Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Mc 14, 32-52
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Evangelho: Mc 14, 32-52
17 Chegada a tarde, foi Jesus com os doze. 18
Quando estavam à mesa e comiam, disse Jesus: «Em verdade vos digo que um de
vós, que come comigo, Me há-de entregar». 19 Então começaram a
entristecer-se, e a dizer-Lhe um por um: «Porventura sou eu?». 20
Ele disse-lhes: «É um dos doze que se serve comigo do mesmo prato. 21
O Filho do Homem vai, segundo está escrito d'Ele, mas, ai daquele homem por
quem for entregue o Filho do Homem! Melhor fora a esse homem não ter nascido». 22
Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, depois de pronunciada a bênção, partiu-o,
deu-lho e disse: «Tomai, isto é o Meu corpo». 23 Em seguida, tendo
tomado o cálice, dando graças, deu-lho, e todos beberam dele. 24 E
disse-lhes: «Isto é o Meu sangue, o sangue da Aliança, que é derramado por
todos. 25 Em verdade vos digo que não beberei mais do fruto da videira,
até àquele dia em que o beberei novo no reino de Deus». 26 Cantados
os salmos, foram para o monte das Oliveiras. 27 Então Jesus,
disse-lhes: «Todos vós vos escandalizareis, pois está escrito: “Ferirei o
pastor, e as ovelhas se dispersarão”. 28 Mas, depois de Eu
ressuscitar, preceder-vos-ei na Galileia». 29 Pedro, porém,
disse-Lhe: «Ainda que todos se escandalizem a Teu respeito, eu não». 30
Jesus disse-lhe: «Em verdade te digo que hoje, nesta mesma noite, antes que o
galo cante a segunda vez, Me negarás três vezes». 31 Porém, ele
insistia ainda mais: «Ainda que seja preciso morrer contigo, não Te negarei». E
todos diziam o mesmo.
CONSTITUIÇÃO PASTORAL
GAUDIUM ET SPES
SOBRE A IGREJA NO MUNDO ACTUAL
…/12
A colaboração de todos na vida política
75. É plenamente conforme
com a natureza do homem que se encontrem estruturas jurídico-políticas nas
quais todos os cidadãos tenham a possibilidade efectiva de participar livre e
activamente, dum modo cada vez mais perfeito e sem qualquer discriminação,
tanto no estabelecimento das bases jurídicas da comunidade política, como na gestão
da coisa pública e na determinação do campo e fim das várias instituições e na
escolha dos governantes [1]. Todos os cidadãos se
lembrem, portanto, do direito e simultâneamente do dever que têm de fazer uso
do seu voto livre em vista da promoção do bem comum. A Igreja louva e aprecia o
trabalho de quantos se dedicam ao bem da nação e tomam sobre si o peso de tal
cargo, em serviço dos homens.
Para que a cooperação
responsável dos cidadãos leve a felizes resultados na vida pública de todos os
dias, é necessário que haja uma ordem jurídica positiva, que estabeleça
convenientemente divisão das funções e dos órgãos da autoridade pública e ao
mesmo tempo protecção do direito eficaz e plenamente independente de quem quer
que seja. Juntamente com os deveres a que todos os cidadãos estão obrigados,
sejam reconhecidos, assegurados e fomentados os direitos das pessoas, famílias
e grupos sociais, bem como o exercício dos mesmos. Entre aqueles, é preciso
recordar o dever de prestar à nação os serviços materiais e pessoais que são
requeridos pelo bem comum. Os governantes tenham o cuidado de não impedir as
associações familiares, sociais ou culturais e os corpos ou organismos
intermédios, nem os privem da sua actividade legítima e eficaz; pelo contrário,
procurem de bom grado promovê-la ordenadamente. Evitem, por isso, os cidadãos
quer individual quer associativamente, conceder à autoridade um poder
excessivo, nem lhe peçam, de modo inoportuno, demasiadas vantagens e
facilidades, de modo a que se diminua a responsabilidade das pessoas, famílias
e grupos sociais.
A crescente complexidade das
actuais circunstâncias força com frequência o poder público a intervir nos
assuntos sociais, económicos e culturais, com o fim de introduzir condições
mais favoráveis em que os cidadãos e grupos possam livremente e com mais
eficácia promover o bem humano integral. As relações entre a socialização [2] e a autonomia e
desenvolvimento pessoais podem conceber-se diferentemente, conforme a
diversidade das regiões e o grau de desenvolvimento dos povos. Mas quando, por
exigência do bem comum, se limitar temporariamente o exercício dos direitos,
restabeleça-se quanto antes a liberdade, logo que mudem as circunstâncias. É,
porém, desumano que a autoridade política assuma formas totalitárias ou
ditatoriais, que lesam os direitos das pessoas ou dos grupos sociais.
Os cidadãos cultivem com
magnanimidade e lealdade o amor da pátria, mas sem estreiteza de espírito, de
maneira que, ao mesmo tempo, tenham sempre presente o bem de toda a família
humana, que resulta das várias ligações entre as raças, povos e nações.
Todos os cristãos tenham
consciência da sua vocação especial e própria na comunidade política; por ela
são obrigados a dar exemplo de sentida responsabilidade e dedicação pelo bem
comum, de maneira a mostrarem também com factos como se harmonizam a autoridade
e a liberdade, a iniciativa pessoal e a solidariedade do inteiro corpo social,
a oportuna unidade com a proveitosa diversidade. Reconheçam as legítimas
opiniões, divergentes entre si, acerca da organização da ordem temporal, e
respeitem os cidadãos e grupos que as defendem honestamente. Os partidos
políticos devem promover o que julgam ser exigido pelo bem comum, sem que
jamais seja lícito antepor o próprio interesse ao bem comum.
Deve atender-se
cuidadosamente à educação cívica e política, hoje tão necessária à população e
sobretudo aos jovens, para que todos os cidadãos possam participar na vida da
comunidade política. Os que são ou podem tornar-se aptos para exercer a difícil
e muito nobre [3] arte da política,
preparem-se para ela; e procurem exercê-la sem pensar no interesse próprio ou
em vantagens materiais. Procedam com inteireza e prudência contra a injustiça e
a opressão, contra o arbitrário domínio de uma pessoa ou de um partido, e
contra a intolerância. E dediquem-se com sinceridade e equidade, mais ainda,
com caridade e fortaleza política, ao bem de todos.
A comunidade política e a Igreja
76. E de grande importância,
sobretudo onde existe uma sociedade plural, que se tenha uma concepção exacta
das relações entre a comunidade política e a Igreja, e, ainda, que se distingam
claramente as actividades que os fiéis, isoladamente ou em grupo, desempenham
em próprio nome como cidadãos guiados pela sua consciência de cristãos, e
aquelas que exercitam em nome da Igreja e em união com os seus pastores.
A Igreja que, em razão da
sua missão e competência, de modo algum se confunde com a sociedade nem está
ligada a qualquer sistema político determinado, é ao mesmo tempo o sinal e
salvaguarda da transcendência da pessoa humana.
No domínio próprio de cada
uma, comunidade política e Igreja são independentes e autónomas. Mas, embora
por títulos diversos, ambas servem a vocação pessoal e social dos mesmos
homens. E tanto mais eficazmente exercitarão este serviço para bem de todos, quanto
melhor cultivarem entre si uma sã cooperação, tendo igualmente em conta as
circunstâncias de lugar e tempo. Porque o homem não se limita à ordem temporal somente;
vivendo na história humana, fundada sobre o amor do Redentor, ela contribui
para que se difundam mais amplamente, nas nações e entre as nações, a justiça e
a caridade. Pregando a verdade evangélica e iluminando com a sua doutrina e o
testemunho dos cristãos todos os campos da actividade humana, ela respeita e
promove também a liberdade e responsabilidade política dos cidadãos.
Os Apóstolos e os sucessores
dos mesmos, com os seus cooperadores, enviados para anunciar aos homens Cristo,
salvador do mundo, têm por sustentáculo do seu apostolado o poder de Deus, o
qual muitas vezes manifesta a força do Evangelho na fraqueza das suas testemunhas.
É preciso, pois, que todos os que se consagram ao ministério da palavra de Deus
utilizem os caminhos e meios próprios do Evangelho, tantas vezes diferentes dos
meios da cidade terrena.
É certo que as coisas
terrenas e as que, na condição humana, transcendem este mundo, se encontram
intimamente ligadas; a própria Igreja usa das coisas temporais, na medida em
que a sua missão o exige. Mas ela não coloca a sua esperança nos privilégios
que lhe oferece a autoridade civil; mais ainda, ela renunciará ao exercício de
alguns direitos legitimamente adquiridos, quando verificar que o seu uso põe em
causa a sinceridade do seu testemunho ou que novas condições de vida exigem
outras disposições. Porém, sempre lhe deve ser permitido pregar com verdadeira
liberdade a fé; ensinar a sua doutrina acerca da sociedade; exercer sem
entraves a própria missão entre os homens; e pronunciar o seu juízo moral mesmo
acerca das realidades políticas, sempre que os direitos fundamentais da pessoa
ou a salvação das almas o exigirem e utilizando todos e só aqueles meios que
são conformes com o Evangelho e, segundo a variedade dos tempos e
circunstâncias, são para o bem de todos.
Aderindo fielmente ao
Evangelho e realizando a sua missão no mundo, a Igreja -a quem pertence
fomentar e elevar tudo o que de verdadeiro, bom e belo se encontra na
comunidade dos homens [4] - consolida, para glória de
Deus, a paz entre os homens [5].
CAPÍTULO V
A PROMOÇÃO DA PAZ E A COMUNIDADE INTERNACIONAL
Necessidade e desejos actuais da paz
77. Nestes nossos tempos, em
que as dores e angústias derivadas da guerra ou da sua ameaça ainda oprimem tão
duramente os homens, a família humana chegou a uma hora decisiva no seu
processo de maturação. Progressivamente unificada, e por toda a parte mais
consciente da própria unidade, não pode levar a cabo a tarefa que lhe incumbe
de construir um mundo mais humano para todos os homens, a não ser que todos se
orientem com espírito renovado à verdadeira paz. A mensagem evangélica, tão em
harmonia com os mais altos desejos e aspirações do género humano, brilha assim
com novo esplendor nos tempos de hoje, ao proclamar felizes os construtores da
paz «porque serão chamados filhos de Deus» (Mt. 5,9). Por isso, o
Concílio, explicando a verdadeira e nobilíssima natureza da paz, e uma vez
condenada a desumanidade da guerra, quer apelar ardentemente para que os
cristãos, com a ajuda de Cristo, autor da paz, colaborem com todos os homens no
estabelecimento da paz na justiça e no amor e na preparação dos instrumentos da
mesma paz.
Natureza da paz e sua consecução
78. A paz não é ausência de
guerra; nem se reduz ao estabelecimento do equilíbrio entre as forças adversas,
nem resulta duma dominação despótica. Com toda a exactidão e propriedade ela é
chamada «obra da justiça» (Is. 32, 7). É um fruto da ordem que o
divino Criador estabeleceu para a sociedade humana, e que deve ser realizada
pelos homens, sempre anelantes por uma mais perfeita justiça. Com efeito, o bem
comum do género humano é regido, primária e fundamentalmente, pela lei eterna;
mas, quanto às suas exigências concretas, está sujeito a constantes mudanças,
com o decorrer do tempo. Por esta razão, a paz nunca se alcança duma vez para
sempre, antes deve estar constantemente a ser edificada. Além disso, como a vontade
humana é fraca e ferida pelo pecado, a busca da paz exige o constante domínio
das paixões de cada um e a vigilância da autoridade legítima. Mas tudo isto não
basta. Esta paz não se pode alcançar na terra a não ser que se assegure o bem
das pessoas e que os homens compartilhem entre si livre e confiadamente as
riquezas do seu espírito criador. Absolutamente necessárias para a edificação
da paz são ainda a vontade firme de respeitar a dignidade dos outros homens e
povos e a prática assídua da fraternidade. A paz é assim também fruto do amor,
o qual vai além do que a justiça consegue alcançar. A paz terrena, nascida do
amor do próximo, é imagem e efeito da paz de Cristo, vinda do Pai. Pois o
próprio Filho encarnado, príncipe da paz, reconciliou com Deus, pela cruz,
todos os homens; restabelecendo a unidade de todos num só povo e num só corpo,
extinguiu o ódio [6] e, exaltado na
ressurreição, derramou nos corações o Espírito de amor.
Todos os cristãos são, por
isso, insistentemente chamados a que «praticando a verdade na caridade» (Ef.
4, 15), se unam com os homens verdadeiramente pacíficos para implorarem e
edificarem a paz.
Levados pelo mesmo espírito,
não podemos deixar de louvar aqueles que, renunciando à violência na reivindicação
dos próprios direitos, recorrem a meios de defesa que estão também ao alcance
dos mais fracos — sempre que isto se possa fazer sem lesar os direitos e obrigações
de outros ou da comunidade.
Na medida em que os homens
são pecadores, o perigo da guerra ameaça-os e continuará a ameaça-los até à
vinda de Cristo; mas na medida em que, unidos em caridade, superam o pecado,
superadas ficam também as lutas, até que se realize aquela palavra: «com as
espadas forjarão arados e foices com as lanças. Nenhum povo levantará a espada
contra outro e jamais se exercitarão para a guerra» (Is. 2, 4).
Secção 1
EVITAR A GUERRA
Refrear a crueldade das guerras
79. Apesar de as últimas
guerras terem trazido tão grandes danos materiais e morais, ainda todos os dias
a guerra leva por diante as suas devastações em alguma parte da terra. Mais
ainda, o emprego de armas científicas de todo o género para fazer a guerra,
ameaça, dada a selvajaria daquelas, levar os combatentes a uma barbárie muito
pior que a de outros tempos. Além disso, a complexidade da actual situação e o
intrincado dos relações entre países tornam possível o prolongar-se de guerras
mais ou menos larvadas, pelo recurso a novos métodos insidiosos e subversivos.
Em muitos casos, o recurso aos métodos do terrorismo é considerado como uma
nova forma de guerra.
Tendo diante dos olhos este
estado de prostração da humanidade, o Concílio quer, antes de mais, recordar o
valor permanente do direito natural internacional e dos seus princípios
universais. A. própria consciência da humanidade afirma cada vez com maior
força estes princípios. As acções que lhes são deliberadamente contrárias, bem
como as ordens que as mandam executar, são portanto, criminosas; nem a
obediência cega pode desculpar os que as cumprem. Entre tais actos devem-se
contar, antes de mais, aqueles com que se leva metodicamente a cabo o
extermínio de toda uma raça, nação ou minoria étnica. Tais acções devem ser
veementemente condenadas como horríveis crimes e louvada no mais alto grau a
coragem de quantos não temem resistir abertamente aos que as querem impor.
Existem diversas convenções
internacionais relativas à guerra assinadas por bastantes nações, e que visam a
tornar menos desumanas as actividades bélicas e suas consequências; tais, por
exemplo, as que se referem à sorte dos soldados feridos ou prisioneiros, e
outras semelhantes. Estes acordos devem ser observados. Mais ainda, todos,
sobretudo os poderes públicos e os peritos nestas matérias, têm obrigação de
procurar aperfeiçoá-los quanto lhes for possível, de maneira a que sejam
capazes de melhor e mais eficazmente refrearem a crueldade das guerras. Parece,
além disso, justo que as leis tenham em conta com humanidade o caso daqueles
que, por motivo de consciência, recusam combater, contanto que aceitem outra
forma de servir a comunidade humana.
Na realidade, a guerra não
foi eliminada do mundo dos homens. E enquanto existir o perigo de guerra e não
houver uma autoridade internacional competente e dotada dos convenientes meios,
não se pode negar aos governos, depois de esgotados todos os recursos de
negociações pacíficas, o direito de legítima defesa. Cabe assim aos governantes
e aos demais que participam na responsabilidade dos negócios públicos, o dever
de assegurar a defesa das populações que lhes estão confiadas, tratando com
toda a seriedade um assunto tão sério. Mas uma coisa é utilizar a força militar
para defender justamente as populações, outra coisa é querer subjugar as outras
nações. O poderio bélico não legitima qualquer uso militar ou político que dele
se faça. Nem, finalmente, uma vez começada lamentavelmente a guerra, já tudo se
torna lícito entre as partes beligerantes.
Aqueles que se dedicam ao
serviço da pátria no exército, considerem-se servidores da segurança e da
liberdade dos povos; na medida em que se desempenham como convém desta tarefa,
contribuem verdadeiramente para o estabelecimento da paz.
Nota: Revisão da tradução
portuguesa por ama.
[1] Cfr. Pio XII, Radiomensagem, 24 dezembro 1942: AAS 35
(1943), p. 9-24; 24 dezembro 1944: AAS 37 (1945), p. 11-17, João XXIII, Enc.
Pacem in terris: AAS 55 (1963), p. 263, 271, 277-278.
[2] João XXIII, Enc. Mater et Magistra: AAS 53 (1961), p.
415-418.
[3] Pio XI, Alocução aos dirigentes da federação
Universitária Católica: Discorsi di Pio XI (ed. Bertetto), Turim, vol. 1
(1960), p. 743.
[4] Cfr. Conc. Vaticano II, Const. dogm. De Ecclesia,
Lumen gentium, n. 13: A.AS 57 (1965), p. 17.
[5] Cfr. Lc. 2,14.
[6] Cfr. Ef. 2, 16; Col. 1, 20-22.
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