04/04/2011

Criação, Fé e Ciência 4

Observando
continuação

Tudo isso tem que ver com o preceito divino. Marx transforma-o de modo fundamental: o homem deve produzir a verdadeira criação, que logo lhe será útil. Ernst Bloch completa o quadro afirmando que a verdade não é o que nós percebemos. Verdade será unicamente a transformação. A natureza já não será para ser cultivada, não é o que é, senão o que se concebe em si mesmo como transformação. Ratzinger observa aqui a grande opressão do nosso tempo. Tudo começou com a concepção do cosmos como fruto do azar e da necessidade.
Há diversas hipóteses sobre a origem do universo, contando sempre com o evolucionismo, enunciado sugestivo, até como expressão do poder divino, mas com muitos aspectos por explicar: a matéria inicial, a admirável harmonia cósmica que contemplamos e o particular caso do homem. De qualquer modo, não se trata de Criação ou Evolução, senão de ambas as coisas, porque respondem a perguntas diferentes. A fé relata a origem mais íntima do homem, o projecto que há por detrás dele. A evolução trata de descrever períodos biológicos. O empirismo ou o cálculo matemático, a física têm muito que dizer. E um cristão - como Collins o Ken Miller - ama a ciência, sabendo que não demonstrará a existência nem a inexistência de Deus.
Mas muros não trespassáveis pela ciência, podem tornar necessária a honradez de se colocar outros problemas meta-científicos, em cuja porta nos situa o mesmo conhecimento. Com humor, expressa Giberson, que se nos limitássemos às conclusões da ciência, nunca poderíamos assegurar que a nossa esposa nos ama.

Cont/

alfonso alguiló 2011.03.28, in conoZe.com, trad ama

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