29/09/2021

NUNC COEPI Publicações em Setembro 29

 

Quarta-Feira 

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)

 

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

Propósito: Simplicidade e modéstia.

Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.

Lembrar-me: Do meu Anjo da Guarda.

Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de corres-pondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos. 

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?

 

LEITURA ESPIRITUAL

 


Novo Testamento

ACTOS DOS APÓSTOLOS

Capítulo 7

Discurso de Estêvão

1 Depois, o Sumo Sacerdote perguntou-lhe: «Isso é verdade?» 2 Ele respondeu: «Irmãos e pais, escutai! O Deus da glória apareceu a nosso pai Abraão, quando ele estava na Mesopotâmia, antes de se ter estabelecido em Haran, 3 e disse-lhe: 'Deixa a tua terra e a tua parentela e vai para a terra que te hei-de mostrar.' 4 Abandonou, então, o país dos caldeus, e foi estabelecer-se em Haran. Daí, após a morte do pai, Deus fê-lo emigrar para esta terra que habitais agora. 5 Não lhe deu aí propriedade alguma, nem mesmo um palmo de terra, mas prometeu-lhe a posse dela, a ele e, depois, à sua descendência, embora não tivesse sequer um filho. 6 E Deus afirmou-lhe que a sua descendência habitaria em terra estranha, que a reduziriam à escravidão e que seria maltratada, durante quatrocentos anos. 7 'Mas o povo de quem forem escravos, hei-de Eu julgá-lo, disse Deus. Depois disso, hão-de sair e prestar-me culto neste lugar.' 8 Em seguida, deu-lhe a aliança da circuncisão. Foi assim que Abraão gerou Isaac e o circuncidou, ao oitavo dia. E Isaac fez o mesmo a Jacob, e Jacob aos doze patriarcas. 9 Os patriarcas, invejosos de José, venderam-no, a fim de ser levado para o Egipto. Mas Deus estava com ele: 10 livrou-o de todas as provas e deu-lhe graça e sabedoria diante do faraó, rei do Egipto, que o nomeou governador desse país e de toda a sua casa. 11 Veio depois a fome sobre todo o Egipto e sobre Canaã. A angústia era grande e os nossos pais não encontravam nada para comer. 12 Ouvindo dizer que no Egipto havia trigo, Jacob mandou lá os nossos pais, uma primeira vez. 13 À segunda vez, José deu-se a conhecer a seus irmãos e sua origem foi revelada ao Faraó. 14 José mandou então buscar seu pai Jacob e toda a sua parentela, composta de setenta e cinco pessoas. 15 Jacob desceu ao Egipto e lá morreu, assim como os nossos pais. 16 Os seus corpos foram trasladados para Siquém e depositados no sepulcro que Abraão adquirira, por uma importância em prata, aos filhos de Emor, em Siquém. 17 Enquanto se aproximava o tempo em que deveria realizar-se a promessa feita por Deus a Abraão, o povo cresceu e multiplicou-se no Egipto, 18 até que subiu ao trono do Egipto um novo rei, que não tinha conhecimento de José. 19 Usando de astúcia para com a nossa raça, esse rei perseguiu os nossos pais, até ao ponto de os fazer expor os recém-nascidos, para os privar da vida. 20 Nessa altura nasceu Moisés, que era agradável aos olhos de Deus. Foi criado durante três meses em casa de seu pai. 21 Depois, tendo sido exposto, a filha do Faraó recolheu-o e criou-o como seu próprio filho. 22 Moisés foi iniciado em toda a ciência dos egípcios, e era poderoso em palavras e obras. 23 Quando completou os quarenta anos, veio-lhe ao espírito a ideia de visitar seus irmãos, os filhos de Israel. 24 Ao ver um deles maltratado, tomou a sua defesa e vingou o oprimido, matando o egípcio. 25 Pensava que os seus irmãos compreenderiam ser Deus quem, por sua mão, lhes trazia a liberdade, mas não o compreenderam. 26 No dia seguinte, apareceu a dois deles que lutavam, e pretendeu reconciliá-los, dizendo: 'Sendo irmãos, porque vos agredis um ao outro?' 27 Então, aquele que agredia o companheiro repeliu-o, dizendo: 'Quem te nomeou nosso chefe e nosso juiz. 28 Queres matar-me como ontem mataste o egípcio?' 29 A essas palavras, Moisés fugiu e foi residir, como estrangeiro, para a terra de Madian, onde teve dois filhos. 30 Ao fim de quarenta anos, apareceu-lhe um Anjo no deserto do monte Sinai, na chama de uma sarça ardente. 31 Perante essa aparição, Moisés ficou estupefacto e, aproximando-se para observar melhor, fez-se ouvir a voz do Senhor: 32 'Eu sou o Deus de teus pais, o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob.' A tremer, Moisés não ousava erguer os olhos. 33 Então, o Senhor disse-lhe: 'Tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que te encontras é uma terra santa. 34 Eu vi a angústia do meu povo no Egipto, ouvi os seus gemidos e desci para o libertar. E, agora, vem cá, pois vou mandar-te ao Egipto.' 35 Este Moisés, que eles renegaram, dizendo: 'Quem te nomeou chefe e juiz', é este que foi enviado por Deus como chefe e libertador pela mão do anjo que lhe apareceu na sarça. 36 Foi ele que os fez sair do Egipto, realizando prodígios e milagres na terra do Egipto, no Mar Vermelho e no deserto, durante quarenta anos. 37 Foi ele, Moisés, quem disse aos filhos de Israel: 'Deus fará surgir um profeta como eu, entre os vossos irmãos.' 38 Foi ele que, durante a assembleia no deserto, esteve entre o Anjo, que lhe falava no monte Sinai, e os nossos pais; foi ele que recebeu as palavras de vida, para no-las transmitir. 39 Foi a ele que os nossos pais se recusaram a obedecer, antes o repeliram, voltando em seus corações ao Egipto 40 e dizendo a Aarão: 'Faz-nos deuses que marchem à nossa frente, pois desse Moisés que nos fez sair do Egipto, não sabemos o que foi feito dele.' 41 E, nesses dias, construíram um bezerro, ofereceram um sacrifício ao ídolo e festejaram alegremente a obra das suas próprias mãos. 42 Deus, então, afastou-se deles e entregou-os ao culto do exército celeste, como está escrito no Livro dos Profetas: 'Oferecestes-me, porventura, vítimas e sacrifícios durante quarenta anos, no deserto, ó Casa de Israel? 43 Vós transportastes a tenda de Moloc e a estrela do deus Refan, imagens que fizestes para as adorar! Por isso, exilar-vos-ei para além da Babilónia.' 44 Os nossos pais tinham no deserto a tenda do testemunho, como ordenara aquele que disse a Moisés que a construísse de harmonia com o modelo por ele visto. 45 Foi precisamente essa tenda que os nossos pais receberam e introduziram, sob o comando de Josué, no território conquistado aos povos que Deus expulsou na sua frente, e assim se manteve até aos dias de David. 46 Este achou graça diante de Deus e pediu para edificar uma habitação ao Deus de Jacob. 47 Foi, porém, Salomão quem lhe construiu uma casa. 48 Mas o Altíssimo não habita em casas erguidas pela mão do homem, como diz o profeta: 49 'O Céu é o meu trono e a Terra, estrado dos meus pés. Que casa me haveis de construir, diz o Senhor, e qual será o lugar do meu repouso? 50 Não foi a minha mão que fez todas as coisas?' 51 Homens de cerviz dura, incircuncisos de coração e de ouvidos, sempre vos opondes ao Espírito Santo; como foram os vossos pais, assim sois vós também. 52 Qual foi o profeta que os vossos pais não tenham perseguido? Mataram os que predisseram a vinda do Justo, a quem traístes e assassinastes, 53 vós, que recebestes a Lei pelo ministério dos anjos, mas não a guardastes!»

 

Martírio de Estêvão

54 Ao ouvirem tais palavras, encheram-se intimamente de raiva e rangeram os dentes contra Estêvão. 55 Mas este, cheio do Espírito Santo e de olhos fixos no Céu, viu a glória de Deus e Jesus de pé, à direita de Deus. 56 «Olhai, disse ele, eu vejo o Céu aberto e o Filho do Homem de pé, à direita de Deus.» 57 Eles, então, soltaram um grande grito e taparam os ouvidos; depois, à uma, atiraram-se a ele 58 e, arrastando-o para fora da cidade, começaram a apedrejá-lo. As testemunhas depuseram as capas aos pés de um jovem chamado Saulo. 59 E, enquanto o apedrejavam, Estêvão orava, dizendo: «Senhor Jesus, recebe o meu espírito.» 60 Depois, posto de joelhos, bradou com voz forte: «Senhor, não lhes atribuas este pecado.» Dito isto, adormeceu.

 

S. MIGUEL, S. GABRIEL e S. RAFAEL, Arcanjos

 


SÃO JOSEMARIA – textos

 

É curto o nosso tempo para amar

Um filho de Deus não tem medo da vida nem medo da morte, porque o fundamento da sua vida espiritual é o sentido da filiação divina: Deus é meu Pai, pensa, e é o Autor de todo o bem, é toda a Bondade. – Mas tu e eu procedemos, de verdade, como filhos de Deus? (Forja, 987)

Para nós, cristãos, a fugacidade do caminho terreno deve incitar-nos a aproveitar melhor o tempo, não a temer Nosso Senhor, e muito menos a olhar a morte como um final desastroso. Um ano que termina – já foi dito de mil modos, mais ou menos poéticos – com a graça e a misericórdia de Deus, é mais um passo que nos aproxima do Céu, nossa Pátria definitiva. Ao pensar nesta realidade, compreendo perfeitamente aquela exclamação que São Paulo escreve aos de Corinto: tempus breve est!, que breve é a nossa passagem pela terra! Para um cristão coerente, estas palavras soam, no mais íntimo do seu coração, como uma censura à falta de generosidade e como um convite constante a ser leal. Realmente é curto o nosso tempo para amar, para dar, para desagravar. Não é justo, portanto, que o malbaratemos, nem que atiremos irresponsavelmente este tesouro pela janela fora. Não podemos desperdiçar esta etapa do mundo que Deus confia a cada um de nós. (…) Há-de chegar também para nós esse dia, que será o último e não nos causa medo. Confiando firmemente na graça de Deus, estamos dispostos desde este momento, com generosidade, com fortaleza, pondo amor nas pequenas coisas, a acudir a esse encontro com o Senhor, levando as lâmpadas acesas, porque nos espera a grande festa do Céu.

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