À primeira vista não é fácil entender o que pode significar “fazer-se amigo dos filhos”. A amizade supõe-se entre pares, entre iguais, e essa igualdade contrasta com a assimetria natural da relação paterno-filial.
É sempre muito mais o que os filhos recebem dos pais do que o que eventualmente podem chegar a dar-lhes. Nunca será possível saldar a dívida que têm para com eles. Os pais não costumam pensar que se sacrificam pelos filhos quando de facto o fazem; não vêm como privação o que para os seus filhos é oferta. Reparam pouco nas suas próprias necessidades ou, melhor, convertem em próprias as necessidades dos filhos. Chegariam a dar a vida por eles e, de facto, habitualmente estão a dá-la sem que disso se apercebam. É muito difícil encontrar uma gratuidade maior entre pessoas. [i]
Cont/
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.