Continuação
Um dia, já velho e cansado, sentindo próxima a morte, decide por fim fazer algo valioso: afrontar aquele perigo, enfrentar-se com aquele animal que tinha visto muitas vezes, cada vez que se aproximava do mar, a certa distância da costa.
Uma noite colheu um arpão, subiu a uma pequena barca e entrou mar a dentro. Passado pouco tempo aquele focinho horrível assomou junto da barca.
"Aqui me tens, agora é assunto dos dois", disse o nosso homem; e levantou o arpão para o lançar contra o Colombre.
Mas então sucedeu algo extraordinário. O peixe começou a falar, com, com voz suplicante:
"Ah, que longo caminho para te encontrar. Também eu estou destroçado pela fadiga. Quanto me fizeste nadar! E tu fugias e fugias… porque nunca entendeste nada".
"A que te referes?", perguntou o homem, surpreendido.
"Ah! que não te segui para te devorar. O único encargo que o rei do mar me deu foi entregar-te isto". E o grande peixe tirou a língua, estendendo ao ancião uma esfera fosforescente. Ele colheu-a entre as mãos e a olhou-a. Era uma pérola de desmesurado tamanho.
Imediatamente reconheceu que aquela era a famosa pérola do mar, que dá fortuna poder, amor e paz de espírito a quem a possua.
juan manuel roca, in FLUVIUM, trad ama
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