Quem me dera poder inculcar em mim, um pouco que fosse da tua maravilhosa humildade, meu Pai e Senhor, São José.
Permanentemente disponível, sempre presente e, no entanto tão discreto, quase apagado, sempre em segundo lugar.
Sabes bem que o teu Filho Adoptivo e a tua esposa, são as figuras centrais de toda uma saga maravilhosa dos planos de Deus.
A ti foi-te reservado o lugar importantíssimo de vigiar e prover o sustento e a defesa da pequena família.
Sendo no entanto a Primeira Família - o Filho de Deus e a Mãe de Deus - o lugar que te está reservado é sem dúvida tão importante que dificilmente poderia ser preenchido por qualquer homem que não tivesse em si a Graça de Deus.
E tu, homem simples, encarregas-te desta tarefa sublime, assumes esta responsabilidade extraordinária, tomas integralmente a peito o teu papel sem um momento nem de dúvida nem de orgulho.
Não sei qual será a maior virtude: se a confiança plena perante tão grande tarefa, se a humildade perfeita face a tão extraordinária honra.
Julgo que ambas são enormes, extraordinárias, mas apraz-me pensar que, talvez a primeira, a confiança, seja, apesar de tudo, a mais notável.
Qual o ser humano, homem que por mais virtudes que pudesse ter, não se retrairia, não ficaria aterrado com a noticia dada por um Anjo do Senhor, que iria ser o guardião da Mãe de Deus, seu esposo perante o mundo, e o pai adoptivo do próprio Filho de Deus, Salvador dos homens?
Que poderia pensar um espírito por mais nobre e rico de graça?
Que perguntas faria ao anjo?
Que temores se instalariam no seu espírito?
Não rezam os Evangelhos que São José tenha feito qualquer pergunta ao Anjo do Senhor nem a ninguém.
A Virgem Maria, pergunta: Como será isso, se não conheço varão. ?([1])
Quer saber o que se passa, deseja conhecer a vontade do Senhor a seu respeito.
Evidentemente, para dizer que sim: Faça-se segundo a Tua palavra. ([2])
São José não tem nada a perguntar.
Não temas receber a Maria como tua esposa. O filho que espera é obra do Espírito Santo. Hás-de pôr-lhe o nome de Jesus. Pega na tua família e vai para o Egipto, até que eu te avise.([3])
E, depois: Pega na tua família e regressa à tua terra. ([4])
E, a isto tudo, que é muito e muitíssimo grave e importante, José não pergunta, nem hesita.
Pura e simplesmente faz como lhe mandam.
Não se preocupa saber como será, que acontecerá, como e de que viverão.
Compete-lhe fazer o melhor que pode e sabe, trabalha para angariar o sustento dos seus, enfim, evitar na medida do possível, qualquer sobressalto ou perigo para a sua família.
Faz, e faz o melhor que pode e com confiança absoluta que, assim, cumpre exactamente o que Deus espera dele.
Não é ele quem pergunta a Jesus, no templo, onde estava, porque tinha desaparecido sem dizer nada.
Deixa essa tarefa para Sua Mãe Santíssima.
Ele, José, não faz perguntas. Confia apenas de maneira total, absoluta e faz o que tem a fazer.
Queiras tu, meu pai e senhor, incutir em mim a confiança no Senhor meu Deus e o fervor do cumprimento da Sua vontade Santíssima.
Ajuda-me a conquistar essas virtudes que tão bem viveste.
AMA, meditações, 1999
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.