Pode pôr-se um exemplo biológico?
Há múltiplos exemplos nos seres vivos. Um menino pedala na sua bicicleta, derrapa e cai. Ao raspar-se, sangra um pouco de um joelho e de uma mão, mas limpa as feridas e a coisa não tem importância de maior. Porquê não tem importância de maior? Porque o sangue nas feridas coagula. De contrário, o menino sangraria. E o que passaria se a ordem de coagulação se estendesse a tudo o sangue do ferido? Pois que o pequeno ciclista ficaria coagulado dos pés à cabeça. E se o coágulo fosse pequeno e interno? Então produzir-se-ia uma hemiplexia ou um enfarto. Por fortuna, o menino não sangra nem se coagula, e tampouco sofre um enfarto, precisamente porque só se coagula o sangue exposto ao ar. É possível que este sistema tenha evoluído segundo a teoria darwiniana? Não, porque a simples ausência do factor anti-hemofílico, ou a presença isolada da trombina, sem o seu correspondente inibidor, seriam mortais. Ou concorrem ao mesmo tempo as doze proteínas implicadas, ou o sistema falha. Que se coagule o sangue de uma ferida é algo normal e corrente, mas a bioquímica leva meio século estudando este assombroso processo e não é capaz de identificar as suas causas. Tudo quanto que diz o professor Doolittle, primeira autoridade mundial, é que o factor tissural aparece, que o fibrinógeno nasce, que a antiplasmia surge, que o ATP se manifesta, e assim sucessivamente.
jose ramón ayllón, trad. ama
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