A Fé e a Razão
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Filósofo
Rembrandt |
Pois bem, esta harmonia entre a fé e a razão foi historicamente rompida pelo protestantismo. Foi a experiência pessoal de Lutero que procurava ansiosamente libertar-se da angústia pela certeza da sua salvação, que o conduziu à confissão de que o homem está totalmente corrompido pelo pecado original. Sendo isto assim, o que está também na razão humana e por isso arremete contar a mesma, não aceitando praticamente outro meio de conhecer a verdade da Sagrada Escritura. Diz assim: «a razão é a grande meretriz do diabo. Pela sua essência e o seu modo de revelar-se é uma rameira nociva. Uma prostituta. A poltrona oficial do diabo, uma meretriz corrida pela sarna e pela lepra que há-de ser espezinhada e morta. Cobri-a de esterco para a tornar mais repugnante. Está e deveria estar relegada para a parte mais suja da casa, a latrina». Da teologia natural (Theologia Gloriae) diz Lutero que não serviu para nada; só a Theologia Crucis, a teologia fundada na fé em Cristo crucificado no conduziu à verdade.
Exposta, pois, a relação entre fé e razão, passamos a expor aqueles princípios filosóficos que nos parecem constituir o conteúdo do chamamos filosofia de inspiração cristã.
(jose ramón ayllón, trad. ama)
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