7 Ide, e anunciai que está próximo o Reino dos Céus. 8 «Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, lançai fora os demónios. Dai de graça o que de graça recebestes. 9 Não leveis nos vossos cintos nem ouro, nem prata, nem dinheiro, 10 nem alforge para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bordão; porque o operário tem direito ao seu alimento. 11 «Em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, informai-vos de quem há nela digno de vos receber, e ficai aí até que vos retireis. 12 Ao entrardes na casa, saudai-a, dizendo: “A paz seja nesta casa”. 13 Se aquela casa for digna, descerá sobre ela a vossa paz; se não for digna, a vossa paz tornará para vós. 14 Se não vos receberem nem ouvirem as vossas palavras, ao sair para fora daquela casa ou cidade, sacudi o pó dos vossos pés. 15 Em verdade vos digo que será menos punida no dia do juízo a terra de Sodoma e de Gomorra do que aquela cidade.
Comentário:
Despido de coisas supérfluas, nu de roupagens excessivas e atavios desnecessários, lanço-me à tarefa que me ordenas, meto ombros aos encargos que me entregas sem me deter a considerar as minhas misérias, o pouco que sou, o nada que valho.
Se o fizesse, ficaria parado, aturdido pela grandeza da tarefa para os meus fraquíssimos recursos.
Não!
Se me escolhes é porque me encontras préstimo;
Se me chamas é porque desejas que corresponda.
Por isso e sem mais Te digo: Ecce ego quia vocasti me! [ii]
[i] Beato Diogo de Carvalho
Nasceu em Coimbra onde se fez jesuíta apenas com 16 anos, mas foi em Macau que terminou os estudos de teologia e foi ordenado sacerdote. Em 1609 era missionário no Japão.
A fim de poder evangelizar em tempo de grande perseguição, refugiou-se numa região mineira até ao dia em que umas pegadas na neve o denunciaram e foi preso com 10 dos seus fiéis seguidores. No inverno de 1624, foram os onze prisioneiros submetidos ao tormento dos tanques de água gelada, morrendo um após outro. O Padre Diogo de Carvalho sobreviveu ainda cinco dias à morte do último.
Pio IX beatificou-o em 1867.
[ii] Eis-me aqui porque me chamaste
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