17/11/2010

Baixo a cabeça, envergonhado!

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Paquistão: mulher cristã é condenada à morte por blasfémia

ISLAMABAD, quinta-feira, 11 de Novembro de 2010 (ZENIT.org) - Asia Bibi, operária agrícola de 37 anos e mãe de duas crianças, é a primeira mulher condenada à morte no Paquistão sob a acusação de blasfémia.
A mulher foi acusada de ter ofendido o islão durante uma discussão no trabalho, na qual algumas mulheres haviam tentado convertê-la, segundo informou a agência AsiaNews.
A sentença, emitida por um tribunal de Punjab no último domingo, refere-se a uma discussão que ocorreu em 2009, na localidade de Ittanwali.
Durante a discussão, frente à insistência das colegas a que renunciasse ao cristianismo, Asia Bibi falou como Jesus morreu na cruz pelos pecados da humanidade e perguntou às demais mulheres o que Maomé havia feito por elas.
A norma do código penal paquistanês castiga com a prisão quem ofende o Alcorão e com a morte a quem insulta o profeta Maomé.
As colegas muçulmanas bateram em Asia Bibi e trancaram-na num quarto. Segundo explica a organização caritativa Release International, uma multidão reuniu-se no local e começou a insultar, tanto a ela como aos seus filhos.
A Asia Bibi também foi imposta uma multa equiparável a dois anos e meio do seu salário.
Com relação a esta sentença, o secretário executivo da Comissão Nacional Justiça e Paz, da Conferência Episcopal do Paquistão, Peter Jacob, declarou à agência Fides que "os cristãos estão sob ataque pelo uso instrumental da lei anti-blasfémia".
"Os casos de falsas acusações são vários e estamos muito preocupados: já foram pelo menos 5 nos dois últimos meses", explicou.
"Infelizmente, não há mudanças à vista: o governo não considera em absoluto uma revisão ou uma abolição da lei - lamentou. E isso é muito grave."

Excertos da notícia da ZENIT



E nós, cristãos portugueses, lamentando-nos que no nosso país a Igreja está a ser atacada, que a nossa vida de cristãos católicos não está fácil e, às vezes, até mesmo chegamos a afirmar que somos perseguidos!

Quantos de nós seriamos capazes de responder como esta cristã paquistanesa quando colocados naquela situação?

Ou responder como este cristão iraquiano:
“Não temos medo da morte, porque Jesus morreu por nós. Claro que choramos, mas são lágrimas de alegria, porque morremos por Deus”. As palavras são de um professor cristão de 32 anos que ficou ferido no ataque à Igreja Siro-Católica de Nossa Senhora da Salvação e ali voltou para a uma celebração, em memória das vítimas.

Poucos com certeza, pois perante a realidade de sermos chamados a votar, (em liberdade e segurança), num referendo sobre o aborto, ou a “lutar”, (em manifestações autorizadas e seguras), pela dignidade da Família e dos valores, optamos por ficar em casa, ou então adaptamos a Doutrina às nossas conveniências, votando em conformidade.

Que testemunho damos nós, cristãos, aos nossos filhos, aos nossos netos, aos jovens deste país?

Poucos ou nenhuns, e para lhes darmos testemunhos de fé, temos de ir buscar exemplos como estes, de mulheres e homens perseguidos por causa do Nome de Jesus Cristo, em países longínquos!

E não lhes cabe a eles, jovens, filhos, netos, perguntar-nos onde estávamos nós quando foi da votação do referendo sobre o aborto, ou que outras “actividades” nos impediram de nos manifestarmos e afirmarmos contra a destruição persistente da Família e dos valores cristãos?

Provavelmente é bem preciso que sejamos perseguidos e condenados em Portugal por sermos cristãos, para ver se saímos da letargia, do “sono dos justos” em que nos deixámos adormecer, e afirmarmos a nossa fé sem medo, sem vergonha, com a convicção daqueles que, como baptizados, são o Povo de Deus.

E não precisamos de nos preocupar com o que havemos de dizer para nos defendermos, porque é o próprio Deus que vem em nosso auxílio:
«Assim, tereis ocasião de dar testemunho. Gravai, pois, no vosso coração, que não vos deveis preocupar com a vossa defesa, porque Eu próprio vos darei palavras de sabedoria, a que não poderão resistir ou contradizer os vossos adversários.» Lc 21, 13-15

E nada perderemos do que somos como filhos de Deus, tendo apenas como condição a nossa constância na fé:
«Mas não se perderá um só cabelo da vossa cabeça. Pela vossa constância é que sereis salvos.» Lc 21, 18-19

Bem nos alertava o Evangelho deste Domingo, e, provavelmente, muitos de nós, (nos quais me incluo), acenámos com a cabeça em concordância, mas foi apenas um gesto, porque a prática e a atitude mantiveram-se iguais ao que até então tinham sido e continuaram a ser.

E por isso mesmo surgem de quando em vez frases como estas, («ao olhar para o passado do PR (Cavaco Silva), vejo que desempenhou a sua missão dentro daquilo que a Constituição lhe permite e também numa linha de defesa dos valores e interesses de todos» - D. Jorge Ortiga), que em vez de nos despertarem para o testemunho, nos adormecem na rotina de uma prática morna e amorfa da fé.

Mas o Senhor diz muito claramente a todos os cristãos do mundo inteiro, bem como a nós, cristãos portugueses:
«Conheço as tuas obras: não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente. Assim, porque és morno - e não és frio nem quente - vou vomitar-te da minha boca.» Ap 3, 15-16


Monte Real, 16 de Novembro de 2010
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