Não está de acordo com a dignidade dos homens o tentar fixar verdades absolutas, em questões onde inevitavelmente cada um há-de contemplar as coisas do seu ponto de vista, de acordo com os seus interesses particulares, as suas preferências culturais e a sua própria experiência peculiar [i]. Esta circunstância por vezes é vista – adequadamente – como uma manifestação da finitude humana. Mas note-se como aqui se evidencia de facto um elemento da dignidade humana. São Josemaria põe aqui a ênfase da dignidade das pessoas na riqueza cognitiva implicada nas perspectivas do pensamento dos outros: daí que a pretensão de fixar «verdades absolutas» nessas questões implique um empobrecimento, uma desconfiança nos contributos alheios à verdade que contraria a dignidade humana.
Por isso chega a afirmar que, por vezes, muitas soluções podem ser válidas e até harmonizáveis. São Josemaria dizia que temos obrigação, cada um, de ter o seu próprio pensamento nas coisas temporais, e que este não tem por que ser igual. Porque muitos pareceres diferentes podem ser boas soluções, nobres e sacrificadas e todas merecem respeito.
Assim, chega a afirmar que não só é possível que a pessoa se equivoque, mas que – tendo razão – é possível também que outros a tenham. Um objecto que a um parece côncavo, parecerá convexo aos que estejam situados noutro ângulo.
© 2011, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet 2011.07.06
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