Desenvolver os talentos implica iniciativa. O Senhor não disse aos servos em que deviam investir; cada um tinha os meios para saber que negócios podia enfrentar e a segurança de que o dinheiro que se lhe tinha confiado era o necessário para os levar a cabo.
Por isso, responder à
própria vocação requer descobrir as qualidades que cada um recebeu e pô-las em
jogo, dando-lhes saída em múltiplas iniciativas. O essencial é procurar que o
talento renda e nos empenhemos continuamente em produzir bom fruto [i], procurando ir ampliando,
pouco a pouco, o impacto social, cultural ou político das nossas actividades,
confiados na palavra do Senhor: ao que tem será dado e terá em abundância; mas,
ao que não tem, até o que tem lhe será tirado [ii]. Frase que, na sua aparente
dureza, nos faz recordar que é Deus que dá o incremento [iii].
Assim, os nossos talentos
darão frutos, não tanto ou não só pelo esforço posto, mas pela benevolência de
Deus, que olha com olhos de bondade as oferendas que lhe apresentamos [iv]. Quando se dedica tempo aos
amigos, aos vizinhos, aos que trabalham connosco, aos condiscípulos da escola
ou da universidade, quando se fomentam os interesses – culturais ou desportivos
– dos filhos, o fruto apostólico chega; e além disso, abundará, sobretudo na
própria alma; porque a primeira consequência será a alegria de ter servido, de
ter ajudado os outros a crescer.
Algo parecido acontece com
os instrumentos apostólicos que promovem os fiéis do Opus Dei em todo o mundo,
com tantas pessoas que são ou não cristãs. Sem perder a sua própria natureza,
são fermento que fecunda a sociedade a partir do seu interior, colaborando com
outras instituições semelhantes na promoção humana, dando a conhecer nos meios
de comunicação os seus projetos, etc. E pondo sempre em tudo o sinal mais.
A parábola continua. O
Senhor regressa e pede contas e os que fizeram frutificar os talentos escutam o
elogio da sua fidelidade: muito bem, servo bom e fiel, foste fiel em coisas de
pouca monta, muito te confiarei. Entra no gozo do teu Senhor [v]. Chama a atenção que o amo
considere pouco as imensas fortunas que tinha doado e que os seus servos
multiplicaram; são nada e menos que nada, comparadas com o muito que Ele tinha
previsto dar-lhes: participar da sua própria alegria.
Na passagem paralela do
Evangelho segundo São Lucas [vi], o prémio consiste em dar aos
servos o governo de cidades. Esta variante ajuda-nos a considerar que os
servidores participam da potestade do seu Senhor, que corresponder aos dons
implica participar no cuidado que o Rei tem para todos os homens.
Os talentos dos servos
hão-de ser administrados para os outros: desenvolvem-se na sociedade e para a
melhorar. Os servos que aproveitaram os seus dons, com a graça de Deus, estão
em melhores condições para se interessarem pelo bem-estar dos seus concidadãos.
Preocupam-se com a sua saúde física e moral; promovem propostas que envolvam
muitas outras pessoas na evangelização da sociedade, começando pelo âmbito,
talvez limitado ou um pouco restrito ao início, em que se desenvolvem.
O importante é mover-se e
pôr o nosso ambiente cristã, alegre, primeiro aí onde estamos: se não o fazemos
nós, quem o fará? O fundador do Opus Dei resumia tudo isto dizendo que nós, os
cristãos, somos para o mundo. Quando servimos, a chamada de Deus atinge toda a
sua pujança.
m.
díez, j. morales, j. verdiá, 2012.02.27
Nota: Revisão gráfica por ama.
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