Estou sozinho
fechado
comigo mesmo.
Depois de ter andado
por qualquer caminho,
a esmo,
sem me preocupar
se ia enganado
ou se, afinal,
aquela estrada não ia dar
à grande estrada principal.
Estou só e tenho medo.
Um medo estranho e calmo,
um medo sereno,
repetindo-se como um salmo
que promete ser eterno.
Que mais razões há
para se estar inquieto
quando,
no quarto que sempre habitámos,
albergando-se debaixo do mesmo tecto,
vive um fantasma frio e duro
que nós próprios criámos
deitados, à noite, no escuro?
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