Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Evangelho: Jo 9, 1-23
1
Passando Jesus, viu um homem cego de nascença. 2 Os Seus discípulos
perguntaram-Lhe: «Mestre, quem pecou, este ou os seus pais, para que nascesse
cego?». 3 Jesus respondeu: «Nem ele nem seus pais pecaram; mas foi para se
manifestarem nele as obras de Deus. 4 Importa que Eu faça as obras d'Aquele que
Me enviou enquanto é dia; vem a noite, quando ninguém pode trabalhar. 5 Enquanto
estou no mundo, sou a luz do mundo».6 Dito isto, cuspiu no chão, fez lodo com a
saliva, e ungiu com o lodo os olhos do cego. 7 Depois disse-lhe: «Vai, lava-te
na piscina de Siloé!», que quer dizer “Enviado”. Foi, lavou-se e voltou com
vista. 8 Então os seus vizinhos e os que o tinham visto antes a mendigar
diziam: «Não é este aquele que estava sentado e pedia esmola?». Uns diziam: «É
este!». 9 Outros, porém: «Não é, mas é outro, que se parece com ele!». Porém
ele dizia: «Sou eu mesmo!». 10 Perguntaram-lhe: «Como se abriram os teus
olhos?». 11 Ele respondeu: «Aquele homem, que se chama Jesus, fez lodo, ungiu
os meus olhos e disse-me: Vai à piscina de Siloé e lava-te. Fui, lavei-me e
vejo». 12 Perguntaram-lhe: «Onde está Ele?». Respondeu: «Não sei». 13 Levaram
aos fariseus o que tinha sido cego. 14 Ora era dia de sábado quando Jesus fez o
lodo e lhe abriu os olhos. 15 Perguntaram-lhe, pois, também os fariseus de que
modo tinha adquirido a vista. Respondeu-lhes: «Pôs-me lodo sobre os olhos,
lavei-me e vejo». 16 Então, alguns fariseus diziam: «Este homem, que não guarda
o sábado, não é de Deus». Porém, outros diziam: «Como pode um homem pecador
fazer tais prodígios?». E havia desacordo entre eles. 17 Disseram, por isso,
novamente ao cego: «Tu que dizes d'Aquele que te abriu os olhos?». Ele
respondeu: «Que é um profeta!». 18 Mas os judeus não acreditaram que ele
tivesse sido cego e recuperado a vista, enquanto não chamaram os pais. 19
Interrogaram-nos: «É este o vosso filho, que dizeis que nasceu cego? Como vê, pois,
agora?». 20 Seus pais responderam: «Sabemos que este é nosso filho e que nasceu
cego; 21 mas não sabemos como ele agora vê e também não sabemos quem lhe abriu
os olhos; perguntai-o a ele mesmo. Tem idade; ele próprio fale de si!». 22 Seus
pais falaram assim porque tinham medo dos judeus; porque estes tinham combinado
que, se alguém confessasse que Jesus era o Messias, fosse expulso da sinagoga. 23
Por isso é que os pais disseram: «Ele tem idade, interrogai-o a ele!».
CARTA ENCÍCLICA
MEDIACTOR DEI
DO SUMO PONTÍFICE
PAPA PIO XII
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS PATRIARCAS, PRIMAZES,
ARCEBISPOS E BISPOS
E OUTROS ORDINÁRIOS DO LUGAR
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA
SOBRE A SAGRADA LITURGIA
SEGUNDA PARTE
O
CULTO EUCARÍSTICO
II. Participação dos fiéis
no sacrifício eucarístico
…/5
3. Os meios de promover a
participação dos fiéis
95.
São, pois, dignos de louvor aqueles que, com o fim de tornar mais fácil e
frutuosa ao povo cristão a participação no sacrifício eucarístico, se esforçam
em colocar oportunamente nas mãos do povo o "Missal romano" de modo
que os fiéis, unidos ao sacerdote, orem com ele, com as suas próprias palavras
e com os mesmos sentimentos da Igreja, como também os que visam a fazer da
liturgia, ainda que externamente, uma acção sagrada, na qual têm parte de facto
todos os assistentes. Isso pode acontecer de vários modos: quando todo o povo,
segundo as normas rituais, responde disciplinadamente às palavras do sacerdote
ou executa cânticos correspondentes às várias partes do sacrifício, ou faz uma
e outra coisa, ou, enfim, quando, na missa solene, responde alternadamente às
orações dos ministros de Jesus Cristo e se associa ao canto litúrgico.
96.
Todavia, essas maneiras de participar do sacrifício são para louvar e
aconselhar, quando obedecem escrupulosamente aos preceitos da Igreja e às
normas dos sagrados ritos. São ordenadas sobretudo para alimentar e fomentar a
piedade dos cristãos e a sua íntima união com Cristo e com o seu ministro
visível e a estimular aqueles sentimentos e aquelas disposições interiores com
as quais é necessário que a nossa alma se assemelhe ao sumo sacerdote do Novo
testamento. Não obstante, se bem que isto demonstre no modo exterior, que o
sacrifício por sua natureza, enquanto é realizado pelo mediador de Deus e dos
homens [1]
deve ser considerado obra de todo o corpo místico de Cristo, não são porém
necessárias para constituir-lhe o caráter público e comum. Além disso, a missa
"dialogada" não pode substituir a missa solene, a qual, ainda que
celebrada na presença apenas dos ministros, goza de uma particular dignidade
pela majestade dos ritos e aparato das cerimónias, se bem que o seu esplendor e
solenidade muito ganhem se, como o prefere a Igreja, o povo numeroso e devoto a
ela assistir.
97.
Deve-se ainda observar que estão fora da verdade e do caminho da reta razão os
que, arrastados por falsas opiniões, tanto valor atribuem a todas essas
circunstâncias que não duvidam asseverar que, omitindo-as, a acção sagrada não
pode alcançar o fim prefixado.
98.
Não poucos fiéis, com efeito, são incapazes de usar o "Missal Romano"
ainda quando escrito em língua vulgar, nem todos são capazes de compreender
correctamente, como convém, os ritos e as cerimónias litúrgicas. A
inteligência, o caráter e a índole dos homens são tão vários e dissemelhantes
que nem todos podem igualmente impressionar-se e serem guiados pelas orações,
pelos cantos ou pelas ações sagradas feitas em comum. Além disso, as
necessidades e as disposições das almas não são iguais em todos, nem ficam
sempre as mesmas em cada um. Quem, pois, poderá dizer, levado por tal preconceito,
que tantos cristãos não podem participar do sacrifício eucarístico e
aproveitar-lhe os benefícios? Certamente que o podem fazer de outra maneira, e,
para alguns, mais fácil: por exemplo, meditando piamente os mistérios de Jesus
Cristo ou fazendo exercícios de piedade e outras orações que, embora na forma
difiram dos sagrados ritos, a eles todavia correspondem pela sua natureza. Por
isso vos exortamos, veneráveis irmãos, a que na vossa diocese ou jurisdição
eclesiástica reguleis e ordeneis o modo mais adequado mediante o qual o povo
consiga participar da acção litúrgica segundo as normas estabelecidas no
"Missal Romano" e segundo os preceitos da Sagrada Congregação dos
ritos e do Código de direito canônico. Faça-se, pois, tudo com a necessária
ordem e decoro, nem seja permitido a ninguém, ainda que sacerdote, usar os
sagrados edifícios para experimentações arbitrárias. A esse propósito desejamos
ainda, como já existe para a arte e a música sacra, também se constitua nas
dioceses, uma comissão para promover o apostolado litúrgico, a fim de que, sob
o vosso vigilante cuidado, tudo se faça diligentemente segundo as prescrições
da Sé Apostólica.
99.
Nas comunidades religiosas, observe-se cuidadosamente tudo o que as próprias
constituições estabeleceram nesta matéria, e não se introduzam novidades que
não tenham sido aprovadas primeiro pelos superiores. Na realidade, ainda que
possam ser várias as circunstâncias exteriores da participação do povo no
sacrifício eucarístico e nas outras ações litúrgicas, sempre deve procurar-se
com todo o cuidado que as almas dos assistentes se unam ao divino Redentor com
os mais estreitos laços possíveis e que a sua vida se enriqueça de santidade
sempre maior e cresça todo dia a glória do Pai celeste.
III. A comunhão
eucarística
100.
O augusto sacrifício do altar conclui-se com a comunhão do divino banquete.
Mas, como todos sabem, para haver integridade do sacrifício, somente é exigido
que o sacerdote se nutra do alimento celeste e não que o povo – coisa aliás
sumamente desejável – participe da santa comunhão.
101.
Agrada-nos a esse propósito repetir as considerações de Nosso predecessor Bento
XIV sobre as definições do concílio de Trento: "Em primeiro lugar...
devemos dizer que a nenhum fiel pode vir à mente que as missas privadas, nas
quais apenas o sacerdote comunga, percam por isso o valor do verdadeiro,
perfeito e íntegro sacrifício instituído por Cristo Senhor e devam, portanto, ser
consideradas ilícitas. Nem os fiéis ignoram – pelo menos podem ser facilmente
instruídos – que o sacrossanto concílio de Trento, fundando-se na doutrina guardada
na ininterrupta tradição da Igreja, condenou a nova e falsa doutrina de Lutero,
contraria a esta" [2].
Quem disser que as missas nas quais só o sacerdote comunga sacramentalmente são
ilícitas, e por isso devam ser abolidas, seja anátema". [3]
102.
Afastam-se, pois, do caminho da verdade os que recusam celebrar, se o povo
cristão não se aproximar da mesa divina, e ainda mais se afastam os que, para
sustentar a absoluta necessidade de que os fiéis se nutram do banquete
eucarístico juntamente com o sacerdote, afirmam capciosamente que não se trata
somente de um sacrifício, mas de sacrifício e banquete de união fraterna, e
fazem da santa comunhão em comum quase o ápice de toda a celebração.
103.
Deve notar-se ainda uma vez que o sacrifício eucarístico consiste
essencialmente na imolação incruenta da vítima divina, imolação que é
misticamente manifestada pela separação das sagradas espécies e pela sua
oblação feita ao Pai Eterno. A santa comunhão pertence à integridade do
sacrifício, e à participação nele por meio da recepção do augusto sacramento, e
enquanto é absolutamente necessária ao ministro sacrificador, aos fiéis é
vivamente recomendável.
104.
Como, porém, a Igreja, enquanto mestra de verdade, se esforça com todo o
cuidado por guardar a integridade da fé católica, assim, enquanto mãe solícita
de seus filhos exorta-os instantemente a participarem com avidez e frequência
deste máximo benefício da nossa religião.
105.
Deseja antes de tudo, que os cristãos – especialmente quando não possam
facilmente receber de facto o alimento eucarístico – o recebam ao menos em
desejo, de sorte que se unam a ele com fé viva, com ânimo reverentemente
humilde e confiante na vontade do Redentor divino e com o amor mais ardente.
106.
Mas isso não lhe basta. Já que, como acima dissemos, podemos participar do
sacrifício também pela comunhão sacramental, por meio do banquete do pão dos
anjos, a madre Igreja, para que mais eficazmente "possamos sentir em nós
continuamente o fruto da redenção" [4]
repete a todos os seus filhos o convite de Cristo Senhor: "tomai e
comei... fazei isto em minha memória". [5]
Nesse propósito o concílio de Trento, fazendo eco aos desejos de Jesus Cristo e
de sua esposa imaculada, insta por "que em todas as missas os fiéis
presentes participem não só espiritualmente, mas ainda sacramentalmente da
eucaristia, para que lhes venha mais abundante o fruto deste sacrifício". [6]
Aliás, para melhor e mais claramente manifestar-se a participação dos fiéis no
sacrifício divino por meio da comunhão eucarística, o nosso imortal predecessor
Bento XIV louva a devoção daqueles que, não só desejam nutrir-se do alimento celeste
durante a assistência ao sacrifício, mas preferem alimentar-se com hóstias consagradas
no mesmo sacrifício, se bem que, como ele declara, participemos verdadeira e
realmente do sacrifício, mesmo quando se trate de pão eucarístico devidamente
consagrado antes. Assim, com efeito, escreve: "Embora participem do mesmo
sacrifício não só aqueles aos quais o sacerdote celebrante dá parte da Vítima
por ele oferecida na mesma missa, mas também aqueles aos quais o sacerdote dá a
eucaristia que se costuma conservar, nem por isso a Igreja proibiu no passado,
ou proíbe atualmente, que o sacerdote satisfaça à devoção e ao justo pedido
daqueles que assistem à missa e pedem para participar do mesmo sacrifício,
também por eles oferecido na maneira que lhes é apropriada, antes aprova e
deseja que assim se faça e reprovaria os sacerdotes que, por sua culpa ou
negligência privassem os fiéis desta participação". [7]
107.
Queira, pois, Deus que todos, espontânea e livremente, correspondam a esses
solícitos convites da Igreja, queira Deus que os fiéis, mesmo todos os dias se
o puderem, participem não só espiritualmente do sacrifício divino, mas ainda da
comunhão do augusto sacramento, recebendo o corpo de Jesus Cristo, oferecido
por todos ao Pai Eterno. Estimulai, veneráveis irmãos, nas almas confiadas aos
vossos cuidados, a apaixonada e insaciável fome de Jesus Cristo, vosso ensinamento
cerque os altares de crianças e de jovens que ofereçam ao Redentor divino a sua
inocência e o seu entusiasmo: aproximem-se frequentemente os cônjuges para que,
nutridos na sagrada mesa e graças a ela, possam educar no espírito e na
caridade de Jesus Cristo a prole que lhes foi confiada, sejam convidados os
operários para que possam receber o alimento eficaz e indefectível que lhes
restaura as forças e prepara às suas fadigas a recompensa eterna no céu, aproximai
enfim os homens de todas as classes e "compeli-os a entrar", [8]
porque este é o pão da vida do qual todos têm necessidade. A Igreja de Jesus
Cristo só dispõe desse pão para saciar as aspirações e os desejos das nossas
almas, para uni-las intimamente a Jesus Cristo, afim de, por ele, se tornarem
"um só corpo" [9] e
confraternizarem quantos se sentam à mesma mesa para tomar o remédio da imortalidade
[10]
com a fração do pão único.
108.
É assaz oportuno, ainda – o que aliás é estabelecido pela liturgia – que o povo
compareça à santa comunhão depois que o sacerdote tomou no altar o alimento
divino, e, como já dissemos, são para louvar aqueles que, assistindo à missa,
recebem as hóstias consagradas no mesmo sacrifício, verificando-se destarte que
"quantos, participando deste altar, hajamos recebido o sacrossanto corpo e
sangue de teu Filho, sejamos cumulados de toda a graça e bênção celeste". [11]
109.
Todavia, não faltam nem são raras as causas pelas quais se deva distribuir o
pão eucarístico, antes ou depois do sacrifício, como também que se comungue com
hóstias anteriormente consagradas, embora se distribua a comunhão em seguida à
do sacerdote. Mesmo nesses casos – como aliás já advertimos antes – o povo
participa regularmente do sacrifício eucarístico e pode frequentemente, com
maior facilidade, aproximar-se da mesa de vida eterna. Se a Igreja com maternal
condescendência se esforça por vir ao encontro das necessidades espirituais dos
seus filhos, estes, contudo, de sua parte, não devem facilmente desdenhar o que
a sagrada liturgia aconselha e, sempre que não haja motivo plausível em
contrário, devem fazer tudo o que mais claramente manifesta no altar a viva
unidade do corpo místico.
110.
Finda a sagrada acção, regulada pelas normas litúrgicas particulares, não
dispensa a acção de graças de quem saboreou o alimento celeste, é, aliás muito
conveniente que, recebido o alimento eucarístico e terminados os ritos
públicos, se recolha e, intimamente unido com o divino Mestre, se entretenha
com ele tanto quanto as circunstâncias lho permitam, em dulcíssimo e salutar
colóquio. Afastam-se, pois, do reto caminho da verdade aqueles que, baseando-se
nas palavras mais que no sentido, afirmam e ensinam que, terminada a missa, não
se deve prolongar a acção de graças, não só porque o sacrifício do altar é por
natureza uma acção de graças mas ainda porque isso pertence à piedade privada,
pessoal e não ao bem da comunidade. Pelo contrário, a própria natureza do
Sacramento requer do cristão que o recebe, que se locuplete com abundantes
frutos de santidade.
111.
Certamente a pública assembleia da comunidade está dissolvida, mas é necessário
que os indivíduos unidos com Cristo não interrompam na sua alma o cântico de louvor,
"agradecendo sempre tudo em nome de nosso Senhor Jesus Cristo a Deus e
Pai". [12] A
isso nos exorta ainda a própria liturgia do sacrifício eucarístico, quando nos
manda rezar com estas palavras: "Concede, nós te pedimos, render-te contínuas
graças [13] e
não cessar jamais de louvar-te". [14]
Se se deve, pois, sempre agradecer a Deus e jamais cessar de louvá-lo, quem
ousaria repreender e desaprovar a Igreja que aconselha aos seus sacerdotes [15] e
aos fiéis entreterem-se ao menos um pouco de tempo depois da comunhão em
colóquio com o divino Redentor, e que inseriu nos livros litúrgicos oportunas
orações enriquecidas de indulgências com as quais os sagrados ministros se
possam convenientemente preparar antes de celebrar e de comungar e, acabada a
santa missa, manifestar a Deus a sua acção de graças? A sagrada liturgia, longe
de sufocar os íntimos sentimentos particulares dos cristãos, os facilita e
estimula a que sejam assimilados a Jesus Cristo e por meio dele dirigidos ao
Pai, portanto ela mesma exige que aquele que se aproxima da mesa eucarística
agradeça devidamente a Deus. O divino Redentor compraz-se em ouvir as nossas
orações, falar connosco de coração aberto e oferecer-nos refúgio no seu Coração
ardente.
112.
Esses actos próprios dos indivíduos são absolutamente necessários para
aproveitar-nos mais abundantemente de todos os sobrenaturais tesouros de que é
rica a eucaristia e para transmiti-los aos outros segundo as nossas
possibilidades, a fim de que Cristo Senhor consiga em todas as almas a
plenitude de sua virtude. Por que, pois, veneráveis irmãos, não louvaremos
aqueles que, recebido o alimento eucarístico, ainda depois que se dissolveu
oficialmente a assembleia cristã, se demoram em íntima familiaridade com o
divino Redentor, não só para tratar docemente com ele, mas ainda para
agradecê-lo, louvá-lo e especialmente para pedir-lhe ajuda, e, assim, afastar
de sua alma tudo quanto possa diminuir a eficácia do sacramento, ao passo que
se aproveita de tudo o que logra favorecer a atualíssima acção de Jesus? Antes,
nós os exortamos a fazê-lo, de modo particular, quer traduzindo na prática os
propósitos concebidos e exercitando as virtudes cristãs, quer adaptando às
próprias necessidades quanto tenham recebido com real liberalidade. Falava
deveras segundo os preceitos e espírito da liturgia o autor do áureo livrinho a
"Imitação de Cristo", quando aconselhava a quem tivesse comungado:
"Recolhe-te em segredo e goza de teu Deus para que possuas aquele que o
mundo inteiro não poderá tirar-te". [16]
113.
Assim, pois, intimamente unidos a Cristo, procuremos todos mergulhar em sua
santíssima alma e unir-nos com ele para participar dos actos de adoração com os
quais ele oferece à Trindade Augusta a homenagem mais grata e aceita, aos actos
de louvor e de acção de graças que ele oferece ao Pai Eterno e a que faz eco o
cântico do céu e da terra: "Bendigam ao Senhor todas as suas obras", [17]
participando dos actos, imploremos a ajuda celeste no momento mais oportuno
para pedir e obter socorro em nome de Cristo [18]
mas, sobretudo, ofereçamo-nos e imolemo-nos como vítimas clamando: "Faze
que sejamos oferta eterna a ti". [19]
114.
O divino Redentor repete incessantemente o seu insistente convite:
"Permanecei em mim". [20]
por meio do sacramento da eucaristia, Cristo fica em nós e nós ficamos em
Cristo, e como Cristo, permanecendo em nós, vive e opera, assim é necessário
que nós, permanecendo em Cristo, por ele vivamos e operemos.
Nota:
Revisão da tradução portuguesa por ama.
[1]
Cf. 1 Tm 2,5.
[2] Carta Encicl.
Certiores effecti, de 13 de Novembro de 1742, § 1.
[7] Carta. Encicl.
Certiores effecti, de 13 de Novembro de 1742, § 3.
[8] Cf. Lc 14,23.
[9] Cor 10,17.
[10] Cf. S. Inácio.
Mártir, Ad. Ephes., 20.
[11] Missal Rom., Cânon
da Missa.
[12] Ef 5,20.
[13]
Missal Rom., Postcommunio do Domingo da Oitava da Ascensão.
[14] Ibidem, Postcommunio
do Domingo I depois de Pentec.
[18] Cf. Jo 16,23.
[19] Missal Rom., Secreta
da Missa da SS. Trindade.
[20] Jo 15,4.
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