Dignidade humana |
A comunicação social, sedenta de
controvérsia e de alvoroço, oferece habitualmente uma enorme projecção
mediática a este tipo de declarações. É frequente ouvirem-se tolices como: “Eu
sou católico, mas sou a favor da despenalização do aborto”. “ Eu sou católica,
mas entendo que o casamento até ao fim da vida é coisa do passado”. “ A Igreja
católica tem de mudar as suas posições relativamente à homossexualidade, caso
contrário não consegue captar os mais jovens”. Os exemplos seriam infindáveis.
Infelizmente, na maioria dos casos, os protagonistas destas declarações são
figuras públicas, respeitadas e ouvidas pelos seus doutos conhecimentos em
outras áreas do saber, o que torna mais grave o seu comportamento.
Vivemos em democracia, por conseguinte,
todos são livres de dizer o que pensam (ainda que sejam disparates). Mas afinal
quais são as consequências destas declarações públicas? Confusão. As pessoas
ficam confundidas sobre estas matérias, achando que se trata de uma questão de
teimosia, de uma atitude retrógrada e que o pensamento moderno obriga a que a
Igreja adopte novas ideias, mais consentâneas com a realidade actual. Deste
modo, a doutrina da Igreja é reduzida a um conjunto de pensamentos voláteis, passíveis
de serem contraditados, negando-se que neles exista a Verdade de Deus.
Em síntese, é preciso afirmar com
clareza de que não há católicos conservadores e católicos progressistas, há
católicos. E esses católicos devem não apenas respeitar, como procurar ser
coerentes com a doutrina da Igreja. De outro modo, é inadequado e abusivo
auto-intitularem-se como “católicos”, gerando confusão nas pessoas menos
esclarecidas.
Daqui lançamos o apelo para que, das
cidades aos campos, sejam urgentemente organizadas por todas as paróquias do
país (por leigos, religiosos e sacerdotes) sessões de esclarecimento dirigidas
aos católicos, com o propósito de auxiliar a elucidar as dúvidas sobre os
“temas fracturantes”. Numa altura de eleições como a actual, o voto deve ser
esclarecido: o voto católico é um voto responsável.
(In oinimputavel.blogspot.com)
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