Jo 1, 38.
Às vezes o silencio é mais eloquente que a palavra; em certas ocasiões, a ausência de uma presença interpela mais que a própria presença. Basta que um ser querido esteja longe durante dias, para que notemos a necessidade que temos dele. A sua ausência descobre-nos a importância da sua presença na nossa vida, às vezes obscurecida pelo tráfego de acontecimentos diários.
Deus oculta-se para que sintamos a Sua falta. O seu silêncio, a sua ausência suscita no nosso coração um anseio dele, uma procura. “Onde estás?”, perguntamos, “para onde foi Deus?”, “esqueceu-se de mim”? Os salmos são um excelente exemplo desta experiencia humana de desolação e solidão.
Todavia, para sentir a falta de Deus é imprescindível ter tido experiência dele.
Em qualquer caso, lidamos com metáforas; mas estas por vezes podem enganar-nos. Realmente Deus “não está ao nosso lado”?
Realmente o Senhor “abandona-nos” para logo voltar? Será que acaso brinca connosco para provocar em nós um maior desejo dele? Brinca connosco às escondidas? Metáforas que podem confundir-nos.
[1] Professor de filosofia num Instituto de Toledo e professor convidado de teoria educativa num instituto de ciências religiosas da mesma cidade. Interessado pela educação, presidiu à Federação toledana de CONCAPA durante quatro anos e é co-fundador e presidente da associação toledana de professores Educação e Pessoa.
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