Sinais
inequívocos da verdadeira Cruz de Cristo: a serenidade, um profundo sentimento
de paz, um amor disposto a qualquer sacrifício, uma eficácia grande, que dimana
do próprio Lado de Jesus, e sempre – de modo evidente – a alegria: uma alegria
que procede de saber que, quem se entrega de verdade, está junto da Cruz e, por
conseguinte, junto de Nosso Senhor. (Forja, 772)
Aconselharei
a quem quiser aprender com a experiência de um pobre sacerdote que não pretende
falar senão de Deus, que, quando a carne tentar recobrar os seus foros
perdidos, ou a soberba – que é pior – se revoltar e se encabritar, correr a
abrigar-se nessas divinas fendas abertas no Corpo de Cristo pelos cravos que O
seguraram à Cruz e pela lança que atravessou o Seu peito. Vamos como nos
comover mais; derramemos nas Chagas de Nosso Senhor todo esse amor humano... e
esse amor divino. Que isto é desejar a união, sentir-se irmão de Cristo, ser
seu consanguíneo, filho da mesma Mãe, porque foi Ela que nos levou até Jesus.
Afã
de adoração, ânsias de desagravo com sossegada suavidade e com sofrimento.
Far-se-á vida na nossa vida a afirmação de Jesus: aquele que não toma a sua
cruz para me seguir, não é digno de mim. E Nosso Senhor manifesta-se-nos cada
vez mais exigente, pede-nos reparação e penitência, até nos fazer experimentar
o fervoroso desejo de querer viver para Deus, pregado na cruz juntamente com
Cristo. Mas guardamos este tesouro em vasos de barro frágil e quebradiço, para
que se reconheça que a grandeza do poder que se vê em nós é de Deus e não
nossa.
Vemo-nos
acossados por toda a espécie de atribulações e nem por isso perdemos o ânimo;
encontramo-nos em grandes apuros, mas não desesperados, ou sem recursos; somos
perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não inteiramente perdidos:
trazemos sempre no nosso corpo por toda a parte a mortificação de Jesus.
Parece-nos,
além disso, que Nosso Senhor não nos escuta, que andamos enganados, que só se
ouve o monólogo da nossa voz. Encontramo-nos como se não tivéssemos apoio na
terra e fossemos abandonados pelo Céu. No entanto, é verdadeiro e prático o
nosso horror ao pecado, mesmo ao pecado venial. Com a obstinação da Cananeia,
prostramo-nos rendidamente como ela, que O adorou, implorando: Senhor,
socorre-me. E desaparece a obscuridade, superada pela luz do Amor. (Amigos
de Deus, nn. 303–304).
© Gabinete de
Informação do Opus Dei na Internet
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.