Mês de Maio
Monstra te esse matrem!
Sim, mostra que és Mãe, minha Mãe. Como, apesar de tudo quanto não sou e
deveria ser, tu és minha Mãe e me queres, e me proteges, e desejas a minha
felicidade aqui na terra e, depois, no Céu. Monstra
te esse matrem! Ajuda-me também a mostrar-me como teu filho, a
comportar-me, a conduzir a minha vida como teu filho, e, sobretudo: Recordare Virgo Mater Dei, dum steteris in
conspectu Domini et loquaris pro me bona. Ámen
História das
Aparições de Fátima - 8
Quinta aparição de Nossa Senhora
Local: Cova da Iria
Data: 13 de Setembro de 1917
Pessoas presentes: 20000 a 30000
«– Continuem a rezar o Terço a Nossa
Senhora do Rosário, todos os dias, [que abrande ela a guerra] para alcançarem o
fim da guerra, [que a guerra está para acabar].
Em Outubro virá também Nosso Senhor,
Nossa Senhora das Dores e do Carmo, S. José com o Menino Jesus para abençoarem
o Mundo. Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais
com a corda; trazei-a só durante o dia.
– Têm-me pedido para Lhe pedir
muitas coisas: a cura de alguns doentes, dum surdo-mudo.
– Alguns, curarei, outros não,
[porque Nosso Senhor não quer crer neles]. Em Outubro farei o milagre para que
todos acreditem.
– O povo muito gostava aqui duma
capelinha.
– De metade do dinheiro que juntaram
até hoje façam dois andores e dêem-nos à Senhora do Rosário; a outra metade
seja para ajuda da capelinha.
Ofereci-lhe duas cartas e um vidro
com água-de-cheiro.
– Deram-me isto, se Vossemecê os
quer.
– Isso não é conveniente lá para o
Céu.]»
Notas:
Memórias da Irmã Lúcia I. 14.ª ed.
Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 179 (IV Memória); as secções
entre parênteses retos constam do interrogatório do pároco, de 15 de Setembro
de 1917, em Documentação Crítica de Fátima, vol. I. Fátima: Santuário de
Fátima, 1992, p. 21-22
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Evangelho/Biblia
Santa Sé
Nossa
Senhora e o mar
Cristo está junto ao mar porque quer ver
como nos comportamos na nossa barca, na nossa navegação. Ele sabe muito bem os
perigos que o mar desta vida tem, conhece profundamente e em detalhe as nossas
incapacidades e deficiências como “marinheiros”. Está ali, para “o que der e
vier”. Da praia, se nos vir em perigo, aflitos com a perda do rumo,
acenar-nos-á para que vamos ter com Ele. É tão bom saber que Cristo está na
praia do nosso mar! Que confiança nos dá o sabê-Lo ali, disponível para o que
for preciso! Mesmo quando não nos damos conta, ou pior, quando ignoramos a Sua
presença, Ele está lá, sempre, solícito e pronto a acudir-nos. Foi na praia que
Jesus começou a fantástica história da salvação humana. Eram homens do mar os
que, em primeiro lugar, Jesus escolheu para concretizar a Sua Missão Salvadora.
Muito particularmente, três: Pedro, Tiago e João, hão-de acompanhá-Lo mais
perto da Sua intimidade. Jesus conversa com eles de forma que eles entendem
bem: Fala-lhes do mar e da faina da pesca; diz-lhes que o que espera deles, a
tarefa grandiosa, extraordinária que lhes tem reservada. Talvez não tenham
percebido completamente o que encerrava esta primeira conversa, mas não
precisaram de mais para se decidirem. Na escolha feita por Jesus, o que contou,
de facto, foi a pronta decisão de O seguirem assim que os chamou. Ele sabe bem
o que espera os homens da Sua Igreja até ao final dos tempos. A agitação, os
ventos contrários, os naufrágios, as vagas alterosas, o velame que se rompe, os
mastros que quebram. Por isso, escolhe, sempre, um “patrão” para a Sua barca
que sabe guiá-la através de todas estas dificuldades, que será sempre fiel ao
rumo e que acabará sempre por alcançar bom porto. Esses homens que ao longo dos
séculos se têm sucedido no comando da barca de Cristo, da Sua Igreja, são
sempre as melhores escolhas porque, quem os escolhe, é Ele. Como não confiar
inteiramente naquele que foi escolhido para esse lugar? Sozinho, entre o mundo
e Cristo, o Papa encontra sempre o rumo certo para a Igreja, porque não confia
em si próprio, na sua sabedoria ou aptidões, mas, sim, em Cristo a quem obedece
fielmente nesse constante duc in altum.
Nem um “til”, nem um “jota” jamais será mudado ou alterado até ao final dos
tempos. Jesus afirma: «Sobre esta pedra
edificarei a Minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.»
Estas palavras atestam a vontade de Jesus em edificar a Sua Igreja com uma
referência especial à missão e o poder específicos que Ele, por Sua vez,
conferirá a Simão. Jesus define Simão Pedro como cimento sobre o qual
construirá a Sua Igreja. A relação Cristo-Pedro reflecte-se, assim, na relação
Pedro-Igreja. Confere-lhe valor e clarifica o seu significado teológico e
espiritual, que objectiva e eclesialmente está na base do seu significado
jurídico.
É
bem conhecida a devoção das gentes do mar à Virgem Santíssima. Muitas das suas
embarcações têm nomes que a invocam. Fazem-se procissões em sua honra muito
concorridas com os barcos engalanados em ambiente de grande festa e alegria.
Algumas ostentam pinturas algumas de carácter bem ingénuo quase infantis,
outras mais elaboradas retratando cenas mais complexas em que a Senhora é
sempre a figura central. Apercebo-me sem dificuldade que faz todo o sentido a
presença da Mãe. De facto, ela tem muito a ver com tudo o que se passa com a
humanidade. Afinal todos os homens – por vontade expressa do Filho - somos seus
filhos. Mas também tem muito a ver com o mar porque é Guia dos Navegantes; a Stela
Maris; a segurança – iter para tuto.
([1]) A
sua vida depois que o Filho começou a ingente tarefa que O trouxe ao mundo foi
passada entre pescadores, homens do mar, gente habituada aos “altos e baixos”
da profissão, das pescas abundantes e dos malogros das redes vazias. Sabe do
que falam, conhece o que desejam, consola-os e anima-os a prosseguir. Tal como
o Filho também ela lhes diz: «Duc in
altum», fazei-vos ao largo onde a pesca será mais abundante e compensadora
do esforço despendido. Não vai com eles nas barcas, mas fica em terra, na
praia, pensando neles, pedindo insistentemente ao Filho que os guie, os
proteja, que os ventos e as ondas não se tornem perigos insuperáveis. Mas, se
acaso, soçobram ou estão prestes a sucumbir porque ou perderam os remos ou as
velas e estão à deriva num mar desconhecido apressa-se a socorrê-los.
Em
Dezembro de 2011 a embarcação “Virgem do Sameiro” com seis pescadores a bordo
naufragou. Os pescadores recolheram-se numa balsa e andaram sessenta horas à
deriva no mar, exaustos, sem comida nem água sem quaisquer meios disponíveis
para sobreviver quando finalmente foram avistados por um helicóptero que os
resgatou e os trouxe para terra. Rodeado pelas televisões e jornalistas, o
Mestre da embarcação respondeu a uma jornalista que perguntava o que tinha a
dizer sobre o que se afirmava que teria sido milagre por intervenção de Nossa
Senhora: ‘Sim, estou convencido que foi um milagre! Não é por acaso que o nome
da embarcação é “Virgem do Sameiro” e que dentro da balsa tínhamos um Terço do
Rosário’». ([2])
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