Jesus Cristo, o Príncipe da Paz, insiste na paz interior de quem tem por
missão difundir a Sua Palavra.
Ninguém pode conseguir o que for se não estiver em paz consigo próprio e,
esta, só se alcança quando se está absolutamente seguro de que o que se faz é
bem feito, com o empenho total e a disponibilidade absoluta que Cristo pede aos
Seus pastores.
Homens santos, autênticos, de altar, que ponham no seu trabalho de pastores
de almas estritamente o que a Igreja manda, sem acrescentar da sua lavra o que
for.
A Santa Igreja é de Cristo, sua Cabeça, a Doutrina é a Doutrina de Cristo
e, o modo de a aplicar é seguindo com obediência e fidelidade estritas o que
manda o Magistério.
Senhor, eu julgo precisar dessas coisas todas: o oiro,
a prata, o vestido, o alforge o calçado… Agarrado a tudo isto e, a tudo o mais
que a minha pobre humanidade me ata, mal me sobra “cabeça” para me entregar ao
que de mim esperas; e, porque esperas de mim tais coisas como se, eu, fosse
alguém em que merecesse a pena confiar? Tu não me conheces, Senhor! Não sabes
das minhas fraquezas, do pouco que sou! Ah!... Mas, Tu, sabes mais, esta é a
verdade, e se me escolhes é porque eu terei capacidade de para corresponder.
Ajuda-me, Senhor, a não defraudar a Tua confiança em mim.
Serviam!
(servirei). Despido de coisas supérfluas, nu de roupagens
excessivas e atavios desnecessários, lanço-me à tarefa que me ordenas, meto
ombros aos encargos que me entregas sem me deter a considerar as minhas
misérias, o pouco que sou, o nada que valho; se o fizesse, ficaria parado,
aturdido pela grandeza da tarefa para os meus fraquíssimos recursos. Não! Se me
escolhes é porque me encontras préstimo; se me chamas é porque desejas que
corresponda.
Por isso e sem mais Te digo: Ecce ego
quia vocasti me! (heis-me aqui porque me chamaste)
Não obstante ser um costume daqueles tempos - desejar
a paz - e, ainda hoje ser comum sobretudo no Oriente, perdeu-se o sentido
profundo do seu verdadeiro significado.
Desejar a paz é a melhor coisa que podemos querer para
alguém, querer a paz deveria ser o desejo de qualquer ser humano. Não esqueçamos, porém, que a paz pessoal, a
paz de espírito é o bem mais precioso que podemos ambicionar porque não é
possível propagar a paz à nossa volta - como é dever de todo o cristão - se nós
próprios não a tivermos em nós.
Fala-se constantemente de paz, justamente por ela não
estar, como deveria, instalada no mundo. A paz verdadeira, a única que nos deve
interessar, é a paz de Cristo. A paz que os homens almejam não é a conseguida
com a imposição, à força quer seja à mesa de negociações quer alcançada no
campo de batalha. Para ter paz é preciso, antes de mais, estar pronto,
disponível para ceder sem hesitação naquilo que, em nós, não passa de capricho
ou teimosia. Enquanto o não fizermos é inútil perseguir a paz porque, não a
tendo em nós mesmos, jamais a alcançaremos.
Não vamos fazer
apostolado carregados - por assim dizer – com inúmeras virtudes, bens, poderes.
Vamos como simples cristãos confiados que o Senhor porá o que nos faltar, que,
talvez seja muito, para nós, mas, para Ele, nada representa. Não esqueçamos
nunca que o apostolado é um trabalho pessoal que devemos fazer, sempre em nome
de Jesus Cristo e nunca nos preocupemos com a possibilidade de “não estarmos à
altura da tarefa”. Ele, conhece-nos intimamente – melhor que nós próprios nos
conhecemos – e, se nos incita a ser apóstolos é porque, na Sua Infinita
Sabedoria, quer que o façamos.
Mal fora se o
apostolado estivesse reservado só aos sábios e dotados de inúmeras virtudes, não
teríamos, a maior parte de nós, lugar nessa tarefa. Não esqueçamos que tudo
começou com uns simples doze homens, de escassa cultura e com inúmeros defeitos
e debilidades e, no entanto, o que fizeram ficou para sempre, ficará para
sempre!
Em síntese o que o
Senhor nos recomenda é critério na ordem do nosso amor, das nossas prioridades.
Sempre e em qualquer circunstância, o que interessa é termos Deus em primeiro
lugar e observar as condições para O seguir.
Jesus Cristo não
poupa os avisos sobre as dificuldades que, os que O seguirem, hão-de encontrar.
Dificuldades e obstáculos de toda a ordem muitas vezes parecendo impossíveis de
superar, e, de facto, são-no para nós que nada podemos, mas, Ele não nos
faltará nunca para que possamos. Este Senhor, Todo-Poderoso, promete uma
recompensa por um simples copo de água dado em Seu Nome! Vale apena, pois,
perseverar e lutar sem descanso com confiança absoluta naquele que tudo pode.
São Mateus deixa claro o tema que é por demais
importante para que os cristãos tenham bem claro o que Ele pede aos que O
seguem ou, desejam segui-Lo. Não esconde nem “emoldura” a verdade, bem ao
contrário, mostra as dificuldades e obstáculos que os que optarem por esse
caminho, hão-de encontrar, mas, a verdade, é que nunca faltaram – nem faltarão
jamais - homens e mulheres de todas as raças e condições sociais, que optarão
por esse caminho e – atenção – não necessariamente retirados do mundo, nos
claustros de um convento. Na vida corrente, podemos encontrar a cada passo
pessoas que vivem no mundo, mas “não são do mundo” porque tudo quanto fazem é
para honrar e dar glória Deus. São estes “alicerces” em que se apoia a
santidade da Igreja de Jesus Cristo, em que nos apoiamos todos os cristãos, que
nos servem de exemplo a seguir, nos animam e são, de certo modo, a garantia de
que é possível viver como Deus quer que vivamos.
A vida de um cristão
é uma vida de luta. Em primeiro lugar consigo próprio no esforço contínuo de
fazer a vontade de Deus. Para alguns esta luta reveste-se de particular
dificuldade e, até, violência sobretudo para os que vivem em ambientes adversos
onde a prática da fé requer heroicidade denodada.
Temos todos a
obrigação de ajudar estes muitos irmãos nossos rezando por eles e com a oferta
de algum sacrifício ou privação.
Temer o demónio?
Parece que é esta a recomendação de Jesus, tal como Evangelista escreve, mas o
que na verdade quer dizer é que devemos ter cuidado com as tentações que quando
menos esperamos ele insinua no nosso espírito. Já o dissemos e repetimos com
absoluta segurança: o demónio não tem qualquer poder sobre nós a menos que nós
próprios lho outorguemos. Nem devemos ter medo das tentações porque o Senhor
prometeu que jamais consentiria que fossemos tentados além das nossas forças. Uma coisa é ter medo, outra, completamente
diferente, é ter cuidado e cautela redobrados sobretudo naquelas situações ou
circunstâncias em que podemos estar mais frágeis ou pouco vigilantes. No
Pai-Nosso, Jesus Cristo ensinou-nos que não devemos pedir não ser tentados, mas
sim força, ânimo e ajuda para não cairmos na tentação. Ah! E sabemos muito bem
que quanto mais progredimos na nossa união com Cristo mais o demónio se
encarniçará contra nós, por isso, tenhamos especial cuidado na vigilância e
unidade de vida e, assim, estaremos a salvo.
Sem dúvida que a
forma mais eficaz de não cair em tentação é evitar decididamente e sem delongas
as ocasiões e circunstâncias que, bem sabemos, são propícias para que ocorram.
Mais vale prevenir…
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