Quase
a terminar um ano a seguir de perto Jesus no Seu deambular diário pelas terras
da Palestina resolvo fazer como que um "balanço" de quanto aconteceu
- me aconteceu - neste "seguimento".
Não
preciso fazer nenhum esforço porque tudo se me apresenta como que num filme tão
nítido e detalhado que fico, embora siderado, tranquilo.
Em
primeiríssimo lugar, tenho de admitir que a minha vida se modificou
radicalmente.
Não
tenho qualquer dúvida... sou outro homem diferente do que era.
Sim...
eu lia o Evangelho diáriamente, é verdade, mas ficava-me por aí, bastava-me.
Quando resolvi tentar introduzir-me no Evangelho "como um personagem
mais" como aconselha um Santo dos nossos dias, tudo se modificou.
Para
falar francamente... a princípio parecia-me como que um abuso, uma intromissão
indesculpável mas, depois, insistindo sempre, fui sentindo um
"à-vontade" que me tranquilizava.
O
resultado? Bom... o resultado foi que comecei a descobrir no Evangelho
coisas sempre novas que estavam como que escondidas na leitura diária, por
vezes apressada, dos textos.
Hoje
vejo claramente que, graças a Deus, trilhei o caminho certo.
No
meu viver diário - atrevo-me a dizer no viver diário de qualquer um - nada
acontece por acaso - o acaso não existe tudo tem uma razão de ser - encontro a
cada passo circunstâncias, factos... que sem esforço encontro no Evangelho.
Sim...
é verdade! O Evangelho é a História mais completa do ser humano,
exactamente porque foi inspirada aos que o escreveram, pelo Próprio Criador.
Está
lá tudo... as grandes obras, os êxitos, fracassos, dúvidas, certezas, actos de
enorme coragem... outros de inadmissível cobardia... enfim o que sou e o quanto
sou capaz de ser...
Esta
constatação levou-me a uma realidade: o que faço, o que penso o que desejo está
ali... no Evangelho!
Não
tenho nem penso, faço ou desejo absolutamente nada novo, inédito, tudo já foi
feito, desejado por alguém.
Convicto
que estou desta realidade, penso que o melhor será tentar imitar os que
procederam bem e, assim, alcançar o que realmente me interessa: a minha
salvação eterna.
Reflectindo
Sinto-me perdido nos meus pensamentos sobre a Vida Eterna. Sei, estou
habituado, com frequência diária mergulho no tema.Não... não se trata de
morbidez mas, antes, de algo muito concreto, absolutamente real. Sei muito bem
que no Baptismo recebi esse "passaporte", tu, António, a partir de
agora não morrerás, és eterno.
Encaro com realidade o que me vai acontecendo ou, prefiro, pôr de lado essa
"avaliação", talvez, esperando um momento mais favorável?
Se o fizer assim, cometo um disparate tremendo porque o que acontece agora
tem de ser "avaliado" agora, imediatamente, porque não é garantido
nem que volte a suceder igual, nem que venha a haver esse tal momento.
Considero que enquanto estou vivo a minha principal obrigação é viver, cada
dia como se fosse o último, estar preparado, pronto para me apresentar ao meu
Pai do Céu.
Este é, deve ser, o "meu trabalho", tudo o resto deverá ser para
o conseguir.
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