24/10/2012

Nota com indicações pastorais para o Ano da Fé 1


CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ

Introdução

Com a Carta apostólica Porta fidei de 11 de Outubro de 2011, o Santo Padre Bento XVI convocou um Ano da Fé. Começará no dia 11 de Outubro 2012, por ocasião do quinquagésimo aniversário da abertura do Concílio Ecuménico Vaticano II, e terminará a 24 de Novembro de 2013, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo.

Este ano será uma ocasião propícia a fim de que todos os fiéis compreendam mais profundamente que o fundamento da fé cristã é "o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo".[i]
Fundamentada no encontro com Jesus Cristo ressuscitado, a fé poderá ser redescoberta na sua integridade e em todo o seu esplendor. "Também nos nossos dias a fé é um dom que se deve redescobrir, cultivar e testemunhar" para que o Senhor "conceda a cada um de nós viver a beleza e a alegria de sermos cristãos" [ii].

O início do Ano da Fé coincide com a grata recordação de dois grandes eventos que marcaram a face da Igreja nos nossos dias: o quinquagésimo aniversário da abertura do Concílio Vaticano II, desejado pelo beato João XXIII (11 de Outubro de 1962), e o vigésimo aniversário da promulgação do Catecismo da Igreja Católica, oferecido à Igreja pelo beato João Paulo II (11 de Outubro de 1992).

O Concílio, segundo o Papa João XXIII, quis "transmitir pura e íntegra a doutrina, sem atenuações nem subterfúgios", empenhando-se para que "esta doutrina certa e imutável, que deve ser fielmente respeitada, seja aprofundada e exposta de forma a responder às exigências do nosso tempo" [iii] A este propósito, continua sendo de importância decisiva o início da Constituição dogmática Lumen gentium: "A luz dos povos é Cristo: por isso, este sagrado Concílio, reunido no Espírito Santo, deseja ardentemente iluminar com a Sua luz, que resplandece no rosto da Igreja, todos os homens, anunciando o Evangelho a toda a criatura (cfr. Mc. 16,15)" [iv]. A partir da luz de Cristo, que purifica, ilumina e santifica na celebração da sagrada liturgia (cf. Constituição Sacrossantum Concilium) e com a sua palavra divina (cf. Constituição dogmática Dei Verbum), o Concílio quis aprofundar a natureza íntima da Igreja (cf. Constituição dogmática Lumen gentium) e a sua relação com o mundo contemporâneo (cf. Constituição pastoral Gaudium et spes). Ao redor das suas quatro Constituições, verdadeiros pilares do Concílio, agrupam-se as Declarações e os Decretos, que enfrentam alguns dos maiores desafios do tempo.

Nota: Revisão da tradução portuguesa por ama.



[i] Bento XVI, Carta Enc. Deus caritas est, 25 de dezembro de 2005, n. 1.
[ii] Bento XVI, Homilia na Festa do Batismo do Senhor, 10 de Janeiro 2010.
[iii] João XXIII, Discurso de solene abertura do Concílio Ecuménico Vaticano II, 11 de outubro de 1962.
[iv] Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Lumen gentium, n. 1.

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