17/09/2021

NUNC COEPI Publicações em 17 Setembro

 



 

 

Sexta-Feira 

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

 

PLANO DE VIDA:  (Coisas muito simples, curtas, objectivas)

Propósito: Pequena mortificação

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?

 

LEITURA ESPIRITUAL

 

Evangelho

 

Jo IX, 1-41

 

Cura do cego de nascença

1 Ao passar, Jesus viu um homem cego de nascença. 2 Os seus discípulos perguntaram-lhe, então: «Rabi, quem foi que pecou para este homem ter nascido cego? Ele, ou os seus pais?» 3 Jesus respondeu: «Nem pecou ele, nem os seus pais, mas isto aconteceu para nele se manifestarem as obras de Deus. 4 Temos de realizar as obras daquele que me enviou enquanto é dia. Vem aí a noite, em que ninguém pode actuar. 5 Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.» 6 Dito isto, cuspiu no chão, fez lama com a saliva, ungiu-lhe os olhos com a lama 7 e disse-lhe: «Vai, lava-te na piscina de Siloé» - que quer dizer Enviado. Ele foi, lavou-se e regressou a ver. 8 Então, os vizinhos e os que costumavam vê-lo antes a mendigar perguntavam: «Não é este o que estava por aí sentado a pedir esmola?» 9 Uns diziam: «É ele mesmo!» Outros afirmavam: «De modo nenhum. É outro parecido com ele.» Ele, porém, respondia: «Sou eu mesmo!» 10 Então, perguntaram-lhe: «Como foi que os teus olhos se abriram?» 11 Ele respondeu: «Esse homem, que se chama Jesus, fez lama, ungiu-me os olhos e disse-me: 'Vai à piscina de Siloé e lava-te.' Então eu fui, lavei-me e comecei a ver!» 12 Perguntaram-lhe: «Onde está Ele?» Respondeu: «Não sei.» 13 Levaram aos fariseus o que fora cego. 14 O dia em que Jesus tinha feito lama e lhe abrira os olhos era sábado. 15 Os fariseus perguntaram-lhe, de novo, como tinha começado a ver. Ele respondeu-lhes: «Pôs-me lama nos olhos, lavei-me e fiquei a ver.» 16 Diziam então alguns dos fariseus: «Esse homem não vem de Deus, pois não guarda o sábado.» Outros, porém, replicavam: «Como pode um homem pecador realizar semelhantes sinais miraculosos?» Havia, pois, divisão entre eles. 17 Perguntaram, então, novamente ao cego: «E tu que dizes dele, por te ter aberto os olhos?» Ele respondeu: «É um profeta!» 18 Ora os judeus não acreditaram que aquele homem tivesse sido cego e agora visse, até que chamaram os pais dele. 19 E perguntaram-lhes: «É este o vosso filho, que vós dizeis ter nascido cego? Então como é que agora vê?» 20 Os pais responderam: «Sabemos que este é o nosso filho e que nasceu cego; 21 mas não sabemos como é que agora vê, nem quem foi que o pôs a ver. Perguntai-lhe a ele. Já tem idade para falar de si.» 22 Os pais responderam assim por terem receio dos judeus, pois estes já tinham combinado expulsar da sinagoga quem confessasse que Jesus era o Messias. 23 Por isso é que os pais disseram: 'Já tem idade, perguntai-lhe a ele'. 24 Chamaram, então, novamente o que fora cego, e disseram-lhe: «Dá glória a Deus! Quanto a nós, o que sabemos é que esse homem é um pecador!» 25 Ele, porém, respondeu: «Se é um pecador, não sei. Só sei uma coisa: que eu era cego e agora vejo.» 26 Eles insistiram: «O que é que Ele te fez? Como é que te pôs a ver?» 27 Respondeu-lhes: «Eu já vo-lo disse, e não me destes ouvidos. Porque desejais ouvi-lo outra vez? Será que também quereis fazer-vos seus discípulos?» 28 Então, injuriaram-no dizendo-lhe: «Discípulo dele és tu! Nós somos discípulos de Moisés! 29 Sabemos que Deus falou a Moisés; mas, quanto a esse, não sabemos donde é!» Replicou-lhes o homem: 30 «Ora isso é que é de espantar: que vós não saibais donde Ele é, e me tenha dado a vista! 31 Sabemos que Deus não atende os pecadores, mas se alguém honrar a Deus e cumprir a sua vontade, Ele o atende. 32 Jamais se ouviu dizer que alguém tenha dado a vista a um cego de nascença. 33 Se este não viesse de Deus, não teria podido fazer nada.» 34 Responderam-lhe: «Tu nasceste coberto de pecados e dás-nos lições?» E puseram-no fora. 35 Jesus ouviu dizer que o tinham expulsado e, quando o encontrou, disse-lhe: «Tu crês no Filho do Homem?» 36 Ele respondeu: «E quem é, Senhor, para eu crer nele?» 37 Disse-lhe Jesus: «Já o viste. É aquele que está a falar contigo.» 38 Então, exclamou: «Eu creio, Senhor!» E prostrou-se diante dele. 39 Jesus declarou: «Eu vim a este mundo para proceder a um juízo: de modo que os que não vêem vejam, e os que vêem fiquem cegos.» 40 Alguns fariseus que estavam com Ele ouviram isto e perguntaram-lhe: «Porventura nós também somos cegos?» 41 Jesus respondeu-lhes: «Se fôsseis cegos, não estaríeis em pecado; mas, como dizeis que vedes, o vosso pecado permanece.»

 

Comentário

 

O texto do Evangelho que a Liturgia hoje propõe à nossa consideração é extenso, mas, não poderia deixar de o ser porque trata de algo extremamente importante: A cegueira! A cegueira é uma doença terrível, que impressiona sobretudo pelas limitações que traz a quem a sofre. Refiro-me, claro está, à cegueira da vista que nos impede de ver e maravilhar-nos com a beleza da criação à nossa volta. Mas há uma cegueira muitíssimo pior ou, se quisermos, muitíssimo mais limitativa: a cegueira do espírito, do coração porque se a outra é um mal físico involuntário – ninguém se priva da visão por querer -, esta é um mal moral voluntário que implica uma renitência actuante e absurda em não querer ver o evidente, e colocar entraves à visão do óbvio. Parece não haver nenhum argumento, qualquer declaração, seja o que for que os faça sair do seu hermetismo e, pelo menos, considerarem a hipótese de se deterem um pouco a considerar se, o que lhes é transmitido, não será razoável. A teimosia – que raia o absurdo – é um defeito terrível e, frequentemente, impede que os outros sedisponham a “perder tempo” com essa pessoa. À ausência de critério estas pessoas juntam como que uma “impenitência” formal como se, de facto, afirmassem: ‘Não quero… não desejo ver!’. E, como Jesus confirma, ao contrário daquela, esta sim, é um pecado grave.

Impressiona constatar como há tantos que se recusam a ver. Fecham-se numa como que cápsula hermética onde reúnem as convicções próprias, os juízos de valor que são o seu único caminho. E, no entanto, nem sequer consideram que esta é uma atitude absolutamente irrazoável, sem qualquer sentido porque, no fundo, é como se considerassem que já sabem e conhecem tudo e não existe nada mais que interesse saber ou conhecer. Ora, a irrazoabilidade é imprópria de um ser humano porque, uma das características principais do ser humano é, exactamente, ser dotado de razão, poder pensar, decidir, avaliar. Uma pessoa irrazoável não é livre porque amarrada a esses preconceitos e axiomas pessoais, está de facto sujeita e subjugada.

O milagre eucarístico pode considerar-se a maior prova de amor de Jesus Cristo pelos homens. Ele mesmo disse que não há maior amor que dar a vida pelos seus amigos. Foi o que fez na Cruz. Mas na Eucaristia dispõe-se a entregar-se totalmente em Corpo, Alma e Divindade continuamente como alimento para a Vida Eterna.

 

(AMA, 1998)

 

 

 

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REFLEXÃO

 

SÃO JOSEMARIA – textos

 

 

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