposições interiores com as quais é necessário que a nossa alma se assemelhe ao sumo sacerdote do Novo testamento. Não obstante, se bem que isto demonstre no modo exterior, que o sacrifício por sua natureza, enquanto é realizado pelo mediador de Deus e dos homens [1] deve ser considerado obra de todo o corpo místico de Cristo, não são porém necessárias para constituir-lhe o caráter público e comum. Além disso, a missa "dialogada" não pode substituir a missa solene, a qual, ainda que celebrada na presença apenas dos ministros, goza de uma particular dignidade pela majestade dos ritos e aparato das cerimónias, se bem que o seu esplendor e solenidade muito ganhem se, como o prefere a Igreja, o povo numeroso e devoto a ela assistir.

97. Deve-se ainda observar que estão fora da verdade e do caminho da reta razão os que, arrastados por falsas opiniões, tanto valor atribuem a todas essas circunstâncias que não duvidam asseverar que, omitindo-as, a acção sagrada não pode alcançar o fim prefixado.

98. Não poucos fiéis, com efeito, são incapazes de usar o "Missal Romano" ainda quando escrito em língua vulgar, nem todos são capazes de compreender correctamente, como convém, os ritos e as cerimónias litúrgicas. A inteligência, o caráter e a índole dos homens são tão vários e dissemelhantes que nem todos podem igualmente impressionar-se e serem guiados pelas orações, pelos cantos ou pelas ações sagradas feitas em comum. Além disso, as necessidades e as disposições das almas não são iguais em todos, nem ficam sempre as mesmas em cada um. Quem, pois, poderá dizer, levado por tal preconceito, que tantos cristãos não podem participar do sacrifício eucarístico e aproveitar-lhe os benefícios? Certamente que o podem fazer de outra maneira, e, para alguns, mais fácil: por exemplo, meditando piamente os mistérios de Jesus Cristo ou fazendo exercícios de piedade e outras orações que, embora na forma difiram dos sagrados ritos, a eles todavia correspondem pela sua natureza. Por isso vos exortamos, veneráveis irmãos, a que na vossa diocese ou jurisdição eclesiástica reguleis e ordeneis o modo mais adequado mediante o qual o povo consiga participar da acção litúrgica segundo as normas estabelecidas no "Missal Romano" e segundo os preceitos da Sagrada Congregação dos ritos e do Código de direito canônico. Faça-se, pois, tudo com a necessária ordem e decoro, nem seja permitido a ninguém, ainda que sacerdote, usar os sagrados edifícios para experimentações arbitrárias. A esse propósito desejamos ainda, como já existe para a arte e a música sacra, também se constitua nas dioceses, uma comissão para promover o apostolado litúrgico, a fim de que, sob o vosso vigilante cuidado, tudo se faça diligentemente segundo as prescrições da Sé Apostólica.

99. Nas comunidades religiosas, observe-se cuidadosamente tudo o que as próprias constituições estabeleceram nesta matéria, e não se introduzam novidades que não tenham sido aprovadas primeiro pelos superiores. Na realidade, ainda que possam ser várias as circunstâncias exteriores da participação do povo no sacrifício eucarístico e nas outras ações litúrgicas, sempre deve procurar-se com todo o cuidado que as almas dos assistentes se unam ao divino Redentor com os mais estreitos laços possíveis e que a sua vida se enriqueça de santidade sempre maior e cresça todo dia a glória do Pai celeste.

III. A comunhão eucarística

100. O augusto sacrifício do altar conclui-se com a comunhão do divino banquete. Mas, como todos sabem, para haver integridade do sacrifício, somente é exigido que o sacerdote se nutra do alimento celeste e não que o povo – coisa aliás sumamente desejável – participe da santa comunhão.

101. Agrada-nos a esse propósito repetir as considerações de Nosso predecessor Bento XIV sobre as definições do concílio de Trento: "Em primeiro lugar... devemos dizer que a nenhum fiel pode vir à mente que as missas privadas, nas quais apenas o sacerdote comunga, percam por isso o valor do verdadeiro, perfeito e íntegro sacrifício instituído por Cristo Senhor e devam, portanto, ser consideradas ilícitas. Nem os fiéis ignoram – pelo menos podem ser facilmente instruídos – que o sacrossanto concílio de Trento, fundando-se na doutrina guardada na ininterrupta tradição da Igreja, condenou a nova e falsa doutrina de Lutero, contraria a esta" [2]. Quem disser que as missas nas quais só o sacerdote comunga sacramentalmente são ilícitas, e por isso devam ser abolidas, seja anátema". [3]

102. Afastam-se, pois, do caminho da verdade os que recusam celebrar, se o povo cristão não se aproximar da mesa divina, e ainda mais se afastam os que, para sustentar a absoluta necessidade de que os fiéis se nutram do banquete eucarístico juntamente com o sacerdote, afirmam capciosamente que não se trata somente de um sacrifício, mas de sacrifício e banquete de união fraterna, e fazem da santa comunhão em comum quase o ápice de toda a celebração.

103. Deve notar-se ainda uma vez que o sacrifício eucarístico consiste essencialmente na imolação incruenta da vítima divina, imolação que é misticamente manifestada pela separação das sagradas espécies e pela sua oblação feita ao Pai Eterno. A santa comunhão pertence à integridade do sacrifício, e à participação nele por meio da recepção do augusto sacramento, e enquanto é absolutamente necessária ao ministro sacrificador, aos fiéis é vivamente recomendável.

104. Como, porém, a Igreja, enquanto mestra de verdade, se esforça com todo o cuidado por guardar a integridade da fé católica, assim, enquanto mãe solícita de seus filhos exorta-os instantemente a participarem com avidez e frequência deste máximo benefício da nossa religião.

105. Deseja antes de tudo, que os cristãos – especialmente quando não possam facilmente receber de facto o alimento eucarístico – o recebam ao menos em desejo, de sorte que se unam a ele com fé viva, com ânimo reverentemente humilde e confiante na vontade do Redentor divino e com o amor mais ardente.

106. Mas isso não lhe basta. Já que, como acima dissemos, podemos participar do sacrifício também pela comunhão sacramental, por meio do banquete do pão dos anjos, a madre Igreja, para que mais eficazmente "possamos sentir em nós continuamente o fruto da redenção" [4] repete a todos os seus filhos o convite de Cristo Senhor: "tomai e comei... fazei isto em minha memória". [5] Nesse propósito o concílio de Trento, fazendo eco aos desejos de Jesus Cristo e de sua esposa imaculada, insta por "que em todas as missas os fiéis presentes participem não só espiritualmente, mas ainda sacramentalmente da eucaristia, para que lhes venha mais abundante o fruto deste sacrifício". [6] Aliás, para melhor e mais claramente manifestar-se a participação dos fiéis no sacrifício divino por meio da comunhão eucarística, o nosso imortal predecessor Bento XIV louva a devoção daqueles que, não só desejam nutrir-se do alimento celeste durante a assistência ao sacrifício, mas preferem alimentar-se com hóstias consagradas no mesmo sacrifício, se bem que, como ele declara, participemos verdadeira e realmente do sacrifício, mesmo quando se trate de pão eucarístico devidamente consagrado antes. Assim, com efeito, escreve: "Embora participem do mesmo sacrifício não só aqueles aos quais o sacerdote celebrante dá parte da Vítima por ele oferecida na mesma missa, mas também aqueles aos quais o sacerdote dá a eucaristia que se costuma conservar, nem por isso a Igreja proibiu no passado, ou proíbe atualmente, que o sacerdote satisfaça à devoção e ao justo pedido daqueles que assistem à missa e pedem para participar do mesmo sacrifício, também por eles oferecido na maneira que lhes é apropriada, antes aprova e deseja que assim se faça e reprovaria os sacerdotes que, por sua culpa ou negligência privassem os fiéis desta participação". [7]

107. Queira, pois, Deus que todos, espontânea e livremente, correspondam a esses solícitos convites da Igreja, queira Deus que os fiéis, mesmo todos os dias se o puderem, participem não só espiritualmente do sacrifício divino, mas ainda da comunhão do augusto sacramento, recebendo o corpo de Jesus Cristo, oferecido por todos ao Pai Eterno. Estimulai, veneráveis irmãos, nas almas confiadas aos vossos cuidados, a apaixonada e insaciável fome de Jesus Cristo, vosso ensinamento cerque os altares de crianças e de jovens que ofereçam ao Redentor divino a sua inocência e o seu entusiasmo: aproximem-se frequentemente os cônjuges para que, nutridos na sagrada mesa e graças a ela, possam educar no espírito e na caridade de Jesus Cristo a prole que lhes foi confiada, sejam convidados os operários para que possam receber o alimento eficaz e indefectível que lhes restaura as forças e prepara às suas fadigas a recompensa eterna no céu, aproximai enfim os homens de todas as classes e "compeli-os a entrar", [8] porque este é o pão da vida do qual todos têm necessidade. A Igreja de Jesus Cristo só dispõe desse pão para saciar as aspirações e os desejos das nossas almas, para uni-las intimamente a Jesus Cristo, afim de, por ele, se tornarem "um só corpo" [9] e confraternizarem quantos se sentam à mesma mesa para tomar o remédio da imortalidade [10] com a fração do pão único.

108. É assaz oportuno, ainda – o que aliás é estabelecido pela liturgia – que o povo compareça à santa comunhão depois que o sacerdote tomou no altar o alimento divino, e, como já dissemos, são para louvar aqueles que, assistindo à missa, recebem as hóstias consagradas no mesmo sacrifício, verificando-se destarte que "quantos, participando deste altar, hajamos recebido o sacrossanto corpo e sangue de teu Filho, sejamos cumulados de toda a graça e bênção celeste". [11]

109. Todavia, não faltam nem são raras as causas pelas quais se deva distribuir o pão eucarístico, antes ou depois do sacrifício, como também que se comungue com hóstias anteriormente consagradas, embora se distribua a comunhão em seguida à do sacerdote. Mesmo nesses casos – como aliás já advertimos antes – o povo participa regularmente do sacrifício eucarístico e pode frequentemente, com maior facilidade, aproximar-se da mesa de vida eterna. Se a Igreja com maternal condescendência se esforça por vir ao encontro das necessidades espirituais dos seus filhos, estes, contudo, de sua parte, não devem facilmente desdenhar o que a sagrada liturgia aconselha e, sempre que não haja motivo plausível em contrário, devem fazer tudo o que mais claramente manifesta no altar a viva unidade do corpo místico.

110. Finda a sagrada acção, regulada pelas normas litúrgicas particulares, não dispensa a acção de graças de quem saboreou o alimento celeste, é, aliás muito conveniente que, recebido o alimento eucarístico e terminados os ritos públicos, se recolha e, intimamente unido com o divino Mestre, se entretenha com ele tanto quanto as circunstâncias lho permitam, em dulcíssimo e salutar colóquio. Afastam-se, pois, do reto caminho da verdade aqueles que, baseando-se nas palavras mais que no sentido, afirmam e ensinam que, terminada a missa, não se deve prolongar a acção de graças, não só porque o sacrifício do altar é por natureza uma acção de graças mas ainda porque isso pertence à piedade privada, pessoal e não ao bem da comunidade. Pelo contrário, a própria natureza do Sacramento requer do cristão que o recebe, que se locuplete com abundantes frutos de santidade.

111. Certamente a pública assembleia da comunidade está dissolvida, mas é necessário que os indivíduos unidos com Cristo não interrompam na sua alma o cântico de louvor, "agradecendo sempre tudo em nome de nosso Senhor Jesus Cristo a Deus e Pai". [12] A isso nos exorta ainda a própria liturgia do sacrifício eucarístico, quando nos manda rezar com estas palavras: "Concede, nós te pedimos, render-te contínuas graças [13] e não cessar jamais de louvar-te". [14] Se se deve, pois, sempre agradecer a Deus e jamais cessar de louvá-lo, quem ousaria repreender e desaprovar a Igreja que aconselha aos seus sacerdotes [15] e aos fiéis entreterem-se ao menos um pouco de tempo depois da comunhão em colóquio com o divino Redentor, e que inseriu nos livros litúrgicos oportunas orações enriquecidas de indulgências com as quais os sagrados ministros se possam convenientemente preparar antes de celebrar e de comungar e, acabada a santa missa, manifestar a Deus a sua acção de graças? A sagrada liturgia, longe de sufocar os íntimos sentimentos particulares dos cristãos, os facilita e estimula a que sejam assimilados a Jesus Cristo e por meio dele dirigidos ao Pai, portanto ela mesma exige que aquele que se aproxima da mesa eucarística agradeça devidamente a Deus. O divino Redentor compraz-se em ouvir as nossas orações, falar connosco de coração aberto e oferecer-nos refúgio no seu Coração ardente.

112. Esses actos próprios dos indivíduos são absolutamente necessários para aproveitar-nos mais abundantemente de todos os sobrenaturais tesouros de que é rica a eucaristia e para transmiti-los aos outros segundo as nossas possibilidades, a fim de que Cristo Senhor consiga em todas as almas a plenitude de sua virtude. Por que, pois, veneráveis irmãos, não louvaremos aqueles que, recebido o alimento eucarístico, ainda depois que se dissolveu oficialmente a assembleia cristã, se demoram em íntima familiaridade com o divino Redentor, não só para tratar docemente com ele, mas ainda para agradecê-lo, louvá-lo e especialmente para pedir-lhe ajuda, e, assim, afastar de sua alma tudo quanto possa diminuir a eficácia do sacramento, ao passo que se aproveita de tudo o que logra favorecer a atualíssima acção de Jesus? Antes, nós os exortamos a fazê-lo, de modo particular, quer traduzindo na prática os propósitos concebidos e exercitando as virtudes cristãs, quer adaptando às próprias necessidades quanto tenham recebido com real liberalidade. Falava deveras segundo os preceitos e espírito da liturgia o autor do áureo livrinho a "Imitação de Cristo", quando aconselhava a quem tivesse comungado: "Recolhe-te em segredo e goza de teu Deus para que possuas aquele que o mundo inteiro não poderá tirar-te". [16]

113. Assim, pois, intimamente unidos a Cristo, procuremos todos mergulhar em sua santíssima alma e unir-nos com ele para participar dos actos de adoração com os quais ele oferece à Trindade Augusta a homenagem mais grata e aceita, aos actos de louvor e de acção de graças que ele oferece ao Pai Eterno e a que faz eco o cântico do céu e da terra: "Bendigam ao Senhor todas as suas obras", [17] participando dos actos, imploremos a ajuda celeste no momento mais oportuno para pedir e obter socorro em nome de Cristo [18] mas, sobretudo, ofereçamo-nos e imolemo-nos como vítimas clamando: "Faze que sejamos oferta eterna a ti". [19]

114. O divino Redentor repete incessantemente o seu insistente convite: "Permanecei em mim". [20] por meio do sacramento da eucaristia, Cristo fica em nós e nós ficamos em Cristo, e como Cristo, permanecendo em nós, vive e opera, assim é necessário que nós, permanecendo em Cristo, por ele vivamos e operemos.

Nota: Revisão da tradução portuguesa por ama.



[1] Cf. 1 Tm 2,5.
[2] Carta Encicl. Certiores effecti, de 13 de Novembro de 1742, § 1.
[3] Conc. Trid. Sess. XXII, cân. 8.
[4] Missal Rom., Coleta da Festa Corp. Christi.
[5] 1 Cor 11,24.
[6] Sess. XXII, c. 6.
[7] Carta. Encicl. Certiores effecti, de 13 de Novembro de 1742, § 3.
[8] Cf. Lc 14,23.
[9] Cor 10,17.
[10] Cf. S. Inácio. Mártir, Ad. Ephes., 20.
[11] Missal Rom., Cânon da Missa.
[12] Ef 5,20.
[13] Missal Rom., Postcommunio do Domingo da Oitava da Ascensão.
[14] Ibidem, Postcommunio do Domingo I depois de Pentec.
[15] CIC, cân. 810
[16] Lib . IV, cap. l2.
[17] Dn 3, 57.
[18] Cf. Jo 16,23.
[19] Missal Rom., Secreta da Missa da SS. Trindade.
[20] Jo 15,4.

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