28/11/2011

Amália Rodrigues e São Josemaria escrivá

O que têm em comum Amália Rodrigues e Josemaria Escrivá? À partida nada, mas… quis o destino que o dia 6 de Outubro fosse comum aos dois.

Nesse dia de 1999 falecia em Lisboa, Amália Rodrigues, a grande fadista, admirada e seguida por portugueses e amantes do fado dispersos por todo o mundo, durante muitos anos e até aos dias de hoje.

Nessa mesma data, mas em 2002 era canonizado na Praça de S. Pedro em Roma o sacerdote espanhol São Josemaria Escrivá, fundador da Opus Dei, instituição da Igreja que defende a santificação da vida quotidiana. Pois a São Josemaria Escrivá muito agradavam os fados de Amália e com certeza por ela terá intercedido na dimensão celestial.

Os dois manifestavam reciprocamente um respeito e uma admiração mútua, embora nunca se tivessem encontrado pessoalmente, e assim através de um artigo do "Jornal de Notícias" de Hugo de Azevedo, sacerdote e biógrafo do santo, conhecemos a seguinte história.

Em 1992, quando Amália soube, por um artigo de D. Alberto Cosme do Amaral, então bispo de Leiria-Fátima, que o Fundador da Opus Dei, recentemente beatificado, apreciava a sua voz e falara dela com afecto, comoveu-se e não resistiu a confirmar pessoalmente o que lera em “O Independente”.

Para isso Amália, assiste oportunamente, a uma missa em honra do então beato Josemaria Escrivá, que teve lugar em Fátima a 4 de Julho de 1992, e finda a cerimónia, dirige-se a D. Alberto do Amaral para lhe perguntar pormenores da conversa a que se referira no artigo do "Independente".

D. Alberto então confessa-lhe que um dia em Roma, durante uma visita em que os dois se encontraram, o então Monsenhor Josemaria Escrivá pedira a um colaborador que "pusesse" um disco de Amália, para que ele, D. Alberto, pudesse "matar saudades" e, depois de ouvir o fado com plena satisfação disse: " Que linda voz tem esta mulher! Temos que rezar por ela."

Nesse seu interesse pelo fado não se sabe se São Josemaria valorizava mais o gosto pela música ou o carinho por Portugal e pelos portugueses, que havia manifestado em anteriores ocasiões. Apaixonavam-no os cantos litúrgicos nas cerimónias religiosas, mas também a música popular e as canções de amor humano, que às vezes lhe serviam de tema de oração. Por isso é também lógico que expressasse emoção pelos fados de Amália. Sentimento que se reflectiu em espelho transcendente frente a Amália, que se comoveu ao aperceber-se nessa conversa que havia no céu um admirador que intercedia por ela.

Nessa conversa com o bispo D. Alberto, Amália e outras pessoas, sob o tecto de Fátima, desvaneceram uma dúvida apresentada pela fadista, pois esta tinha ouvido alguém dizer que a crueldade estava na natureza do homem. D. Alberto respondeu-lhe que de forma alguma, pois havia escutado do próprio Sã Josemaria que se Deus se fez Homem, foi para o amarmos humanamente, pois "só podemos ser divinos, se formos muito humanos", reafirmou citando uma frase que o santo havia dito muitas vezes em vida.

"Esta é uma “petite histoire”, mas revela bem a fina sensibilidade da grande fadista, a sua límpida simplicidade e a sua profunda humanidade", assim terminava o artigo de Hugo de Azevedo no Jornal de Noticias.

E com esta frase celebramos a recordação desta dupla efeméride, de Amália e São Josemaria Escrivá.


 INFORMAÇÕES MUITO BREVES [De vez em quando] 

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