Filósofo Rembrandt |
Princípio da substância (II):
O esquecimento da substância
C) Husserl
O defeito que por seu lado teve a fenomenologia de Husserl foi o de converter a realidade em puro correlato de meu conhecer. A intencionalidade em Husserl aponta ao objecto, à intenção da essência; mas o objecto não pode ser definido senão em relação com a consciência: é mero correlato do sujeito cognoscitivo. Só tem sentido de objecto para uma consciência. A essência é sempre termo de um objectivo de significado.
Esta consciência ou pólo subjectivo (noesis) não se soma numericamente ao pólo objectivo. É uma operação constituinte do sentido do dado, é doação de sentido (Sinngebutig) ao dado, constituindo este num significado ideal (noema) e tirando-o do seu ingénuo realismo.
Com isto chega-se ao momento mais importante da fenomenologia husserliana. Trata-se de algo já presente de modo inicial nas primeiras obras de Husserl e que constitui o valor metafísico da sua filosofia, algo que possibilita todas as pretensões da mesma: trata-se da redução fenomenológica (epoché). Aparecerá como uma volta ao idealismo nalguns dos seus discípulos (E. Stein, A. Reinach) que mostravam inclinação pelo realismo da «contemplação das essências».
[i] Sacerdote, doutor em teologia pela Universidade Gregoriana e professor de Teologia fundamental na Faculdade de Teologia do Norte de Espanha.
Escreveu mais de quarenta obras de teologia e filosofia e é um dos Teólogos vivos mais importantes da Igreja Católica. Destacou-se pelas suas prolíferas conferências, a publicação de livros quase anualmente e pelos seus artigos incisivos em defesa da fé verdadeira.
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