21/06/2023

Publicações em Junho 21

  


Dentro do Evangelho –  (cfr: São Josemaria, Sulco 253)

 

Querer e necessitar

 

O que eu quero e o que eu necessito. Nem sempre coincidem estas duas: O que eu quero e o que necessito. A dificuldade reside, quase sempre, na moderação e no critério, ou seja, a moderação da vontade de ter e a avaliação do que realmente me faz falta.

Aparentemente o que não tenho provoca uma vontade, um desejo de possuir e se não me detenho a pensar se isso me é absolutamente necessário, indispensável para um fim que me proponho, caio com facilidade num mero desejo de posse sem um motivo sério, concreto, razoável. Neste caso, não parece muito apropriado endereçar a Deus esse desejo, essa vontade de ter.

Sintética, mas plenamente o Pai-Nosso resolve a questão: peço como o Senhor ensinou aquilo que preciso.

Mas, sendo assim, considerarei que o “resto” é supérfluo, desnecessário, não deve englobar o pedido?

Não me parece que seja exactamente assim porque o que agora parece a “a mais” pode noutra circunstância não o ser e embora deva viver o dia-a-dia preparando o futuro não cabe este tipo de “previsões” quando se tem confiança absoluta que Deus é hoje e sempre um Pai atento às reais necessidades dos Seus filhos. [1]

Estar na escuridão é um prenúncio de morte: «O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz, e a luz amanheceu aos que jaziam na zona caliginosa da morte.» [2]  

 

Morte, dizia, que equivale a condenação, porque quem está na escuridão exclui-se a si mesmo da possibilidade de salvação, que é o fim que verdadeiramente se deve procurar.

«É esta a causa da condenação: veio a Luz ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a Luz, pois eram más as suas obras.» [3]

 

Para abandonar as trevas e andar com a segurança que dá a claridade, é fundamental caminhar com Jesus Cristo, passo a passo, todos os momentos do dia.

 

«Andai enquanto tendes luz para que as trevas não vos dominem. Quem anda nas trevas não sabe para onde vai.» [4]

 

Aos poucos, como os dois de Emaús, vamos ouvindo o que nos diz e compreendendo melhor o nosso papel na vida, na sociedade. A caminho de Emaús, (…) aqueles discípulos estão tristes. Mais que tristes: estão desanimados e desiludidos. Tinham andado, talvez longo tempo, com o Mestre, escutado os Seus discursos, presenciado os Seus milagres. Ainda há três dias, quando da entrada triunfal em Jerusalém, tinham gritado a plenos pulmões: Hossana Filho de David!... e agora... agora…, era a dura realidade:

O Senhor morto e sepultado, os Apóstolos escondidos, toda a gente desorientada sem saber o que fazer. E era isto que diziam um ao outro, queixando-se, lamentando talvez, tanto tempo e tantas ilusões perdidas. Na sua confusão, nem sabiam bem o que pensar:

Teriam sido enganados por um visionário que morrera vítima do seu próprio sonho?

Como é que Jesus, que tinha poderes tão extraordinários que Lhe permitiam ressuscitar mortos, curar enfermos, dar vista aos cegos e, ainda, com uns poucos de pães e alguns peixes, saciar a fome a milhares de pessoas, ficara assim, de repente, inerme, nas mãos dos Seus inimigos? (…) Tudo isto, em turbilhão, calculamos bem, nas suas cabeças e também nos seus corações. Estavam confusos, tristes, desiludidos.

Tal como nós, muitas vezes, em ocasiões tão diversas como, numa doença que faz sofrer, numa provação dura de aguentar, enfim... aquilo a que chamamos tragédias; ficamos também a pensar connosco mesmos: ‘E Deus? Onde está? Porque permite isto?’

Tal como a caminho de Emaús, podemos dar-nos conta que, a nosso lado, segue alguém que espera uma oportunidade para se "meter" connosco, para se introduzir na nossa vida, ajudando-nos a avaliar a dificuldade que enfrentamos, explicando-nos as razões e os motivos de tudo quanto nos acontece.

Umas vezes, entendemos perfeitamente o que nos quer dizer, outras, talvez muitas, infelizmente, nem sequer O ouvimos.

 

Ele é o Cristo que passa... que passa na vida de cada homem, várias vezes e de tão variadas formas. Está ansioso por ser ouvido por nós, deseja que O convidemos a entrar na nossa alma.

 

Também nós devemos dizer-Lhe com frequência: «Senhor cai o dia, não tarda a noite, fica connosco!»

Sim, muitas vezes cai o dia da nossa esperança, o dia da nossa fé; sentimo-nos desconsolados:

Aquilo que esperávamos com tanta confiança, não aconteceu; aquele amigo que estimávamos, desprezou-nos; o ente querido que tanta falta nos faz, está morrendo; esta dificuldade, que se avoluma cada dia que passa, cujo peso está ficando impossível suportar.

Outras vezes sentimos que é a noite que não tarda, a noite da nossa confusão, do nosso desânimo, da nossa frustração.

Parece que tudo se desmorona à nossa volta, que os outros é que têm razão, que o mal triunfa e o pecado compensa, que da prática do bem e do esforço por ser melhores só nos advêm problemas, angústias e dificuldades.

E então, temos de dizer-lhe: Fica connosco Senhor, as Tuas palavras tão cheias de sabedoria abrem novos horizontes à nossa frente, vemos as coisas com outra luz, a Tua presença conforta-nos e fortalece-nos e ajuda-nos a vencer o medo.

 

Depois, tal como no Evangelho, os nossos olhos hão-de abrir-se e reconheceremos Jesus, junto de nós, onde sempre esteve. Sossegados então, com a alma em paz, com as certezas todas claríssimas no nosso espírito, sabendo muito bem que o que acreditamos é verdadeiro, é belo e nos salva, prontamente, como aqueles dois de Emaús, voltamos à estrada ao encontro dos outros para lhes dar notícias importantes e que não podem esperar: Que O Senhor ressuscitou, pelo Seu próprio poder, porque é Deus Todo-Poderoso; que, não obstante ter ido para os Céus, ficará connosco, para sempre, até ao final dos tempos.

 

Destes dois homens de Emaús, só sabemos que eram discípulos de Cristo. Quem sabe, talvez fossem dos setenta e dois enviados pelo Mestre em pregação pela Palestina; é possível que tivessem feito milagres, coisas extraordinárias, as suas palavras e os seus actos teriam convertido muitos e, no entanto, tudo isso agora era posto em causa.

A gente pasma com a "qualidade" dos homens que o Mestre escolheu para Seus discípulos, qualidade no sentido da fidelidade, da constância.

Ainda guardamos na memória a veemência das negações de Pedro na noite de Quinta-feira. Este, que foi a primeira coluna da Igreja, os outros todos que se constituíram em pedras angulares de todo o edifício da cristandade, uns e outros que negaram, duvidaram e fugiram, converteram-se em faróis brilhantes que iluminaram o mundo pagão e hostil daquele tempo, com uma luz divina que brilha ainda hoje.

Mas, para além de iluminar, como dizia, modificaram realmente as pessoas, as sociedades, os costumes o sentido da vida e da morte do ser humano.

Não obstante tantos defeitos, ignorância, cobardia, medo e dúvidas, decidiram pôr de lado tudo isso e, cheios de confiança, aceitar plenamente o mandato explícito do Mestre:

«Ide, pois, doutrinai todas as gentes[5] Isto leva-nos a pensar um pouco nas desculpas, ou justificações que, ao longo da vida, vamos encontrando para a nossa resistência ao trabalho apostólico, a nossa pouca vontade em envolver-nos "nessas coisas" (como dizemos por vezes): Porque não sabemos o que dizer; porque primeiro temos de nos "converter" a nós mesmos e só depois convertermos os outros; porque somos fracos; porque não sabemos; porque...; porque...; Outras vezes não aceitamos um convite para uma actividade em que se nos falará das coisas de Deus aduzindo razões: ‘É mais uma; porque já vou a tantas; porque não tenho tempo; porque não simpatizo com a pessoa;

porque também lá vai fulano de quem eu não gosto; porque...,’ enfim... tantas razões que, sabemos bem no fundo, não são razão nenhuma.

O que nos custa admitir é que não desejamos incómodos, desassossegos, estamos bem assim, fazemos o que podemos, cumprimos os nossos deveres, o resto... o resto é para os padres e pronto! A verdade é que não somos nem melhores nem piores que aqueles homens que Jesus escolheu, e que, como a eles, também a nós o Mestre nos manda: «Ide... a todas as gentes». [6]

 

Estou certo que, cada um de nós já experimentou a incrível sensação de alegria e paz interior, quando aceita esse convite, sobretudo quando para tal tem de se vencer alguma resistência íntima, ou naquela ocasião em que aquela pessoa a quem vinha convidando sem sucesso, de repente, aceitar e comparecer.

 

Daqui a uns dias, o Senhor Ressuscitado, estará à espera dos Apóstolos na margem do lago.

Quando eles chegarem, Jesus que, entretanto, acenderá umas brasas, perguntar-lhes-á: «Rapazes, tendes algum peixe que se coma?» [7] (…) Os discípulos ficam tristes, não têm nada para oferecer ao Senhor. Andaram toda a noite na pesca, estão esgotados de trabalho, preocupados com a subsistência das famílias e agora, ainda por cima, vem o Senhor e pede-lhes de comer e eles não têm nada para Lhe dar! Como os de Emaús também eles estão tristes, desanimados, desiludidos.

Como se o Senhor não o soubesse!

Isto é o que Pedro realmente quer dizer ao Mestre, quando Lhe conta o fracasso da noite de pesca, esquecendo-se que tudo começara com uma pescaria que o próprio Jesus indicara como fazer: «Faz-te ao largo; e vós, largai as redes para a pesca[8]

Os Apóstolos duvidam: Podia lá ser! Pescar àquela hora! Naquele lugar!

Mas Pedro toma uma decisão importante: «In verbo autem tua laxabo retia! Porque o dizes, largarei as redes!». [9] E sabemos o que aconteceu: Uma pescaria tão abundante que se rompiam as redes, houve que chamar os das barcas vizinhas para ajudar.

Ninguém quer acreditar. Eles, pescadores experimentados, conhecedores como poucos daquele lago e das suas particularidades, habituados a um trabalho duro e por vezes sem resultados - como o da noite anterior - de um golpe, obtinham aquele sucesso!

O segredo sabemo-lo nós: foi o exacto e pronto cumprimento das instruções de Jesus e, mais que isso, terem procedido em Seu Nome.

Devemos ter bem presente a lição desta pesca milagrosa sempre que nos decidirmos a qualquer tarefa apostólica. Antes de falar com aquela pessoa, fazer aquele convite, provocar aquele encontro no qual falaremos de Deus, também devemos dizer com confiança: In nomine Tuo!

 

‘No Teu Nome, Senhor! No Teu Nome vou fazer isto ou aquilo; vou, conforme me mandas, lançar a rede e, se houver pesca, entregar-ta-ei porque é Tua; não me importa nada se já falei com aquele amigo várias vezes, se fiz tantos convites e nenhum foi aceite, se só tenho conhecido insucesso e frustração, se pesquei toda a noite e não apanhei nada - não me importa, talvez tenha feito as coisas por mim, para minha auto-satisfação ou convencimento, quando as deveria ter feito por Ti e para Ti; se Tu me escolheste, mesmo sabendo como sou, com os meus defeitos e as minhas fraquezas, é porque sabes que terei algum préstimo para levar a cabo os Teus desejos; como não sou capaz, sozinho, com tanta responsabilidade, tanto trabalho que é preciso fazer, chamarei outros - das barcas vizinhas - para que me ajudem a trazer para os Teus pés a Tua pescaria.’

Desta forma as coisas ficam claras para nós e não teremos mais dúvidas sobre o que temos e devemos fazer. E esta clareza de que falo é no fim e ao cabo, a certeza da necessidade da nossa união com Deus, da atenção que teremos de manter, permanentemente, para O ouvirmos quando Ele se juntar a nós, no nosso caminho diário, no local de trabalho, em casa, no café, onde estivermos. Só assim, com o coração pronto e o espírito livre, o que Ele nos disser será ouvido por nós, nos acalentará e nos levará a pedir-lhe: ‘Senhor, é tarde, cai a noite, fica connosco!’

 

Infelizmente, muitos, procuram alhures essa luz que lhes descortine a cura para os seus males, a tranquilidade para as suas inquietações.

Repetidamente Jesus chamou a atenção dos Seus discípulos para a redobrada atenção que deveriam ter aos falsos profetas e para as tentativas de usurpação ou mau uso do próprio Nome de Deus. Em nome de Deus, quantos abusos e arbitrariedades se cometem; quantas falsas "salvações" se apregoam; quantos milhares de pessoas desviadas do caminho que é Cristo. «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida», [10] afirmou Jesus com a solene autoridade que Lhe competia.

 

Ele é, de facto, o único caminho para Deus. Ele próprio é a Verdade. N'Ele está a totalidade da Vida.

Fora de Jesus, andamos perdidos, enganados e moribundos.

 

Simão Pedro faz a confissão: «Para quem iremos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna». [11]

Eis aqui uma formosa jaculatória que podemos repetir em tempos de provação. Porque é o que nós sentimos também. Também nós não temos dúvidas que o nosso caminho está radicalmente unido ao caminho de Cristo.

 

São João Paulo II dizia: ´Buscai a Jesus esforçando-vos por conseguir uma fé pessoal profunda que informe e oriente toda a vossa vida; mas sobretudo que seja o vosso compromisso e o vosso programa amar Jesus, com um amor sincero, autêntico e pessoal. Ele deve ser vosso amigo e vosso apoio no caminho da vida. Só Ele tem palavras de vida eterna’. [12]

 

Ah! Os últimos tempos! [13]

 

Quantos, neste momento, se aproveitam das mentes fracas ou pouco esclarecidas, para darem corpo a estas personagens que Jesus menciona pondo de sobreaviso os Seus Discípulos. Quantos se apresentam como os detentores da verdade última, com soluções para as ansiedades e angústias do homem de hoje. Mais que charlatães, são na verdade portadores de um estigma, tão velho como a sociedade humana, o estigma dos exploradores dos mais fracos ou débeis.

As chamadas igrejas de “pregação evangélica”, normalmente servidas por poderosos meios de comunicação e atracção de massas, os videntes, bruxos, adivinhos e pessoas de "virtude" que enganam, dissimulam, espreitam as oportunidades que a cada passo a sociedade desnorteada lhes sugere. E porquê o aparente êxito de tais pessoas ou organizações? Porque as gentes perderam o sentido da fé, o horizonte da esperança, a noção do critério justo e são das relações humanas. Tudo se permite, nada é reservado ou proibido, tudo é possível. As televisões encharcam-nos com histórias de vidas sem Deus e sem moral, desprovidas de sentido crítico ou, sequer, preocupações sociais. Mas nem por serem disparatadas, quiméricas ou fantasiosas, essas histórias, ou novelas, deixam de ter espectadores interessados e coniventes. ‘Que não faz mal’, dizem uns, ‘que não me afecta’, dizem outros, mas, na verdade, faz mal e afecta. Nenhum de nós é imune e, mesmo revestido de uma carapaça de indiferença, algo penetra, e fica, e corrompe.

 

“Qual de nós, não reagiria com vigor se, à porta de casa, nos batesse um bando de mulheres nuas? Mas… se for pela janelinha da televisão? Já não faz mal?!”. [14]

Não tenhamos ilusões, qualquer um de nós é capaz das maiores perversões, dos pecados mais horríveis. ‘Não há pecado nem crime cometido por outro homem que eu não seja capaz de cometer por causa da minha fragilidade; e se ainda o não cometi é porque Deus, na Sua misericórdia, não o permitiu e me preservou do mal’. [15]

 

«Parece, de facto, que estes são os "últimos tempos" de que fala o Evangelho. Mas, para nós, cristãos, os "últimos tempos" que verdadeiramente nos interessam e devem levar-nos a uma preparação cuidada, são os "últimos tempos" de cada um de nós, ou seja, o tempo que o Senhor escolher para nos chamar para junto de Si. Por isso, a nós, que sabemos muito bem onde estamos e para onde queremos ir, não nos afectam esses anúncios repetidos de catástrofes finais. O que nos afecta, sim, são as atitudes desumanas e atentatórias da dignidade das pessoas, quer sejam os actos de puro terrorismo, de massacre indiscriminado e brutal de milhares de seres humanos, quer as situações de abuso insuportável dos mais indefesos (…) A nossa repulsa e indignação não nos devem fazer esquecer que devemos rezar por todos esses, vítimas e agressores, que são, como sabemos, filhos de Deus, resgatados também pelo sangue de Cristo na Cruz, para que a misericórdia divina tenha em conta as fraquezas de cada um lembrando, talvez, o que no Calvário Jesus moribundo solicitou ao Pai:«Perdoa-lhes porque não sabem o que fazem». [16]

 

A grande diferença é que o Demónio reina na escuridão e na morte, ao passo que, o reino de Cristo é luz e Vida. «Em Ti está a fonte da vida, e com a tua luz veremos a luz». [17]   

 

O salmista une a luz com a fonte da vida, e o Senhor fala de uma “luz de vida”. Quando temos sede, buscamos uma fonte, quando estamos às escuras, buscamos uma luz (…) com Deus é diferente: é a luz e é a fonte. “Aquele que te ilumina para que vejas, esse mesmo é o manancial para que bebas”. [18]

 

 

Links sugeridos:

 

Opus Dei

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Santa Sé

Religión en Libertad

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



[1]  Ref Jo 1 35-42 Missa em Malta, Igreja de Santo André, 2015.01.18

[2] Is 8, 23, 1.

[3] Jo 3, 19.

[4] Jo 12, 35.

[5] Mt 28, 19.

[6] Cfr. Mt 28, 19.

[7] Jo 21, 25.

[8] Lc 5, 4.

[9] Lc 5, 5.

[10] Jo 14, 6.

[11] Jo 6, 68.

[12] São João Paulo II, Disc. no Instituto «Miguel Angel», 30.01.1979.

[13] Cfr. Lc 21, 20-28.

[14] AMA, palestras no Minho 1993

[15] Stº Agostinho, Confissões, 2, 7.

[16] Cfr. Lc 23, 34.

[17] Sl 36, 10.

[18] Stº. A              Agostinho, In Ioannis Evangelium tratactus, 34, 6.34, 6.

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