
Questão
111: Da acção dos anjos sobre
os homens.
Art. 4 — Se o anjo pode
imutar os sentidos humanos.
(II Sent., dist. VIII, art., 5,
De Malo, q. 3. art. 4, q. 16, art. II).
O
quarto discute-se assim. — Parece que o anjo não pode imutar os sentidos
humanos.
1.
— Pois, a operação sensitiva é vital. Ora, esta operação vital não resulta de
princípio extrínseco. Logo, a operação sensitiva não pode ser causada pelo
anjo.
2. Demais. — A virtude sensitiva é mais nobre que a nutritiva. Ora, o anjo, como se sabe, não pode imutar a virtude nutritiva, nem as outras formas naturais. Logo, também não pode imutar a virtude sensitiva.
3.
Demais. — O sentido é naturalmente movido pelo sensível. Ora, o anjo não pode
imutar a ordem da natureza, como antes se disse. Logo, não pode imutar os
sentidos, mas estes são sempre movidos pelo sensível.
Mas,
em contrário, os anjos que subverteram Sodoma, - feriram os Sodomitas de
cegueira de sorte que não podiam encontrar a porta, como diz a Escritura (Gn
19, 11). E o mesmo nesta se lê, a respeito dos Sírios (4 Rg 6),
que Eliseu levou para a Samaria.
DONDE
A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. — O princípio da operação sensitiva não pode
existir sem o princípio interior, que é a potência sensitiva. Mas, esse
princípio interior pode ser movido pelo exterior de múltiplas formas, como já
se disse.
RESPOSTA
À SEGUNDA. — Pela moção interior dos espíritos e dos humores, o anjo pode
operar algo para imutar o acto da potência nutritiva, e semelhantemente, da
potência apetitiva e da sensitiva, e de qualquer potência que se sirva de órgão
corpóreo.
RESPOSTA
À TERCEIRA. — O anjo não pode fazer nada contra a ordem de todas as criaturas,
mas pode contra a ordem de uma natureza particular, porque não esta sujeito a
tal ordem. E assim, de modo singular pode imutar os sentidos, fora do modo
comum.
Nota:
Revisão da tradução portuguesa por ama
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